Na ilha do Suspiro

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Após andarmos pela densa floresta por mais ou menos vinte minutos, chegamos subitamente a um castelo.

- Bem vindos ao meu humilde lar. - disse Acab.

Era uma construção imensa, e muito bonita. Construída em pedra maciça, aparentava ser mais antiga do que realmente era. Havia muitos chafarizes, jardins, flores, árvores...

Ao chegar à porta, um criado uniformizado abriu a enorme porta de madeira e disse:

- Boa noite, senhor.

- Boa noite Marcos. Fez tudo o que lhe pedi antes de sair?

- Está tudo pronto senhor.

O capitão virou-se para nós e falou:

- Os rapazes podem acompanhar Marcos; ele lhes levará aos seus quartos. Meninas venham comigo.

A decoração era opulenta e requintada. Tapeçarias de seda, escadas de mármore branco, tapetes macios, cortinas de cetim e sofás de veludo. Tudo era belo aos meus olhos, mas Acab passava pelos corredores como se ainda estivesse na floresta. Chegamos a um corredor onde em todas as portas havia uma placa dourada com o nome de cada uma de nós.

- Estes são os seus quartos. Podem entrar. - E quando já íamos sair para ver qual era de quem ele completou - Menos você Samantha. Vamos para a reunião com os capitães. Desculpe, mas acho que você não vai dormir esta noite.

- Então eu vou também. - disse Cris.

Sinceramente eu não esperava uma reação daquela vinda dela. Porém me espantei ainda mais quando Acab consentiu com um meneio de cabeça.

- Todas nós vamos para essa caçada. Então vamos todas. - disse eu, por fim.

Minhas companheiras concordaram, e descemos novamente a escada. Só que ao chegar lá embaixo, ele foi até um espelho que ocupava quase toda a extensão da parede. Ele murmurou algumas palavras e depois disse:

- Primeiro as damas.

Demos as mãos e entramos todas juntas. Éramos seis: Milla, Cilla, Karol, Cris, Susan e eu, ansiosas para saber o que iria ser falado naquela reunião.

Era uma sala ampla, com uma mesa de madeira envernizada cheia de cadeiras. Na parede, cobrindo-a inteiramente estava um mapa muito preciso de Kim. E havia sete cadeiras desocupadas. "As nossas", pensei. Katrina ocupava a cabeceira, Lince Parda estava à sua direita e a cadeira à esquerda estava vazia. Imaginei que seria de Acab, mas quando ele entrou, puxou-a dizendo:

- Sente-se.

Após todos terem se acomodado, a rainha levantou-se e falou:

- Muito bem, já que estamos todos aqui quero pedir a vocês que respondam uma coisa: como é que elas estão tão próximas da ilha?

- Não sei. - disse Miguel, que estava sentado do outro lado da mesa, de frente para Cilla e ao lado de vovô, ou melhor, do capitão Ulisses, já que agora eu e ele tínhamos quase a mesma idade. - Depois de a guerra haver sido declarada, elas nunca mais apareceram. Julgamos até que não existissem mais...

Uma mulher da idade de Lince, com feições decididas no rosto belo e jovem, cor de pêssego com cabelos loiros e um brilho diferente nos olhos claros acinzentados, tomou a palavra. Ela usava uma roupa quase igual à do capitão Acab; na verdade, todos os capitães se vestiam de maneira semelhante.

- O melhor que podemos fazer é colocar os serviços mais urgentes somente nas mãos das mulheres, e nas de alguns homens que saibam defender-se contra elas. O Melanhcoliah é forte, e meus companheiros não temem nem mesmo a terrível maldição branca, mas podem matar a própria capitã por uma delas. E eu não quero visitar meu pai agora; se bem que, como sempre, alguns de nós pode ir visitar os parentes se ceder ao canto delas.

Sam, a assassina do mundo perdidoOnde histórias criam vida. Descubra agora