A vida e a morte constituem o limite extremo da existência humana. Os seres humanos nascem para morrer, respiram para deixar de respirar, seus corações batem para deixar de bater e suas vidas surgem para desaparecer.
O ciclo sempre foi assim, se rep...
Eu te amo como se ama certas coisas obscuras, secretamente, entre a sombra e a alma. ~ Pablo Neruda
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Há momentos na vida que chegamos no limite. Um limite que nós mesmos estabelecemos por achar que não conseguimos mais prosseguir em alguma situação.
Talvez você já estabeleceu alguns limites ao longo da vida. Talvez em uma rotina cansativa de exercícios físicos, de estudos, de trabalho... Em algum momento cansou de tudo isso...
Talvez o seu limite tenha sido mais emocional, quem sabe? Talvez você tenha cansado de prosseguir com a amizade de alguém que não te entende, ou cansou de perdoar o seu namorado que sempre diz estar arrependido... Talvez tenha cansado de confiar nas pessoas e aí o limite é estabelecido.
Quando um limite é estabelecido... é porque a alma e o coração gritam por ajuda.
✶
— Não é o que você está pensando, meu amor! — Eu não sentia mais o meu corpo. Ao entrar naquela sala de aula e me deparar com aquela cena inacreditável da minha melhor amiga e o meu querido namorado aos beijos, eu não sentia absolutamente nada.
Dizem que quando a confiança é quebrada, não se pode voltar atrás. Mas por que voltei atrás tantas vezes? Era óbvio que ele não mudaria.
Quantas vezes deixei que errasse comigo pelo simples fato de gostar dele e não querer perdê-lo? Mas talvez eu não gostasse dele de verdade.
Acontece que quando você passa muito tempo sozinha sem ter alguém para compartilhar os seus pensamentos mais profundos, acaba se apegando a qualquer mínimo de atenção que recebe.
— Foi um acidente, Ayla! — A menina que eu acreditava, com todas as forças, ser a minha melhor amiga, teve a audácia de declarar. — Eu nunca faria isso com você! Somos amigas!
Eu estava cansada daquilo. Cansada daquelas lágrimas falsas de vítima que sempre me faziam virar a vilã da história. Ela tinha uma terrível mania de manipular a situação, fazendo o jogo virar a favor dela.
Estava cansada de jogar contra todos eles.
As pessoas aos poucos foram se juntando na sala de aula, buscando entender o que acontecia. Claro, era um conforto para elas saber que a vida de alguém estava entrando em crise.
— Amor, calma! Foi só um acidente, tudo bem? Não pense nada errado. — Ygor tentou se aproximar de mim, mas no mesmo instante me afastei, o encarando com o olhar cansado.
Por que eu ainda permitia que as pessoas me tratassem daquele jeito?
— Sabe... Eu já passei por tanta coisa, Ygor. Eu acho que não merecia ser tratada assim pelas pessoas que eu jurava que dessa vez fariam diferente. Que dessa vez... eu podia confiar... — Respirei bem fundo, fechando o meu punho. Não queria chorar na frente de todos, aquilo seria a gota d'água. — Se querem ficar juntos, tudo bem. O empecilho está se retirando do caminho. — Tendo dito isso, me virei de costas para eles e pude contemplar ainda mais a multidão que aguardava um briga. Mas eles não teriam isso.
