Capitulo 59

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Aleena


Acordei essa manhã decidida a ir a missa com Elettra, ela sempre me convidava mais eu nunca ia. Eu achava hipocrisia ir em missas ocasionalmente apenas para pedir ou algo do tipo, mais eu sentia que hoje precisava ir.
Me levantei vendo que a cama ao meu lado estava vazia o que significava que Adonis já estaria acordado a um bom tempo. Me levantei e fiz minha higiene, me arrumei e sair do quarto ouvindo a casa em puro silêncio o que era raro.
Desci as escadas vendo que a mesa estava posta mais completamente vazia, me sentei enquanto me servia um copo de suco quando vi Ranya descer as escadas com o semblante mórbido.

Aleena: Bom dia !

Ranya: Só se for pra você turma da felicidade

Ergui uma sobrancelha enquanto ela se jogava em uma das cadeiras e se servia uma xícara gigante de café

Aleena: Acordou de mal humor ...

Ranya: Não ... Só não suporto pessoas vomitando arco-íris perto de mim tão cedo

Aleena: Desculpa se eu estou de bom humor ...

Ranya tomou um gole do seu café e me encarou como se tivesse há dias sem dormir

Ranya: Só preciso de um café...

Apenas assenti e foquei em tomar meu café, quase quinze minutos depois olhei pros lados procurando alguém da casa mais não encontrei absolutamente ninguém

Aleena: Viu por onde anda todos ?

Ranya: Elettra disse que ia levar Cesare pra longe da mansão porque queria um tempo a sós com ele, o fato de você não saber do próprio marido só me faz acreditar que ele esteja no escritório e o chifrudo do Dante não faço ideia de por onde anda ...

Aleena: Chifrudo ?

Ranya: Aquele demônio ...

Ergui uma sobrancelha e ela apenas inspirou fundo e mordeu um pedaço da maçã que segurava

Ranya: Onde vai toda arrumada ?

Aleena: Bom, eu ia a missa, mais Elettra não está ...

Ranya: Vamos ... Vou com você ... Tô precisando ser perdoada pelos meus pecados ..

Ergui uma sobrancelha e soltei uma pequena risada enquanto me levantei pra ir atrás de Adonis para me despedir.

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Paramos em frente a igreja e encarei Ranya que olhava agora o local meio incerta.
Descemos do carro e não pude deixar de notar a escolta em volta de nós, além do nosso carro havia mais três com seguranças. Ranya deu a volta parando ao meu lado e encarou um dos seguranças

Ranya: Cubram o local ..

Rapidamente eles começavam a circular e fomos em direção a igreja.
Assim que entramos a missa já havia começado e nos sentamos em um dos bancos de trás
O padre falava sobre redenção e perdão e todos pareciam vidrados no que ele dizia

Ranya: Acredita nisso ?

Ela perguntou baixinho sem deixar de encarar o padre

Aleena: Em que ?

Ranya: Redenção e perdão ..

Aleena: Você não ?

Ranya: Não ... Redenção é algo que acho que nenhum ser humano é capaz de ter, somos todos egoístas demais ... E em questão de perdão, nunca vi ninguém na minha vida perdoar de fato alguém ...

Aleena: Que bicho te mordeu hoje em ?

Ela não me respondeu e continuamos assistindo a missa, por fim o Padre começou a falar algo sobre vendas e então entrou na parte de dízimos onde algumas pessoas se levantaram e dentre elas Ranya.
Fiquei observando ela andar no imenso corredor e só agora me dei conta de que ela parecia alguém de luto.
Seus cabelos estavam presos em um rabo de cavalo alto, os fios vermelhos a destacava de longe, a jaqueta de couro preta acompanhando a calça que também era no mesmo tom e tecido, a bota de salto grosso.
A vi depositar o papel no cestinho e o padre a encara-la de cima abaixo como se gostasse do que via.
Por fim ela retornou e se sentou ao meu lado novamente e encarou uma senhorinha que vinha vendendo algumas coisas em um cestinho

Senhora: Bom dia crianças, estamos vendendo alguns artigos para a obra da igreja, gostariam de ver algo ?

Eu neguei com a cabeça enquanto Ranya puxou uma almofadinha preta que tinha costurado uma cruz nela

Ranya: O que é isso ?

Senhora: Um chaveiro ... Mais se quiser posso pedir ao padre para rezar e ele se tornar seu amuleto ...

Ranya: Amuleto ?

Ela desviou o olhar da senhora e o voltou pra mim como se realmente acreditasse naquilo

Ranya: Será que isso serve pra manter Dante longe de mim ? Se é um amuleto deve manter as pragas longe né ?

Aleena: O que ?

Ranya: Quero quatro desse por favor, quanto mais melhor ....

Fiquei observando a senhora embrulhar os itens e entregar a Ranya a mil sorrisos enquanto ela apenas tirou a mão do bolso da Jaqueta com um pequeno rolo de notas e entregou a senhora que arregalou os olhos e saiu rapidamente

Aleena: O que é que está acontecendo com você hoje ?

Ranya: Estou com raiva ... Só isso

Aleena: Isso eu pude notar, mais porque?

Ranya: Dante Mancini ...

Antes que eu pudesse abrir a boca a porta da igreja se abriu e dois homens entraram, os rostos estavam sujos de sangue e automaticamente eu e Ranya pulamos do banco vendo o olhar de um dos homens pousar em nós

Homem: ENCONTRAMOS ...

Ranya: Merda ! Corre !

Começamos a correr em direção a saída que tinha na lateral do padre, ouvimos a comoção no salão das pessoas gritando, eu e Ranya entramos em uma salinha que deveria ser do padre

Aleena: E agora ?

Ranya: Precisamos sair daqui ...

Olhamos ao redor e no alto pude ver uma janela e fui até ela tentando alcance mais sem chance, Ranya se agachou um pouco e bateu na coxa como se dissesse pra subir

Aleena: Vou te machucar ...

Ranya: Anda logo caramba, eles estão chegando ...

Encarei a porta ouvindo a briga do lado de fora que provavelmente deveria ser dos seguranças com os outros e abri a janela e impulsionei meu corpo conseguindo passar por ela, assim que estiquei a mão pra ajudar Ranya um homem entrou no cômodo indo pra cima dela que se esquivou rapidamente e lhe acertou uma cotovelada na costela.
É ... Nosso domingo ia ser intenso ...

Império ManciniOnde histórias criam vida. Descubra agora