Capítulo 37

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Maratona 3/3

Pov. Leah

Era uma manhã tranquila e o céu ainda exibia tons cinzento quando comecei minha caminhada diária. O ar fresco e a quietude das 6:00 da manhã eram perfeitos para clarear a mente e preparar o corpo para o dia que viria. Enquanto seguia pelo meu trajeto habitual, notei uma silhueta ao longe. A princípio, pensei ser outro madrugador aproveitando a calmaria, mas algo na maneira como ela se movia me fez suspeitar. Mantinha uma distância constante, e cada vez que eu acelerava o passo, ela também acelerava.

A inquietação cresceu dentro de mim, e quando reconheci que estava apenas a algumas quadras de casa, decidi que era melhor não arriscar. Corri o mais rápido que pude, sentindo o coração bater forte contra o peito. Cheguei em casa, tranquei a porta atrás de mim e respirei aliviado. Não havia tempo para ponderar sobre o ocorrido; precisava me arrumar para o trabalho.

Enquanto vestia o jaleco branco e preparava minha maleta, o incidente da manhã ainda ecoava em minha mente. "Doutora, você está bem?" perguntou a enfermeira assim que cheguei ao hospital. "Sim, só um pouco cansado da corrida matinal," respondi com um sorriso forçado. "Bem, os pequenos pacientes já estão à sua espera," ela disse, devolvendo o sorriso. E com isso, deixei a estranheza da manhã para trás, focando na alegria e na esperança que meu trabalho  sempre trazia.
O dia no hospital começou como qualquer outro, mas com uma corrente de expectativa no ar. As horas passaram entre consultas e risadas infantis, até que o relógio marcava quase o fim do meu turno. Foi quando o Dr. Carvalho, o diretor do hospital, me chamou para uma conversa em seu escritório.

"Dr. Carvalho, você queria me ver?" perguntei ao entrar na sala espaçosa, com diplomas alinhados na parede.

"Sim, por favor, sente-se," ele disse, apontando para a cadeira à frente de sua mesa. "Tenho observado seu trabalho nos últimos meses, e estou impressionado com sua dedicação e o carinho com que trata seus pequenos pacientes."

Agradeci, sentindo um misto de orgulho e curiosidade sobre onde aquela conversa estava indo.

"Por isso," continuou ele, "gostaria de oferecer-lhe uma promoção. Estamos expandindo nossa ala pediátrica e precisamos de alguém com sua competência para liderar a equipe."

Fiquei sem palavras por um momento, a surpresa e a gratidão me inundando. "Isso é uma honra, Dr. Carvalho. Estou verdadeiramente agradecido pela oportunidade."

"Ótimo," ele disse com um sorriso. "Vamos discutir os detalhes amanhã. Por hoje, vá para casa e celebre. Você merece."

Com um aceno de cabeça, saí do escritório, sentindo uma leveza e uma alegria que não sentia há tempos. A promoção era mais do que um reconhecimento; era a chance de fazer ainda mais pela saúde e felicidade das crianças que tanto me inspiravam.

Ja em minha sala, a porta fechada atrás de mim, comecei a comemorar. Era uma celebração silenciosa, mas cheia de significado. Desde que tomei a difícil decisão de me afastar da minha família, tudo na minha vida parecia estar se encaixando.

"Você conseguiu," sussurrei para mim mesma. "Você construiu uma vida independente, longe das amarras e das expectativas. E agora, essa promoção no hospital... é como se o universo estivesse recompensando sua coragem."

Olhei pela janela, observando as árvores balançando suavemente ao vento lá fora. A sensação de liberdade era palpável. Não havia mais olhares julgadores, nem pressões para seguir um caminho que não era o meu. Eu estava no controle, e cada pequena vitória era um passo em direção à minha própria felicidade.

"Você merece isso," continuei, encorajando a mim mesma. "Seja forte, siga em frente. Você está no caminho certo."

E assim, na solidão da minha sala, celebrei a jornada que me trouxe até aqui. A promoção era apenas o começo. Havia muito mais pela frente, e eu estava pronta para enfrentar cada desafio com determinação e gratidão.

FUTURA SENHORA GREY - Leah clearwater & Christian Grey.Onde histórias criam vida. Descubra agora