𝚄𝙼

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Isadora.
28.09.2019 | sábado.

Meus olhos estavam pregados, eu não sonhava com absolutamente nada e nem ninguém, e sinceramente, isso me dá um alívio.

Talvez eu seja a única pessoa no mundo que não goste de sonhar durante o descanso.

O dia anterior havia sido BEM cansativo pra mim.

Após chegar da faculdade, eu pensei que teria a tarde toda para dormir o tempo que eu quisesse.

Mas só pensei, né?

Giovanna, minha melhor amiga, teve a ideia de irmos ao cinema. Não tinha achado tão ruim, até porque no trato não havia dito que eu ficaria de vela.

Sim, eu fiquei de vela, mais uma vez.

Revirava os olhos à todo momento que via ela aos beijos com Pedro, seu ficante, dentro da sala, em vários momentos do filme.

De noite, fomos à uma balada do Rio de Janeiro, onde eu me diverti bem mais, apesar de beber apenas duas latas de cerveja. Parei de consumir álcool depois das últimas merdas que acabei me metendo. Giovanna odeia que eu não a acompanhe, mas respeita minha decisão.

Cheguei em casa às três e meia da manhã. Já prevejo bronca do meu pai.

Eu dormia tranquila, no meu pensamento que finalmente, depois de uma semana acordando às seis horas da matina, iria ter a liberdade de despertar às duas horas da tarde. Mas quando se tem um irmão mais velho e mandão igual ao meu...

Sem chances!

Foram três batidas na porta do meu quarto, e em seguida, mais quatro. Eu permaneci deitada no colchão confortável da minha cama. Não demorou muito para eu ouvir a porta de madeira se abrindo.

— Isadora, caralho! — Rafael gritou da porta, eu ouvi, porém não respondi — Acorda porra. — senti meu corpo ser balançado pelo mais velho e resmunguei.

— O que é? — murmurei sonolenta, permanecendo com os olhos fechados e ainda jogada sobre a cama.

— Levanta, anda. — mexeu em meus cabelos longos, eu me sentei na cama, dando um bocejo e o olhei, com os olhos quase se fechando — Hoje tem Flamengo, esqueceu?

— É sério isso, Rafael? — peguei meu celular em cima da mesa de cabeceira e, com uma certa dificuldade, olhei a hora — São oito e trinta e dois. Pelo amor de Deus, me deixa dormir. — joguei minha cabeça em meu travesseiro macio e meus olhos voltaram a se fechar.

Ele riu ironicamente. Eu ouvi seus passos se afastando, evidente que era indo até a porta.

— Papai mandou vir acordar você. Ele quer falar contigo. — voltei a abrir os meus olhos lentamente e me sentei na cama de casal — Não demora. — ele saiu do quarto fechando a porta em seguida.

Eu bufei e passei as mãos pelo meu rosto.

Fiquei alguns segundos sentada na cama, já pensando em tudo o que meu pai iria me dizer. Não estava nem um pouco afim de ouvir, mas quem disse que eu tinha escolha?

Assim que me levantei, senti aquela leve tontura de todas as manhãs quando me levanto. Suspirei e me dirigi até o banheiro que havia em meu quarto. Escovei os meus dentes e enxaguei meu rosto, para disfarçar o cansaço e a preguiça que estavam me vencendo naquele momento.

Limpei a minha pele molhada com a toalha e pentiei meus longos cabelos castanhos, logo em seguida fazendo um coque meio solto.

Caminhei até meu closet, já procurando o que vestir, algo simples e caseiro. Coloquei um short jeans claro e a camisa tradicional do Flamengo. E falando nisso, como meu irmão havia dito, teria jogo, e seria contra o São Paulo, no Maracanã.

𝐌𝐘 𝐎𝐍𝐋𝐘 𝐎𝐍𝐄 | 𝐀𝐑𝐑𝐀𝐒𝐂𝐀𝐄𝐓𝐀Onde histórias criam vida. Descubra agora