Eu olhei em volta da sala de jantar, tentando absorver todos os detalhes. A iluminação era suave e dava um ar de mistério ao ambiente. A mesa ficava ao canto da sala, com uma toalha branca e retangular que ia até o chão. Duas cadeiras estavam posicionadas em cada quina da mesa, com velas acesas no centro. Além disso, a sala era decorada com um piano branco e vasos grandes, com iluminação indireta. Era um ambiente lindo e perfeito para alguém como Noah, mas ao mesmo tempo misterioso demais para uma simples conversa de propostas.
Noah me indicou a cadeira e eu me sentei, enquanto ele fazia o mesmo na cadeira em frente a mim. Em seguida, ele chamou o garçom e pediu um vinho Henri Jayer Vosne-Romanee. O garçom entregou o menu e saiu, fechando a porta e nos deixando a sós. Noah quebrou o silêncio:
-Espero que sua observação sobre mim seja de admiração e não desaprovação, senhorita Miller.
-Estou apenas avaliando meu ângulo, Sr. Jones - eu respondi, sabendo que ele estava sorrindo mesmo com o menu sobre seu rosto - Agora, pode me dizer qual é a proposta?
-No momento, estou tentando decidir como começar nossa pequena reunião - disse Noah, abaixando o menu - Por favor, não se apresse. Ainda temos tempo.
Em seguida, a porta foi aberta e o garçom trouxe o vinho, que foi cuidadosamente despejado em nossos copos. Quando o garçom saiu, Noah levantou os olhos em um ar superior e ficou ereto na cadeira, colocando as mãos entrelaçadas sobre a mesa. Eu sabia que essa era a deixa dele para falar. Eu me arrumei na cadeira, nervosa, e o encarei, esperando que ele começasse a falar.
Noah, sentado à minha frente no jantar, pronuncia suas palavras de forma clara e objetiva. Seu olhar é fixo em mim enquanto ele fala: - Tentarei ser o mais claro possível. Quero foder você.
Meus olhos se arregalam e, em um gesto brusco, esbarro em um dos talheres que caem ao chão, fazendo um barulho estridente. Rapidamente, agacho-me para pegar os talheres e colocá-los em sua posição original antes de finalmente olhar para Noah, que está com uma expressão divertida.
Ele percebe minha surpresa e comenta: - Sinceridade demais, Senhorita Miller?.
Respondo com uma simples confirmação: - Com certeza - Noah então sugere usar palavras mais minuciosas, mas decido que o vocabulário direto dele é o suficiente.
Ele observa meu rosto em silêncio por alguns segundos antes de finalmente revelar: - Sou praticante de BDSM
Eu fico confusa, perguntando: - Isso é sigla de algum jogo?
Noah ri antes de responder: - Mais ou menos. Mas te garanto que é um jogo bem prazeroso
Enquanto tomo um gole de vinho, percebo minhas mãos tremendo levemente. Noah nota isso e retira o copo de minhas mãos, dizendo: - Chega de vinho para você. Se eu for te foder aqui, quero que esteja em sã consciência.
Minha intimidade começa a ficar levemente úmida, mas tento controlar minhas reações cruzando as pernas. Nesse momento, ouvimos leves batidas na porta, interrompendo nosso diálogo. Os garçons entram com a comida e, assim que eles saem, volto minha atenção para Noah.
- O que significa BDSM? - Perguntei rindo, enquanto ele negava e me olhava divertido.
- BDSM, Senhorita Miller. Bondage, Disciplina, Dominação, Submissão, Sadismo e Masoquismo.
"Puta merda."
- Sou um Dominador, Helena, e desejo que você seja minha submissa - Ele riu levemente, nego rindo e coloco minha mão na testa sem acreditar em suas palavras. - Está rindo de mim?
- Estou - Repondo ainda rindo. - Você me trouxe para Paris porque quer que eu seja sua escrava sexual?
- Você me desafia, Helena. Apenas o fato de aparecer na minha empresa foi um desafio para mim. Eu quero treiná-la, quero fazer de você minha submissa. Não me importo com as outras mulheres. Eu desejo você. E você, me quer? - Meu peito estava ofegante, minha respiração desregulada. A ideia de ser treinada por aquele homem era bem tentadora, mas eu precisava pensar antes de entrar em seu mundo. - Se você decidir se juntar a mim, prometo que minha atenção e dedicação serão exclusivamente para você.
- Eu posso pensar? - Pergunto, surpreendendo-o com minha resposta. Ele assente lentamente e eu pego os documentos de suas mãos, olhando-os brevemente antes de guardá-los no meu colo e olhar confusa para ele.
- Eu vou te dar tempo para pensar. Não quero forçar nada, Helena. Mas saiba que eu estou disposto a te ensinar tudo o que você precisa saber sobre BDSM e a guiá-la nessa jornada. - Ele se levanta, caminha em minha direção e acaricia meu rosto. - E se você decidir que quer experimentar isso comigo, eu estarei aqui. Sempre.
Eu me sinto atraída por ele, mas também estou com medo. É um mundo totalmente novo para mim, e eu não sei se estou pronta para isso. Mas a ideia de ser submissa para Noah me deixa curiosa. Será que eu sou capaz de ser a submissa que ele deseja?
- Noah, eu não sei se estou pronta para isso. - Confesso, sentindo-me vulnerável diante dele.
- Tudo bem, Helena. Vamos começar devagar, e você pode ir me dizendo o que está confortável ou não. - Ele me olha nos olhos e eu posso sentir sua intensidade. Sua mão que segurava minhas mãos agora se solta e ele a leva para meu rosto, acariciando minha bochecha com o polegar.
- Helena - ele sussurra, sua voz rouca e carregada de desejo. - Você é tão linda, tão tentadora.
Meu coração bate mais rápido e eu me sinto como se estivesse prestes a desmaiar. Ele é tão poderoso, tão dominante, e eu não consigo resistir a ele. Eu não quero resistir a ele.
- Você me quer, não é? - ele pergunta, sua voz quase um rosnado.
Eu assinto, incapaz de falar. Noah sorri, um sorriso lento e malicioso que me faz tremer. Ele me levanta da cadeira e me empurra contra a parede. Sua mão segura meus pulsos acima da minha cabeça, enquanto a outra aperta minha cintura com força. Seus lábios colam aos meus com rapidez e sou inundada com seu sabor, uma mistura de vinho doce e um leve toque de menta. Nossas línguas exploram cada canto, como se estivessem mapeando um território desconhecido. Ele aperta minha nádega esquerda e eu não consigo conter um gemido que escapa dos meus lábios.
Sinto-o estremecer contra mim, e sei que ele também me deseja.
Nesse momento, meu sonho se torna realidade.
De repente, tudo para. Os movimentos de Noah cessam e ele se afasta do meu corpo. Ainda ofegante, eu o encaro. Seus lábios estão avermelhados pela força do beijo e tenho certeza de que os meus também estão.
Ele volta para seu assento, e eu sento-me na cadeira em frente a ele e cruzo as pernas, sentindo um leve frio na barriga. Seus olhos percorrem meu corpo e param em minhas pernas cruzadas, percebo o olhar faminto em seus olhos. O silêncio fica no ar por um momento, fazendo com que eu me sinta ainda mais nervosa.
Finalmente, ele quebra o silêncio:
-Espero mesmo que aceite, minha querida. - sua voz soa grave e sensual. Sinto um arrepio percorrer meu corpo, mas tento manter a compostura. Eu engulo em seco, ainda sentindo a tensão sexual entre nós.
Seus olhos brilham com um misto de diversão e excitação, e eu sinto meu coração acelerar. O que será que ele está planejando?
VOCÊ ESTÁ LENDO
Desafios da Sedução: Entre Desejo e Loucura
RomanceHelena Miller, uma recém-formada em busca de oportunidades na sua área, decide viajar para Boston em busca do sucesso profissional. Porém, ela acaba encontrando algo muito diferente do que imaginava. Quando um homem misterioso a desafia com uma pro...