Uma atitude inesperada

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Oito naves fortemente armadas vinham a umas dez milhas em nossa direção. Nuvens escuras e densas avançavam. Logo a tempestade se formaria e ai de quem estivesse naquele lugar quando ela atingisse o seu ápice. Miguel tocou o sino que havia no cesto da gávea e desceu rapidamente. Eu icei-me por uma corda e corri para o meu camarote.

- O que aconteceu Sam? - perguntou Karol.

- Vai começar agora. - respondi-lhe. - Meninas... Peguem suas armas. A festa vai começar!

Todas nós corremos para nos equipar. Abri o armário embutido e tirei de lá minha espada, meu arco, minha alijava, as pistolas e a atriz principal do show: uma das facas especiais, com sua frágil ampola de líquido incolor. Equipei-me e antes de sair, chamei minhas amigas até um canto e disse:

- Meti vocês nessa, e prometo que vou tirar...

- Agradeço por ter me enviado aquele torpedo. - Susan interrompeu-me, com os olhos marejados. - Se eu não tivesse lido ele, não teria vivido os melhores dias da minha vida.

- Digo o mesmo, Maria Samantha. - Cris estava sorrindo. - Descobri que havia algo melhor do que meu skate e meu iPhone.

- Por Kim! - grito Karol. - Por Korus!

E todas juntas:

- Por Sam, a assassina do mundo perdido!

Corremos para fora. Acab e Miguel já estavam preparados para a batalha. As nuvens de tempestade agora já cobriam quase totalmente o céu. Os trovões eram fortes, e faziam o mais corajoso de nós recuar. Acab estava com o megafone na boca e falou aos brados aos outros navios:

- Fiquem atentos!

Já víamos nitidamente os contornos das naves inimigas. Quando vi a bandeira, um arrepio percorreu meu corpo.

Eram uma baleia, um guepardo, uma serpente e uma águia sendo comandados por uma mulher com um bastão longo e reto.

Sam.

- Ora, ora, ora... - disse uma voz vinda da embarcação da frente, onde duas mulheres envolvidas em couraças fortíssimas estavam no bico de proa. Reconheci-as de imediato.

Treva e Lana.

- Mas o que temos aqui, meus bravos: - Treva apontava para nossos navios enquanto falávamos. - um bando de sonhadores tentando destruir nossa amada rainha. Vamos deixar que eles façam isso?

Um forte não foi ouvido das naves comandadas por elas.

Miguel subiu até a carangueja, onde a bandeira do rei Korus e a do capitão Acab tremulavam ao vento. Ele pregou as duas, o que fez com que toda a tripulação fizesse o sinal da cruz.

- Ladies e cavalheiros, estão prontos para o baile? - perguntou o capitão Acab, com o seu mais belo sorriso nos lábios. Todos nós demos gritos de euforia. Vi que em todas os navios, o gesto de Miguel foi repetido: as bandeiras foram pregadas, para que ninguém as pudesse tirar de lá.

Nossas opções eram vencer ou morrer tentando.

- Vejo que minha adorada irmã mais velha está presente na festa! - Treva cantarolou com o megafone na boca, olhando para Luz, que ajustava sua couraça. - Pena que a rainha Samantha não pode vir a este evento...

Tomei o megafone de Acab e bradei:

- É melhor pensar nas suas últimas palavras Treva. Talvez eu não lhe dê tempo para pensar...

Uma forte risada foi ouvida dos navios inimigos.

- Falou agora Maria, a assassina do mundo perdido.

Sam, a assassina do mundo perdidoOnde histórias criam vida. Descubra agora