𝐌𝐘 𝐎𝐍𝐋𝐘 𝐎𝐍𝐄 | 𝐀𝐑𝐑𝐀𝐒𝐂𝐀𝐄𝐓𝐀

𝚅𝙸𝙽𝚃𝙴 𝙴 𝙾𝙸𝚃𝙾

Arrascaeta
mesmo dia do capítulo anterior.

— Sei que vocês estão amando conversar com o Giorgian, afinal, ele é incrível mesmo. — minha namorada diz, e eu soltei uma boa risada da última fala dela  — Mas ele está cansado, e eu também. Acabamos de voltar de uma longa de viagem, e ele de um jogo que o desgastou bastante. Então, se nos dão licença, vamos nos deitar. — ela pega em minha mão e me tira do meio de seu primo Vitor e a tal Maria, que na minha concepção , estava se jogando pra caralho — Voltamos mais tarde, beijinhos! — me puxa em direção às escadas, eu só pude dar um tchau com a mão para seus familiares.

Namoral? Até agradeci quando ela me tirou dali. E não foi nem pela família toda não, mas por aquela prima dela não. Porra, mó estranha. Não sei se era coisa da minha cabeça, mas parecia que ela tava tão assanhada. Toda hora encostando, e eu tive que ficar quieto pra não causar um constrangimento. Que merda.

— AI, EU NÃO SUPORTO ESSA MENINA! — Isadora não esconde a sua raiva, e eu acredito que estava se referindo a sua prima Maria.

— A tú prima? — suponho, me sentando na ponta de sua cama.

— A própria! — deu uma batida leve em cima de sua escrivaninha — Cê percebeu como ela tava se jogando pra você? Que menina cara de pau, cara. — sua voz era alterada, e pô, confesso que nunca vi ela tão puta assim.

— Princesa, calma. Vem aqui. — a chamo com as mãos, ela vem na minha direção e senta em meu colo — No dejes que ella arruine tu paz, beleza? (Não deixe que ela estrague sua paz, beleza?). — acaricio seu rosto.

— É que eu tenho medo que aconteça de novo... — abaixa a cabeça. Sua expressão agora é de receio.

— Acontecer de nuevo? O quê? — pergunto, sem entender o que ela quis dizer.

— Ela já tentou roubar todos os meus namorados. — cruza os braços, dessa vez olhando para cima — O meu primeiro, eu tinha dezesseis anos, trouxe para meus pais conhecerem no Réveillon. Deixei ele no quarto, saí por cinco minutos, e quando voltei, ela tava lá, deitada com ele na cama. E não vou falar os detalhes. — sua fala me deixa boquiaberto — Depois disso, terminamos. E a outra vez, foi com aquele último que já te falei, que era abusivo comigo. Aconteceu o mesmo, saí do quarto para ir ao banheiro, voltei e eles tavam juntos. Diferente da primeira vez, só estavam coladinhos na parede, quase se beijando. Com certeza me viram, e eu só consegui sair de casa correndo. — prestava atenção no que ela me contava — Depois ele veio atrás de mim, pediu desculpas e disse que não ia acontecer de novo. Eu de idiota, perdoei. — ela riu, mas num sentido irônico — Aí depois começou a fase abusiva dele. Nunca mais foi aquele carinhoso do início. — pareceu se lamentar — Prometi nunca mais trazer ninguém aqui enquanto minha prima estivesse, e cá estamos. — riu fraco — E eu tenho medo dela fazer de novo. E não, não é que eu não confie em você. Mas não confio nela.

— ¿Con todo respeto, mi amor? Tu prima es una descarada. — fui sincero com ela, que gargalhou — Incrível que tu própia prima actúe así contigo. — nego com a cabeça, sem acreditar mesmo que exista alguém assim — Minha linda, prometo mantenerme o más longe posible de ella. Quando vê-la, daré a volta. Se falar comigo, ignoraré. Se intentas encostar en mí, desviarei. Te juro. — dou minha palavra a minha namorada.

— Amor, agradeço muito, sério. — sorriu fechado — Mas só ficando longe dela, já fico feliz. Quando falar contigo normalmente, não precisa ignorar, se não ela sai falando pra família toda dela e eles saem falando mal de você, e isso eu não quero. Aí eu armo um barraco mesmo. — bate o pé no chão, eu dei risada. Eu não duvidava nada do que ela disse — Só não cai muito na pilha dela, só isso que eu peço. Não dá brecha.