Capitulo 60

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Ranya

Bônus

Eu não era do tipo religiosa, na verdade nunca fui. Eu era cética.
Eu estava de mal humor, toda vez que brigava ou me desentendia com o Dante era a mesma merda, eu ficava mal humorada e com o jeito assassina ativo.
Quando decidi acompanhar Aleena a igreja era apenas pra tentar distrair minha mente mais ca estava eu brigando com um infeliz.

Cada soco que ele deferia eu me esquivava, até o anel de um de seus dedos cortar a pele da minha bochecha e aquilo sim me irritou.
Dei dois socos em seu rosto o que pareceu sequer fazer cosquinha nele, um chute no joelho e em seguida um mata leão.
Quando o homem caiu encarei o lado de fora onde Aleena batia a cabeça de um homem que eu sequer tinha percebido no chão inúmeras vezes até o homem cair desacordado.
Sua mão se esticou em minha direção e a peguei subindo na janela e a pulando.

Aleena: Pra onde vamos ?

Encarei ao redor vendo alguns homens caídos e na melhor das hipóteses nosso pessoal teria rendido todos e na pior seria o contrário.
Olhei ao redor da igreja vendo que havia apenas dois caminhos a seguir, em direção aos carros ou na direção de uma plantação de trigo

Ranya: Por lá ... Vamos !

Começamos a correr e deixei Aleena liderar, embora eu não soubesse quem era essas pessoas eu deduzia saber quem era, não que eu não me importasse ou não gostasse dela, mais preferia muito mais ser pega pelo inimigo do que voltar pra casa sem a esposa do chefe, as consequências seriam mil vezes piores.

A base que corríamos puxei meu telefone e precisei de apertar apenas um botão pra que a chamada de emergência fosse ativada.
A base que corríamos eu olhava pra trás tentando ver algo ou alguém, mais pude ver a movimentação na plantação o que me deixou mais ansiosa, o telefone chamou algumas vezes até finalmente eu ouvir a voz de Dante do outro lado da linha

Dante: Já rezou por todos seus pecados ? Acredito que você vá passar um mês aí pra confessar todos e ser perdoada ...

Idiota!

Ranya: Código vermelho Dante !

Pude ouvir um breve silêncio e em seguida sua voz ficar mais dura, cada vez que estávamos em encrenca sua voz engrossava e ficava mais rouca o que sempre me deixava um pouco confusa porque causava um efeito estranho em mim

Dante: Onde vocês estão?

Ranya: Não sei ao certo ... Invadiram a igreja, eles estão em grande número, entramos na plantação que tem atrás da igreja mais estão seguindo a gente ...

Eu apenas terminei a frase quando um tiro ecoou e meu telefone caiu no chão

Ranya: Filho da puta !

Ergui a cabeça vendo um homem loiro surgir com um sorriso fino no rosto, seu olhar encarou o telefone e em seguida o vi meter o pé no aparelho e o quebrar.
Me engasguei e senti o gosto metálico na boca e em seguida Aleena surgiu no meu campo de visão com o olhar cheio d'água

Aleena: Ranya ... Ranya ...

Abaixei a cabeça olhando pra sua mão que pressionava um ponto próximo a minha costela mais o sangue escapava por elas

Aleena: Aguenta um pouco ... Só um pouquinho ...

Desconhecido: Finalmente estamos a sós ..

Aleena: O que você pensa que está fazendo Lucca ?

Lucca: Temos contas a acertar ...

O vi puxar Aleena pra longe de mim e fazer um final com a cabeça onde um homem fechou a mão no meu braço e começou a me levar pra longe, sentia meus olhos pesando até finalmente ceder a escuridão.

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Estava frio e escuro, abri os olhos com dificuldade e olhei ao redor sem saber ao certo onde estava, lá fora chovia como se o mundo estivesse anunciando seu fim.
Ouvi soluços e tentei encontrar de onde vinham mais falhei miseravelmente quando a escuridão me tomou novamente.

Quando acordei pela terceira ou quarta vez não me lembro ao certo já era manhã, o cômodo estava claro e agora eu percebia que estávamos em um tipo de porão, olhei ao redor vendo Aleena sentada em um canto, ela abraçava as pernas e tinha o olhar perdido

Ranya: Aleena ?!

Minha voz saiu rouca e a vi erguer a cabeça rapidamente e arregalar os olhos, em um desespero fora do normal ela veio tropeçando até mim, senti suas mãos passarem pelo meu rosto e por algum motivo era bom, era como um sopro gelado em um tempo quente

Aleena: Você está queimando de febre ... Achei que ia morrer, sua pulsação estava fraca ...

Ranya: Você ... Sabe onde estamos ?

Ela negou com a cabeça quando a porta se abriu e o mesmo loiro de antes surgiu mais dessa vez acompanhado por um velho, minha cabeça pendeu pro lado e o senti se apoiar no ombro de Aleena

Lucca: Olha, ela ainda tá viva ...

O vi dar um sorriso em minha direção e apenas fiz o mesmo vendo ele erguer uma sobrancelha

Ranya: Já ouviu falar que vaso ruim não quebra ?!

Lucca: Pode não quebrar, mas quero ver se eu te jogar na fornalha se você não desaparece rapidinho ...

Antes que eu retrucasse Aleena foi mais rápida

Aleena: Ela precisa de um médico ... Por favor...

Benjamin: Você agora sabe usar a palavra por favor? Ela vai morrer na sua frente ... Quero ver como vai explicar a sua nova família que deixou um membro deles morrer bem diante dos seus olhos ...

Senti o corpo dela se tensionar e discutir naquele momento era inevitável, agarrei sua mão a fazendo ficar quieta, o loiro jogou uma muda de roupa pra ela no chão

Lucca: Se vista, venho te buscar daqui a pouco ...

Assim os dois saíram e com uma força sobrenatural tirei minha cabeça do ombro de Aleena e encarei o céu azul pela janela

Ranya: Há quanto tempo estamos aqui ?

Aleena: O que ?

Ranya: Quanto tempo eu dormi ?

Aleena: Eu não sei, umas vinte horas ?!

Encarei Aleena que ainda tinha o rosto inchado e carregava um semblante que se assemelhava a culpa

Ranya: Me escuta ... Você precisa sair daqui..

Aleena: O que ? Como? Você está ferida ...

Ranya: Aleena, presta atenção ... Eles devem estar pra chegar ...

Aleena: Quem ?

Ranya: Dante e Adonis ...

Aleena: Eles não sabem onde estamos ..

Ranya: Acredite em mim ... Eles sabem ... E os dois otários ali podem não ter certeza disso mais sabem que vão vir atras de você .. Então me escuta ... Pra ter uma chance de chegar até eles em segurança você precisa sair desse cômodo

Aleena: Mais e você ?

Ranya: Eu vou ficar bem ..

Aleena: Não .. não vai ... Você não está se vendo como eu estou vendo ... Você não pode me dizer que vão vir buscar a gente porque você não sabe ...

Ranya: Mesmo que eu eu não fique bem, seremos duas mortas por nada ... E eu sei que eles virão porque eu conheço aqueles dois a anos, pelo tempo já estão a caminho ..

Apontei pra onde a peça de roupa estava jogada no chão ... E vi ela se levantar e começar a trocar de roupa.

Império ManciniOnde histórias criam vida. Descubra agora