49. A definição do amor.

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Lutar pelo amor é bom, mas alcançá-lo sem luta é melhor.
~ William Shakespeare

~ William Shakespeare

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Narrado por Ayla.

Duas horas da manhã de um domingo, e eu estou me revirando na cama em uma tentativa desesperada de conseguir dormir. Passei a noite em um estádio de futebol onde aconteceria um jogo de um time que Benjamin torcia. O irônico era ver que Melina torcia para o time oposto e os dois passaram dois tempos inteiros do jogo discutindo qual time era o melhor. E seguiram assim até finalmente nos separarmos e cada um ir para sua casa.

Eu estava cansada, mas não era fisicamente. Estava cansada da minha mente que a todo instante resolvia voltar para o mesmo assunto, um assunto que agora, mais do que antes, me perseguia por onde quer que eu andava.

Eu sou a sua pendência.

Mas por que queria me manter longe? Por que não queria que eu o amasse? Por que não queria receber a sua salvação eterna? Se Lorenzo já sabia que eu era o seu assunto, por que não me disse e decidiu resolver? Era tão ruim a ideia de me manter por perto? De me amar?

Ergui o meu corpo da cama e levei a mão até os cabelos, esfregando os fios e suspirando. Toquei os meus pés no chão e olhei para a luz acesa do banheiro, pensando em me levantar e tomar um banho de água quente. Quem sabe assim eu consiga dormir?

— Está com dificuldade para dormir? — Escutei sua voz grave vindo da janela e imediatamente olhei, assustada. Lorenzo estava com as mãos nos bolsos, a cabeça baixa e um olhar distante. Ele parecia pensar se deveria se aproximar de mim, como se analisasse a minha reação.

— O que está fazendo aqui? — Me levantei da cama, encarando o seu rosto com os olhos cheios de lágrimas. Era uma surpresa vê-lo ali, não esperava vê-lo nunca mais e meu ser estava imensamente feliz.

E eu me odiava por estar feliz. Me odiava por meu coração ser tão fraco ao ponto de deseja-lo dessa forma.

— Posso te pedir um favor, loirinha? — Travei o maxilar no mesmo instante em que ele soltou o apelido que fazia o meu estômago formigar. — Quer dizer... Ayla. — Desviou os seus olhos, com certa tristeza no semblante. — Você é a única que pode fazer isso por mim.

Seus olhos voltaram a encarar os meus, como se estivesse suplicando silenciosamente para que eu aceitasse seja lá o que fosse. Era impossível negar, algo dentro de mim me impedia de negar. E por isso, eu engoli em seco, fechei os punhos e suspirei.

Talvez ele finalmente diga que quer resolver o seu assunto inacabado. Talvez tenha voltado porque se arrependeu de ter se afastado de mim, e percebeu que precisava verdadeiramente da minha ajuda se quisesse conseguir a vida eterna.

Te Encontrei Para Me AmarOnde histórias criam vida. Descubra agora