5 - Billie

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Ai gente, tá muito triste...

Comenta, se não eu sumo.

Me sentia uma idiota, estava em uma loja de brinquedos comprando um urso de pelúcia

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Me sentia uma idiota, estava em uma loja de brinquedos comprando um urso de pelúcia.

— Qual o maior?

— Billie, pelo amor de Deus — Finneas resmungou do meu lado.

— Eu vou levar um presente para ela.

— Como você conheceu ela?

Eu não contava tudo para o meu irmão, não fazia muitas coisas erradas. Mas eu sabia que ele iria me julgar, chamar de louca e de inconsequente. Que se a mídia descobrisse, eu estaria acabada.

E admito, fiz isso uma vez, e não faria de novo. Mas eu me apaixonei por ela.

— Eu fez um trabalho para mim, coisa pessoal.

Um trabalho bem pessoal.

— Mas levar um presente para a filha dela, não é um pouco de mais?

De mais? Como eu queria contar a alguém o que ela fez... trinta e cinco mil, muito bem gastos.

— Não. A garotinha está tão debilitada. E tem so dois anos.

— Pega logo esse urso então, mas leva um de tamanho normal.

Sorri para o meu irmão, que parecia um pouco impaciente com uma das minhas loucuras apaixonadas.

Comprei um urso de meio metro, e ainda passei em uma doçaria e comprei alguns chocolates. Crianças felizes se recuperam mais rápido.

— Vai comigo? — Perguntei achando que ele iria para casa ficar com a Cláudia até meio-dia.

— Vou, quero conhecer ela.

Talvez eu tenha me fodido um pouco, ele iria perguntar para ela com o que ele trabalha e ela iria revelar e ele iria surtar comigo.

— Não precisa, vai ficar com a Claudia.

— Billie, eu vou com você.

Ele não mudaria de ideia, eu conheço meu irmão. Eu estava totalmente ferrada. Mas talvez ela mentisse.

Talvez ela não saia falando para todo mundo o que ela faz. Ela não deve falar, tenho certeza.

Eu preciso estar certa.

Entrei no carro e dirigi em direção do hospital. O caminho foi tranquilo, não aconteceu nada que fosse preciso mudar de rota e deixar Finneas em algum lugar. Ele realmente iria comigo. Iria conhecer a Brooke.

Era estranho pensar que meu irmão iria conhecer a mulher por quem me apaixonei. Ele sempre foi protetor e cuidadoso, e eu sabia que ele não concordaria com o que havia acontecido entre nós. Mas eu não tinha escolha, não é como se eu tivesse muita escolha.

Ao chegarmos ao hospital, fomos informados de que a Mia estava no quarto 305. Subimos as escadas e caminhamos pelo corredor, eu estava nervosa. Não sabia como minha Finneas iria reagir.

Ao entrarmos no quarto, vi Mia deitada na cama, com. Ela parecia frágil e cansada, mas quem estava ao seu lado não era Brooke.

— Posso ajudar? — Perguntou o homem se levantando.

— Eu sou amiga da Brooke, eu trouxe um presente para Mia. — Falei levantando o urso.

— Amiga? — Perguntou em tom acusatório, é claro, ele deve saber com que ela trabalha. — Eu te conheço de algum lugar.

— Billie Eilish, — falei esticando a mão para apresentar — Você é?

— Marcus, pai da Mia. Conheceu a Brooke no trabalho?

Ele sabia.

— Sim.

— Não sabia que ela tinha começado a misturar a vida privada com profissional.

— Eu não sabia que ela tinha uma filha até a vir no hospital. Ela não havia dito nada.

Ele assentiu desconfiado.

Fui em direção a Mia e a entreguei o urso, que era maior do que ela. Ela era bem pequena para uma criança de dois anos.

— Dormiu bem? — Perguntei a menina.

— Eu quero a mamãe.

Também quero a sua mamãe.

— A mamãe já vem, ela está em casa, meu girassol.

Ela já está em um relacionamento, eu sou muito idiota de pensar que so por causa da profissão dela ela não teria um relacionamento.

— Trabalha com o que? — Perguntei.

— Diretor do setor de transporte. Estava em Bangladesh, vim direto assim que soube que meu girassol estava internado — falou fazendo carinho no topo da cabeça da menina.

Assenti, não parecia muito interessante. Mas com certeza dava muito dinheiro.

— Ela vai chegar por volta do meio dia. Se quiser voltar outra hora...

— Tudo bem, so queria dizer um oi e dar esse urso para Mia, achei a cara dela quando vi na vitrine.

— Até mais, então.

Sai do quarto com Finneas, me sentindo desolada.

Não era o que eu esperava. Eu tinha imaginado um reencontro com Brooke, uma chance de explicar tudo, de tentar consertar as coisas. Dizer que eu não sou louca, nem uma stalker. Mas ela não estava lá. E agora eu me sentia ainda mais idiota por ter me deixado levar por uma paixão tão complicada.

No caminho de volta para casa, Finneas me olhou com uma expressão preocupada.

— Billie, você está bem? Parece abalada.

Balancei a cabeça, tentando afastar os pensamentos confusos que ocupavam minha mente.

— Estou bem, só não era o que eu esperava. Brooke não estava lá.

Finneas suspirou, parecendo aliviado.

— Talvez seja até melhor assim, Billie. Essa situação toda já é complicada demais.

Eu sabia que ele estava certo. Era melhor deixar as coisas como estavam, seguir em frente e aprender com os erros. Mas ainda assim, meu coração doía por Brooke, por Mia e por tudo o que poderia ter sido.

Chegamos em casa e Finneas me abraçou, como sempre fazia nos momentos difíceis.

— Você vai superar isso, Billie. E eu estarei aqui para te apoiar.

Agradeci silenciosamente pelo meu irmão, me ajudar a não parecer uma completa idiota.

Assim que ele saiu, olhei a redor, aquela casa enorme e sem vida. Não devia ter mudado para uma casa tão grande. Eu não precisava.

Me sentei no chão, ali mesmo na porta. Eu deveria fazer alguma coisa. Meus móveis antigos não cabiam, sumiam nessa sala.

Eu estava sozinha. Eu não tinha mais ninguém.

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