Cheguei correndo no hospital. Minha mãe tinha dirigido, disse que eu não tinha condições, mas ela é muito devagar.
— Estou procurando Blake Montenegro, ela veio de ambulância.
— É o que dela? — A recepcionista perguntou
— Namorada.
— Infelizmente não posso passar informações sobre pacientes.
— Pode ao menos me dizer se ela esta viva?
— Está.
Me afastei do balcão nervosa, peguei o celular e liguei de volta para Marcus. Ele quem tinha me avisado.
— Já chegou? — Perguntei assim que ele atendeu.
"Não, você já?"
— Já, mais não querem me dar nenhuma informação.
"Estou há alguns quarteirões, parado no transito, estava do outro lado da cidade, já estou chegando."
Desliguei o telefone, eu andava de um lado para o outro.
— Billie, senta — falou pegando minha mão.
Fiz o que minha mãe mandou, mas me levantei de novo. Eu não conseguia ficar parada, não devia ter deixado ela só na casa.
Já que eu não me sentava, minha mãe se levantou e me abraçou. O que foi o suficiente para eu desabar. Não me importei com a pessoa gravando no canto da sala achando que eu não veria. Daqui algumas horas essas imagens estariam correndo a Internet e eu não me importo.
Não tenho certeza de quanto tempo demorou, mas assim que Marcus chegou, não o cumprimentei. Apenas fui até o balcão.
— Quero saber sobre a Blake Montenegro — falei.
— Já disse senhorita, não posso passar informações dela.
— Para mim pode, somos casados legalmente ainda — Marcus falou.
Nossa, eu teria que explicar isso para minha mãe.
— Tudo bem — mexeu um pouco no computador — ela esta em cirurgia, por causa de um AVC hemorrágico. O medico já vai vir conversar com vocês.
— E a Mia Montenegro?
— Está na pediatria, esta bem. Segundo andar. Vou precisar dos documentos para liberar a entrada.
Com crachá, eu, Marcus e minha mãe subimos para o segundo andar.
Mia estava deitada na maca dormindo. Marcus se aproximou na filha e fez carinho no seu cabelo. Me aproximei. Ela não deviam ter passado por isso.
— Você é o pai da Mia? — um medico perguntou se aproximando.
— Sim, Marcus.
— Podemos conversar na minha sala?
Ele assentiu.
— Fica com ela, para caso ela acordar. Por favor — pediu e saiu com o medico.
— Fico.
Minha mãe se sentou na poltrona, enquanto eu enrolava o cabelo dela. Blake adora enrolar o cabelo dela.
— Então essa é a Mia que você falou? — Minha mãe segurava um sorriso no rosto, mas o clima pesado que estava parecia dificultar o seu trabalho.
Assenti.
— Vai dar tudo certo, meu amor. Você ouviu, ela esta em cirurgia, ela vai ficar bem.
Assenti de novo. Eu não conseguia formular nenhuma frase.
Não demorou muito, Mia abriu os olhos sonolenta.
— Oi Billie.
— Oi, Mia. Esta com sono?
A pequena assentiu.
— Cadê a mamãe?
— Mamãe esta com o médico. Daqui a pouco você vê ela.
Ela assentiu de novo e fechou os olhos, voltando a dormir. Provavelmente deram algum remédio que lhe causou sono. Voltei a realidade com o telefone da minha mãe tocando.
— É o seu pai, já volto — falou colocando o celular na orelha e saindo.
Me sentei onde ela estava.
Em poucos minutos, Marcus voltou em silêncio. E apenas beijou a testa da filha.
— Ela deu uma acordada, não foi nem meio minuto. Ela queria saber onde a mãe estava.
— Obrigada. Os médicos não sabem o que aconteceu, então deram remédios para acalma-la. Por isso que esta sonolenta.
— Só a Blake vai poder dizer o que aconteceu.
Eu não queria imaginar, mas a minha mente trabalhava para tirar minha paz. E eu estava começando a ficar ansiosa demais.
Não demorou muito e um médico apareceu para conversar sobre a Blake. Minha mãe ficou com a Mia e eu e Marcus fomos conversar em particular com o medico.
— Ela sofreu múltiplas pancadas na cabeça, o que causou um traumatismo craniano e um AVC, fizemos uma cirurgia para parar o sangramento e ela esta na UTI pós cirurgia. Ainda não têm como saber as consequências do AVC, mas o atendimento foi rápido.
— Quando eu posso vê-la? — Perguntei.
— Ela ainda esta na UTI pós-cirúrgica, deve ficar lá por um tempo ainda. Mas em torno de uma hora ela vai para a UTI neurológica e vai poder receber visitas. Vou pedir para um dos internos avisar quando puderem vê-la.
— Obrigada.
Fui para a sala de espera com a minha mãe. Haviam pedido para apenas um ficar, e o justo é o pai ficar.
Estava sentada com a cabeça encostada no ombro da minha mãe quando meu pai chegou com meu irmão. Não é justo. Não é justo eu ter tanto amor familiar enquanto isso acontece com ela. Não devia ser assim.
Não devia.
Meu irmão me entregou um copo de água e uma barrinha para comer.
— São duas da tarde, você tem que comer.
Eu tinha chego 10 e pouca no hospital, não havia passado tanto tempo. Mas aceitei a barrinha e o copo de água.
Segurei a mão da minha mãe o máximo que consegui. Mas a soltei assim que ouvi alguém procurando o acompanhante de Blake Montenegro, me levantei rapidamente, sem me preocupar com a visão ficando preta envolta, eu só preciso ve-la, saber que ela está bem.
— Boa tarde. O Doutor pediu que eu viesse avisar que ela está na UTI normal já. Pode me acompanhar?
O segui pelos corredores do hospital até o quinto andar, entramos na UTI, e o ar que já estava pesado, ficou ainda mais. Assim que a vi, meu chão pareceu desmoronar.
Entrei no seu quarto. Ela estava dormindo, ela tinha cortes do rosto, na bochecha e na testa. Seu olho começava a ficar roxo e a se fechar. Me aproximei devagar, puxando a cadeira para me sentar ao seu lado.
Segurei a sua mão, vendo a sua cicatriz. Passei o dedo sobre ela, sentindo a pele diferente. Abaixei o rosto na sua mão.
— Desculpa, eu não devia ter saído.
Beijei sua mão. A outra estava enfaixada, reparei agora.
Segurei a sua mão com força, não queria solta-la nunca mais. Não se dependesse de mim. Sua mão estava frágil e solta, mas aos poucos seus dedos começaram a se mexer, fechar.
— Blake — falei sentindo as lágrimas escorrerem.
Mas ela não me respondeu.
— Eu estou aqui — falei baixo — a Mia esta bem, e quer saber onde você está... tem que ficar bem, logo. Por favor.

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Alta Libido
Fiksi PenggemarUm pouco de sexo e já bastava para se apaixonar por uma prostituta. Mesmo sendo incrivelmente famosa, a cantora Billie Eilish, decidiu experimentar do mercado da experiência, mas qual seria a probabilidade dela se apaixonar? Enquanto Brooke, ou Blak...