Alta Libido

7 - Brooke

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Dois anos sem beber, e meu limite tinha despencado. Seis shots de tequila e eu já estava com o rosto no bar chorando.

Estava acontecendo tudo de ruim, minha vida estava desmoronando.

Dois anos limpa, apenas para descobrir que foi para nada. Mia estava doente e a culpa era minha, totalmente minha. Todo mundo fala que a culpa não é minha, mas eu não queria um bebê, eu simplesmente agi como se nada estivesse acontecendo e agora esse bebê é a coisa mais importante na minha vida.

Quando vi a Mia no hospital, sendo levada de mim, medo de assombrou. Ela era linda, perfeita. Era minha bebê, mas eu não podia cuidar dela, e agora tinha recaído. Eu perderia ela para sempre.

Marcus e eu tínhamos feito um acordo, e eu tinha honrado ele até agora. Mas eu fui estúpida. Muito estúpida.

Não tinha para onde correr, não podia ir para casa, Lizza iria me denunciar para Marcus de novo, Marcus brigaria comigo e me tiraria Mia. Eu não tinha ninguém.

— Posso ficar aqui para sempre?

— Se parar de lavar o bar com suas lágrimas. Vai tomar um banho. Coloca uma roupa da minha irmã.

— Eu quero beber mais.

— Não vai.

— Eu já fodi tudo.

— Então não termina de fuder. Sobe e vai tomar um banho.

Assenti e levantei a cabeça, sentindo o mundo rodar, eu iria vomitar.

Me apoiando onde encontrava, fui em direção da porta que levava a uma escada, que agora, parecia infinita. Me agarrando ao corrimão, fui subindo as escadas, degrau por degrau. Até chegar na sala.

Não fiz questão de andar, engatinhei até o banheiro e me deitei sobre o chão gelado. Apenas para levantar rapidamente e vomitar todo o álcool.

— Porra.

Apoiei meu rosto na porcelana fria. Era nojento, mas eu não tinha muita força para me levantar e ir até o box. Então fiquei ali, até senti meu corpo se encharcar de água gelada.

Gritei de susto e tentei sair de debaixo da agua mas algo me segurava ali.

— Fica quieta, porra — ouvi a voz do Cobra.

— Para.

— Já são oito da noite. Subi e te encontrei caída no banheiro, achei que tinha morrido.

— Seria uma benção.

— Vai a merda. Quer ligar para mais alguém?

— Não, vão brigar comigo.

— Já esta bem encrencada, acabei de mandar uma pessoa bem famosa embora, porquê você ligou e mandou ela vir aqui.

— Quem?

— Billie Eilish, a que canta Bad Guy.

— Essa música é velha.

— Não é isso que importa. Porque ela não foi embora, falou que so vai embora se ver você, se não ia chamar a policia.

— Onde ela está?

— Lá em baixo.

— Eu não vou descer.

— Então vou mandar ela subir.

— Não. Eu desço, só esperar eu colocar uma roupa seca.

— Tudo bem, mas não demore muito. Ela está esperando lá embaixo e parece bem determinada a falar com você.

Me levantei com dificuldade do chão e me apoiei na pia para me olhar no espelho. Meu rosto estava inchado e vermelho, os olhos marejados e a expressão de derrota estampada nele. Eu parecia um completo desastre.

Tirei minhas roupas molhadas e enfiei-me em um roupão que encontrei pendurado atrás da porta. Era grande demais para mim, mas pelo menos estava seco.

Desci as escadas devagar, segurando o corrimão para me sustentar. Quando cheguei ao bar, lá estava ela, Billie Eilish, sentada em uma das banquetas, mexendo no celular. Ela parecia tão jovem e talentosa, e eu me sentia um completo fracasso perto dela.

Ela me olhou quando me aproximei e sorriu de forma calorosa e acolhedora. Eu estava desnorteada e não sabia o que dizer.

— Desculpa.

— Bom saber que não foi sequestrada.

— Pode ir embora, eu estou bem.

— Não parece.

— Devia ter pego uma das roupas da minha irmã. — Cobra falou atrás do balcão, servindo uma taça de vinho para a cantora.

— Ela tem 13 anos, não serve em mim.

— Já tem quinze.

— Vou te levar para casa.

— Não, não posso.

— Eu não vou te deixar aqui. Se eu não te levar para tua casa, vou te levar para a minha.

Merda.

— Eu estou de carro.

— Você ainda tem álcool no sangue — Cobra falou reclamando.

— Ela também.

— Ela não desmaiou no meu banheiro.

— Sua casa ou a minha?

Que horas eram? Talvez Lizza não me visse.

— Minha.

Eu não iria para a casa dela.