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Isadora
27.11.2019 | quarta-feira.

📍 Maracanã.

Era o dia de finalmente erguermos a taça do título brasileiro, depois de três dias esperando. Flamengo jogaria contra o Ceará, pela trigésima quinta rodada do campeonato brasileiro. No entanto, seria apenas para cumprir tabela, já que o Rubro-Negro conquistou o título. Graças a Deus.

A festa de domingo ocasionou num cansaço do caralho para os jogadores. No dia seguinte tiveram que treinar CEDO, mesmo com o campeonato decidido. Segunda-feira, todos de ressaca, numa baita dor de cabeça... Nada legal.

Fiz parte do grupinho da ressaca, apesar de não ter ingerido muito álcool. Mas se tem uma coisa que eu sou é fraca para bebida. Cinco latinhas e já estou falando nada com nada. Tanto que na segunda, assim que acordei – às dez da manhã –, não fazia IDEIA do que tinha rolado. Estava na casa do Giorgian – ele não estava –, e minha cabeça LATEJAVA. Acordei tão tarde que faltei na faculdade. Giovanna só faltou me matar.

E falando nela...

— Fiquei lindassa com essa camisa, né? Pode falar. — minha melhor amiga diz enquanto caminhava junto à mim para as arquibancadas do Maracanã. Se referia a camiseta autografada, a qual Gabriel prometeu para ela semanas atrás.

— Ficou sim. — eu concordo com sua fala e dou risada — Só cuidado pra sua sócia não descobrir. — brinco, mencionando Rafaella, a namorada do camisa nove.

— Deus me livre. — faz o sinal da cruz em seu corpo, em apavoro — O que menos quero é ter problemas com essa aí. — mostra uma careta, eu dei risada.

Dessa vez meu irmão não vem ao jogo. Milagre? Sim, demais, mas ele preferiu ficar em casa estudando pra vestibular. Sim, ele finalmente tomou vergonha na cara pra isso. Glória que vai sair do pé dos coitados dos meus pais.

Mas sobre o jogo, estava prestes a começar. Jorge Jesus mantém a base que foi campeã brasileira e da América, mas poupa algumas peças titulares. Os laterais Rafinha e Filipe Luís, o zagueiro Pablo Marí, assim como Gerson e Gabigol – suspenso – ficam de fora. No lugar dos que descansavam, entram Rodinei, Renê, Rhodolfo, Diego Ribas e o cria Reinier – que vem se destacando nos últimos jogos.

A partida enfim começou, para o fim da ansiedade de Giovanna. Namoral, nem acreditei que ela largou o Pedro em casa pra vir num jogo comigo. O empecilho sempre era ele – pelo fato do mesmo ser Fluminense. E também, ela não sabe nada de futebol, somente que se chutar em uma rede GIGANTE é gol. Tento explicar pra ela, mas o sono coincidentemente vem na coitada. “Coincidentemente”.

Logo aos sete minutos, Diego cobra falta na segunda trave, Rodrigo Caio toca voltando de cabeça e Willian Arão, disputando com Pedro Ken, manda triscando na trave. O “UUUHHH!” que eu já esperava da torcida inteira veio – incluindo meu e da Gio. Impressionada que minha melhor amiga tava torcendo MESMO.

Aos quinze, Bruno Henrique recebe na área, coloca para cima de Samuel Xavier e cai, pedindo pênalti. Arrascaeta aproveita a sobra e solta uma bomba. Bola explode no travessão da meta alvinegra. O “UUHHH” veio de novo. Quase gol do meu homem.

Vinte e quatro minutos, Renê recebe de Diego na esquerda, avança e cruza na primeira trave. Giorgian se antecipa à marcação e toca de cabeça na rede pelo lado de fora.

𝐌𝐘 𝐎𝐍𝐋𝐘 𝐎𝐍𝐄 | 𝐀𝐑𝐑𝐀𝐒𝐂𝐀𝐄𝐓𝐀Onde histórias criam vida. Descubra agora