22. Obrigada, botão de ouro.

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Seja o meu verão em um dia de inverno, amor.
~ Shawn Mendes

~ Shawn Mendes

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— Me desculpa... Eu acreditei que poderia ajudar e... e entreguei as suas cartas sem o seu consentimento... — Me aproximava dele enquanto dizia todas aquelas palavras. Era aliviador e frustrante ao mesmo tempo saber que meu plano não deu tão certo. — Eu acreditei que seus pais deviam te amar novamente. Assim como aquela sua frase diz, sabe? E... e não funcionou. É claro que não funcionaria, seus pais nunca deixaram de te amar mesmo em meio aos caos.— Abaixei a minha cabeça, sentindo o ar um pouco mais pesado que o costume.

Será que eu sou a culpada? Será que o fato de não querer que ele fosse embora influenciou a resolução do seu assunto pendente?

— Não precisa se desculpar. Você me ajudou mais do que eu gostaria de admitir. — Ele soltou uma risada baixa, tão baixa que eu nem acreditei quando ocorreu. — Nunca... nunca imaginei que veria minha mãe chorando por me perder. É quase... impossível de acreditar. — Baixou, mais uma vez, sua cabeça, como se a dor fosse demais para aguentar. — Obrigada, loirinha. Você me fez ver que eles me amavam ao ponto de sentir remorso por tudo que fizeram. E agora... agora me parece que consigo perdoá-los. Mas por alguma razão... o assunto não foi resolvido. — Lorenzo suspirou, apoiando sua cabeça no batente da janela, não encostando totalmente a cabeça no batente, pois ainda havia aquela distância. — Acho que falhamos na primeira tentativa.

— É... falhamos. — Suspirei, apoiando-me mais na janela, observando como o dia estava cinzento. Provavelmente uma forte chuva estava a caminho. — O que será que deu errado? Eu tinha tanta certeza sobre isso... — Me questionei.

— Talvez a ideia esteja certa, mas não tem a ver com os meus pais. — Ele acrescentou, pensativo. Talvez realmente fosse isso.

Talvez Lorenzo tenha assuntos pendentes com outra pessoa, talvez deva perdoar e ser perdoado por outra pessoa, talvez deva ser amado por outra pessoa, talvez deva dizer tudo aquilo que não disse em vida para uma outra pessoa.

— Você tem alguém em mente? Alguém que, não sei, mereça uma carta? — Perguntei, sentindo o meu corpo um pouco mais cansado que o normal. Não era um costume ficar tanto tempo dentro de um ônibus como eu fiquei hoje.

Suspirei, antes de me virar para o quarto e me sentar na cama, retirando os tênis e o casaco de escola. Um frio percorreu os meus braços agora descobertos. É, realmente parecia que iria chover.

— Talvez os meninos do salão. Eu realmente me arrependo de não ter dito coisas a eles. Me arrependo, principalmente, pela forma como foram tratados pelos meus pais muitas vezes e eu não os defendia tanto. Talvez seja isso, não é? Talvez existam sentimentos que eles também precisam liberar. — Eu assenti, me deitando na cama e fechando os olhos. Estava cansada demais e ouvir a sua voz era uma calmaria para o meu ser. Sua voz era tão pacífica, tão suave...

Te Encontrei Para Me AmarOnde histórias criam vida. Descubra agora