𝚃𝚁𝙴𝚂

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Isadora.

Após a partida terminar em zero a zero, eu fiquei alguns segundos no banco da arquibancada, olhando para trás a todo momento.

O por quê? Simples, meu irmão me avisou no meio do jogo que iria dar uma “fugidinha” com sua namorada, mas que seria rápido.

Já se passaram mais de meia-hora e nada dele aparecer.

Será possível que eu vou ter que pedir um Uber pra voltar para casa?

Peguei minha bolsa e caminhei para fora do Maracanã. Me encostei sobre uma parede molhada – por conta da chuva – e tentei me comunicar com minha mãe.

A chance de eu ser assaltada ali era o mínimo de noventa e cinco porcento, mas eu nem me importava com aquilo no momento.

Eu buscava à todo custo uma resposta de um de meus pais, mas ambos não atendiam o telefone e muito menos respondiam as mensagens.

E sim, eu tentei ligar para o meu irmão e Juliana. Rafael apenas mandou uma mensagem dizendo que já estava chegando e exigiu que eu o esperasse.

O meu estresse só estava aumentando, e eu não aguentava mais ficar ali naquele chuvisco.

Não havia nenhuma alma viva naquela rua além da minha. Nenhum sinal de meu irmão.

Meu celular vibra duas vezes e eu tiro da bolsa rapidamente. Era minha mãe retornando a chamada, e o meu iPhone pedindo que meu celular fosse conectado ao carregador, já que a bateria estava com menos de dez porcento.

Que azar.

— Oi mãe, finalmente, né? — eu reclamei devido a demora da mesma para retornar minhas ligações, após sete tentativas de comunicação da minha parte.

— Filha, onde está? Acabei de chegar em casa e não vi vocês aqui. — se refere à mim e meu irmão, em um certo tom de preocupação de mãe.

— Seu filho, mãe. Me deixou sozinha aqui no estádio e foi não sei pra onde com a Ju. — evito os detalhes e olho aos arredores do estádio, procurando o carro de meu irmão que, aparentemente, não estava nem um pouquinho perto.

— Amor, pede um Uber, já está tarde pra ficar pela rua. — mamãe ordenou e eu não vi outra opção a não ser a que ela havia dito.

Me despedi rapidamente da mesma e entrei no aplicativo da Uber. Esperei longos minutos por sinal de algum motorista pelas redondezas, mas sem sucesso. Senti uma grande vontade de jogar o meu celular no chão, de tanta raiva que me tomava.

Agora graças a meu irmãozinho, terei que voltar para casa a pé.

É foda ter que ficar dependendo dos outros.

Sem mais delongas comecei a caminhar, completamente enfurecida com aquele ser humano que eu chamo de irmão. Percebi meu telefone vibrando no bolso da minha calça jeans.

Vi na tela o contato de Rafael. Era uma ligação. Eu atendi imediatamente, ainda caminhando. Estava pronta para dizer umas poucas e boas para aquele irresponsável do meu irmão.

— Isadora, onde cê tá? — ouvi-o dizer do outro lado da linha. Era possível escutar o barulho do carro nas ruas tomadas pela chuva.

𝐌𝐘 𝐎𝐍𝐋𝐘 𝐎𝐍𝐄 | 𝐀𝐑𝐑𝐀𝐒𝐂𝐀𝐄𝐓𝐀Onde histórias criam vida. Descubra agora