Fugindo da batalha

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- Venham. - disse Fi.

Quando olhei os cavalos, quase não acreditei.

Era belíssimos, muito grandes, fortes e resistentes. Mas o melhor de tudo não era a beleza.

Eram as asas.

Asas linda, com plumas delicadas e macias.

- Estes são Gardênia, Cherry, Blue e Black. - ele apontou cada um deles, dizendo seus nomes. Cada cavalo se aproximou de um de nós.

O meu foi Cherry, uma égua alva como a neve, de olhos azuis como os meus.

Lince havia me ensinado a montar em sua mansão, e também em Karts. Não tive muita dificuldade em montar, principalmente porque minha montaria era extremamente dócil.

- Muito bem, o plano é este: - disse o velho, conduzindo seu cavalo até a porta. - Vamos voar sobre a ala oeste e cavalgar até chegar na outra ponta do lago. Se alguma der errado, se alguém for ferido ou qualquer outra coisa acontecer, iremos lutar.

Ele esporeou levemente seu cavalo, que abriu as asas e ganhou altitude. Eu, Iscar e Korus o imitamos.

A vista lá de cima era incrível. Quase esqueci o motivo de estar sobrevoando por ali.

Ao virar para olhar os muros, vi os arqueiros lambuzando a ponta das flechas em betume e colocando-as sobre uma tocha para que se incendiassem.

A luta iria começar.

- Desçam! - disse Fi, que logo foi obedecido.

Assim que as patas dos cavalos tocaram o chão, uma flecha passou zunindo por minha cabeça. Depois, uma quase atinge Iscar no ombro.

- Corram! - gritei, esporeando Cherry.

Os cavalos bufavam, pois, devido a neve, ficava muito difícil de andar. Olhei para trás e vi cerca de vinte soldados a cavalo nos perseguindo.

- O que faremos Fi? - perguntou o rei, em meio a correria. A outra ponta do lago ainda estava muito longe.

Rapidamente virei-me na sela e montei de costas. Puxei o arco e atirei uma flecha certeira em um dos cavaleiros.

- Vire Sam! - gritou Iscar.

Eu já conseguia ver a margem do lago. Com algumas palavras ditas em voz baixíssima por Fi, uma luz avermelhada apareceu nela.

- Cavalguem o mais rápido que puderem! - disse ele, esporeando seu cavalo.

O vento estava violentíssimo. Os flocos de neve batiam em meu rosto, então baixei a viseira do capacete.

O primeiro que passou por aquela luz cor de fogo foi o curandeiro. Depois Iscar, Korus e, por último eu.

* * *

Os cavalos estavam sobrevoando uma área totalmente desconhecida para mim.

Era uma bosque imenso, completamente branco. Como no castelo de Salisbury, o tempo ali estava péssimo.

Fi guiou sua montaria para baixo, voando entre as árvores. Seguimos em silêncio.

Havia uma cabana numa clareira. Ele aterrissou e fizemos o mesmo.

Meu coração batia descompassado. Aquilo estava sendo demais para mim. Eu começava a me arrepender por ter tanta sede de aventura.

- Onde estamos? - perguntei.

- Bem próximos de Kim, a grande cidade mãe. - respondeu Fi, conduzindo os cavalos até a casa. - Traga-os para que descansem. A viagem foi muito cansativa.

Sam, a assassina do mundo perdidoOnde histórias criam vida. Descubra agora