49 - Billie

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Três dias de julgamento passaram rápidos. Blake não testemunhou mais, e também não falou mais nada, Lizza não veio mais e agora quem estava junto era o Marcus. O julgamento tinha criado audiência, já que alguém publicou o testemunho da Blake e os jornais queriam comentar sobre.

O julgamento tinha finalmente acabado, estávamos esperando apenas a opinião do jure popular. Mas seguindo o que as pessoas achavam na Internet, ele seria considerado culpado.

Não passou muito tempo, e eles se juntaram para dar a sentença. Um homem negro, alto de cabelo trancado se levantou com o papel em mãos.

— Qual a opinião do jure?

— Para invasão a domicílio, culpado. Agressão, culpado. Tentativa de homicídio, culpado. Estupro qualificado, culpado. Pedófila, culpado.

Um burburinho alto se fez na sala, mas logo se dissipou quando o juiz bateu o martelo.

— O veredito final será dado amanhã, as 10 da manhã. Dispensados.

Me virei para Blake. Ela estava sorrindo.

— Culpado, ele vai para a cadeia — uma lágrima solitária escorreu pelo seu rosto, mas continuava feliz.

— Você é uma mentirosa — a filha dele atacou.

Blake olhou para ela, mas não pareceu abalada. Apenas se levantou, pediu licença e passou por ela. Mas a paz no seu rosto mudou quando a garota puxou o cabelo da minha Blake.

— Ei, ei, ei — corri para afastar ela.

Um policial segurou ela.

— Você é apaixonada por ele — Blake concluiu — não se preocupa, quando ele sair, se sair da prisão, você não vai mais fazer o tipo dele.

— VAGABUNDA.

Blake não ligou, apenas se afastou o mais rápido possível. Quando passou pela porta, sua expressão mudou da agua para o vinho.

A seriedade tomou conta do seu rosto. Colocou o casaco, mesmo que estivesse fazendo quase 40° lá fora, e colocou o capuz. Graças a mídia, ficava quase impossível entrar e sair do tribunal.

Alguns policiais nos ajudaram a sair e entrar no carro, o motorista nos levou para longe da bagunça, e Blake desabou de verdade. Segurei seu rosto, no meu ombro, abri um pouco as pernas, para que ela colocar os pés sob o banco e se aninhar no meu abraço.

— E se o juiz considerar ele inocente? — Perguntou.

— Mesmo que ele considere ele inocente, ele não vai. Iria acabar com a sua carreira e vida, publicamente. Depois do seu relato e do exame de sangue da Lizza, não tem nem como, ser inocente — Marcus explicou colocando a mão nas suas costas.

Blake assentiu contra meu ombro.

— Vai ficar tudo bem — dei um beijo no topo da sua cabeça.

Blake suspirou, seu corpo tremia levemente enquanto ela se aninhava mais perto de mim. O calor do carro contrastava com a tempestade de emoções que passava por sua mente. A sensação de alívio misturada com o medo do que poderia vir a seguir tornava tudo mais intenso.

— Eu só quero que isso acabe — murmurou, sua voz quase inaudível. — Não aguento mais viver com esse peso.

Marcus olhou pela janela, como se estivesse tentando encontrar uma resposta nas ruas que passavam rapidamente. Ele parecia perdido em pensamentos, mas sua presença era um conforto para Blake. Sabíamos que, independentemente do que acontecesse, estaríamos lá para apoiá-la.

— Você é mais forte do que pensa — disse ele, virando-se para encará-la. — Esta é apenas uma parte da sua história. Não deixe que isso defina quem você é.

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