Capitulo 17

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Aleena

Entrei em um cômodo que deduzi ser um escritório, o mesmo era revestido por mármores e madeira maciça.
Me sentei no grande sofá que tinha ali sentindo o olhar de Adônis queimar em mim

Aleena: Comecei a sofrer agressões aos quatorze anos ...

Adônis me encarou de uma maneira neutra e se sentou diante de mim apenas me analisando  com os braços cruzados

Aleena: Hera se casou com Benjamin quando eu tinha doze anos, não me lembro de quase nada antes dessa época, mais lembro de quando minha mãe deu a ele carta branca pra me corrigir, foi quando as agressões começaram, o fato de abrir a boca era motivo pra mim ser corrigida, cada problema que eles tinham era uma punição diferente que eu recebia, no início eu tinha o Lucca, ele era meu amigo e sempre estava lá pra me ajudar depois de uma surra, ele cuidava dos meus ferimentos, me dava conselhos e me prometeu que quando herdasse os bens do Benjamin eu estaria protegida

O corpo de Adônis ficou tenso mais seus olhos não abandonaram os meus em momento algum

Aleena: Então depois de alguns anos Lucca foi estudar fora, eu deveria ir com ele mais de última hora minha mãe me proibiu, eu achei que ele ficaria porque as surras e punições não tinham ido além porque ele sempre entrou no meio, mais ele foi sem olhar pra trás, com o tempo fui observando as ações de Benjamin e Hera, e aos poucos fui entendendo que eu não deveria demonstrar nada porque assim eu não seria punida, as punições foram ficando de lado e quando ocorriam era dolorosas .. consegui um pingo de liberdade que era viajar ou enfim ..No dia em que a gente se conheceu no Brasil eu tinha ido mais cedo do que deveria, minha viagem seria somente na semana seguinte mais Lucca chegou em casa mais cedo e eu nunca soube controlar minhas emoções, eu estava com raiva dele por ter me abandonado .. depois que voltei ele sempre tentou uma reaproximação mais eu não quis .. até que em um dia eu cedi .. permiti que ele me levasse em um ginásio que a empresa estava fazendo mais então as coisas desandaram, começamos a brigar, ele começou a falar algumas coisas que eu não gostei de ouvir embora fossem apenas verdades, eu não queria ouvir nada .. não queria ...

Respirei fundo e olhei pra Adônis que agora estava com os cotovelos no joelho e as maos cruzadas me encarando

Aleena: Eu fiquei cega ... é meu meu ponto fraco, a raiva me cega e minha mente desliga, faço coisas por impulso que não deveria e ...

Adônis: Você o beijou ...

Adônis completou minha frase, não possuía rancor em sua voz ou asco, ele apenas estava vendo as coisas por outros ângulos

Aleena: Eu só queria que ele calasse a boca .. eu nunca senti prazer durante o sexo Adônis, sempre foi doloroso, achei que o problema era comigo que eu não sentia nada, que era uma garota quebrada mas ...

Adônis: Comigo você sentiu !

Ele novamente concluiu e eu assenti

Aleena: Quando assustei Lucca estava ali, com ... estava exposto ... e eu me submeti ... queria que fosse algo como é com a gente .. eu tentei me levantar mais ele não deixou, eu me defendi e corri dele mais ele me alcançou ... eu pedi pra que ele não ... eu não queria que ele ...

Parei de falar sentindo o nó na garganta se formar e fechei os olhos respirando fundo e me proibi mentalmente de chorar, eu estava farta de ser a mocinha em perigo

Aleena: Depois de poucos dias acordei com minha mãe me tirando da cama de um jeito não muito delicado e em seguida Benjamin dizendo que eu havia dado em cima do filho dele e que iria me punir ... ele me castigou da maneira mais dolorosa que ele sabia ..

Adônis: Te afundou em um lago congelado ..

Encarei Adônis surpresa e ele se levantou e caminhou até o pequeno bar que possuía ali no escritório e se serviu de uma bebida e acabou com a mesma em um gole

Adônis: Ouvi sua conversa com a minha mãe .. embora eu já soubesse de tudo fico grato por decidir me contar

Me levantei sem saber se deveria tentar uma aproximação ou ficar onde estava, Adônis deveria estar com repulsa de mim e não o julgava, por mais que eu estivesse com um pequeno medo no fundo de ser tocada novamente por um homem, eu queria ser tocada por ele, queria sentir suas mãos em mim, sentir o que ele me fazia sentir porque era os únicos momento que eu realmente me sentia viva

Aleena: Você me ajudou muito Adônis ... não sei como agradecer ...

Adônis: Existe uma maneira ..

O encarei sem entender até que ele me encarou de um jeito que chegava a ser sufocante

Adônis: O que você sabe sobre os negócios de Benjamin Romano ?

Aleena: Apenas que ele possui uma empresa de tecidos, ele nunca me deixou participar ou saber de algo sobre sua empresa, porque ?

Adônis: Estou na cola de Benjamin há cinco anos Aleena, ele mexeu com o que não devia e provocou que não deveria

Aleena: Como assim ?

Adônis: Benjamin abriu uma frota de casas de show, mais usava mulheres traficadas como putas do seu negócio

Franzi o cenho pois nunca tinha ouvido ele falar sobre nada a respeito apesar que ele era muito reservado com seus negócios

Adônis: E estava começando a fazer o mesmo com crianças ...

Solucei ao receber a notícia e podia ver pelo olhar de Adônis que ele buscava de algum meio saber se eu estava sendo sincera ou não

Aleena: Não entendo ... porque você está de olho nele todos esses anos ? Você é da polícia?

Adônis riu e negou com a cabeça e o vi colocar o copo em cima da mesinha com uma naturalidade que me deixava tensa

Adônis: Estou muito longe de ser da polícia, e estou de olho nele esperando apenas o primeiro deslize pra arrancar a cabeça dele com minhas próprias mãos, ele não é burro e isso eu admiro, embora todo o esquema leve diretamente a ele, ele usa terceiros como fachada, então de acordo com a famiglia, não posso matar um filho da puta por suposições, preciso de provas concretas .. Mais eu vou matá-lo nao por toda essa palhaçada de prostituição, mais porque ele tocou em algo que não deveria tocar !

Suas palavras me deixaram sem ar e ali havia muitas promessas em oculto que meu pobre coração por alguma razão fodida gostou, mais algo me chamou a atenção

Aleena: Famiglia ?

Adônis me olhou e pela primeira vez consegui ver quem realmente era ele, seu olhar estava escuro e carregado de uma tempestade, havia escuridão ali, embora me atraísse.
Adônis não precisou dizer muito porque eu apenas associei as informações que tinha, eu deveria perguntar mais não conseguia.
E embora toda essa situação fosse fodida eu ainda era a enteada do homem que ele estava procurando, de alguma forma isso deveria trazer problemas pra Adônis e isso era a última coisa que eu queria

Aleena: Posso te pedir um último favor ?

Adônis me encarou como se tivesse sido pego de surpresa e assentiu esperando pelo meu pedido

Aleena: Eu não quero voltar pra casa, eu preciso recomeçar ... teria como você me emprestar algum lugar que eu possa ficar ? Somente até conseguir arrumar um serviço ou algo do tipo

Adônis ergueu a sobrancelha e deu um sorriso de canto que era pra lá de perigoso, pude ver ele se aproximar de mim e agarrar minha nuca, nossos olhos estavam fixos um no outro e ele se curvou trazendo sua boca em direção ao meu ouvido

Adônis: Você me pertence ...

Era uma promessa selada !
Eu não sabia o que ele queria dizer com aquilo mais como se quisesse selar uma promessa oculta sua boca reivindicou a minha de uma maneira totalmente bruta, não havia carinho ou algo semelhante, apenas posse e raiva e eu realmente gostava daquilo.

Império ManciniOnde histórias criam vida. Descubra agora