Acordo subitamente, encontrando o quarto mergulhado na escuridão. Não há lua ou céu claro, apenas a escuridão da noite. Sinto um vazio ao meu lado e percebo que estou sozinha na cama. Acendo o abajur do criado-mudo ao lado, deparando-me com os lençóis emaranhados em minhas pernas. Levanto-me da cama e visto uma camisa de Noah. Meus pulsos estão um pouco vermelhos das cordas, lembrando-me das horas anteriores. Sorrio, negando com a cabeça, e saio do quarto.
Desço as escadas silenciosamente, sentindo o frio do chão em meus pés descalços e o ar gelado ao meu redor. Cruzo os braços sobre o peito e ouço a voz de Noah vindo da cozinha. Paro na entrada e me apoio na parede, observando enquanto ele fala ao telefone. Parece nervoso, andando de um lado para o outro e, às vezes, se apoiando na pia. Provavelmente é sua maneira de controlar a raiva. Ele está vestindo apenas uma calça de moletom, expondo seu corpo musculoso. Sua mão esquerda segura o celular próximo ao ouvido, e seus músculos se tensionam, dando-me um vislumbre da força que ele possui.
- Hel? - pisco algumas vezes, saindo do meu transe, quando percebo Noah parado, me encarando - Depois eu ligo - ele desliga o aparelho e caminha até o meu lado - Está tudo bem? - ele pergunta, sua mão puxando a minha suavemente. Seu olhar desce para os meus pulsos - Está doendo?
- Não - respondo, balançando a cabeça. Os pulsos já não doem mais, apenas uma sensação residual de formigamento permanece. Estou bem.
Ele solta um suspiro de alívio e me envolve em um abraço reconfortante. Sinto sua respiração quente em meu pescoço e meu corpo relaxa contra o seu. Estamos em silêncio por um momento, apenas apreciando a presença um do outro.
- Vem - Noah me coloca sentada em cima da mesa, seus olhos analisam a vermelhidão em meus pulsos. Sem desviar o olhar, ele aplica uma pomada suavemente, seguida por um pequeno beijo reconfortante - Avisei para me dizer se estivesse apertado.
- Não senti na hora - respondo, olhando diretamente em seus olhos. Ele ajeita uma mecha do meu cabelo para trás - O que você estava fazendo lá? - pergunto, referindo-me ao bar, enquanto a pomada é deixada de lado.
- Te salvando - ele responde, sua voz cheia de sinceridade.
- Não foi isso que eu quis dizer - o repreendo, e ele se afasta do meu alcance, apoiando-se na bancada à minha frente e cruzando os braços.
- Eu estava te procurando - Noah confessa, seus olhos fixos em mim - Porque sinto sua falta. Constantemente.
Fico chocada com sua resposta. Por um momento, as palavras ecoam em minha mente. Ele sente minha falta?
- Então, por que você se afasta?
- Porque não sou o cara certo para você - ele continua, sua expressão carregada de tristeza.
Meu coração aperta diante de suas palavras. Noah sempre foi tão confiante e decidido, mas agora o vejo vulnerável, admitindo suas próprias inseguranças.
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Desafios da Sedução: Entre Desejo e Loucura
RomanceHelena Miller, uma recém-formada em busca de oportunidades na sua área, decide viajar para Boston em busca do sucesso profissional. Porém, ela acaba encontrando algo muito diferente do que imaginava. Quando um homem misterioso a desafia com uma pro...