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                                 ANNY KAROLINE

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                                 ANNY KAROLINE


Abri os olhos na medida que meu corpo despertava de um torpor de dores, e minha cabeça doía constantemente, as minhas pálpebras ainda estavam pesadas, o que fez parecer que eu tinha acabado de acordar de uma ressaca. A minha visão ainda estava meio embaçada e quando abri meus olhos por completo dei de cara com Estela e... Matías?

Que porra era essa? Tentei me levantar do chão onde estava prostrada, mas minha atitude foi em vão, meus pés estavam acorrentados e minhas mãos estavam amarradas com uma força excessiva sobreposta naquelas cordas.

Olhei em volta do local, o que parecia fechado em sem saída naquele momento. Estela me encarava como se tivesse com pena, já Matías parecia pouco se importar com minha situação. Aos poucos comecei a me lembrar do que tinha me levado ali. O jogo entre Real Madrid x Barcelona, a saída do estádio, a ida ao corredor e... A mão que agarrou meu corpo e tampou meu nariz e boca.

— Que porra eu tô fazendo aqui? — questionei depois de mil pensamentos e Matías soltou uma gargalhada alta, ao encarar Estela vi que ela apenas tinha um olhar de nervosismo e que parecia não estar a par daquilo.

— Você é burra, Karoline? Não te vendo que foi sequestrada? — Matías respondeu.

Mas qual a lógica para Matías me sequestrar? O loiro era rico, seu pai era sócio de um dos maiores hospitais do país, além do mais ele recentemente estava ficando com minha melhor amiga, não é como se ele tivesse uma obsessão por mim.

Já Estela poderia ser justificável estar enrolada em meio a isso. Sebástian a tinha deixado por conta das minhas ameaças, ela sempre estava em busca de um pau amigo para ter dinheiro, o que me levava a crer que ela arquitetou o plano do sequestro para conseguir dinheiro do meu namorado.

— Eu não entendo o motivo de você estar envolvido nisso, Matías. — Falei sem o olhar mas pude sentir que ele se aproximava de mim. Logo o loiro se sentou ao meu lado e soltou um suspiro que parecia ser sofrível.

— Sabe, Karoline. Eu passei minha infância e adolescência tendo que te vigiar. — O que? Que porra é essa? — Na escola eu apenas era um impostor que ficava te olhando pra dar informações a uma pessoa que era obcecada por você.

Arregalei meus olhos em direção a Matías e ele apenas encarava o nada. Estela balançava a perna de forma ansiosa e eu ainda me questionava o que significava essa "obsessão". Ele não era apaixonado por Clara, porra?

— Mas aí eu conheci Clara, a loira tomou de conta dos meus pensamentos e deixei a obsessão que meu pai tinha por você pra lá. — Não, não pode ser... — Sim, esse tempo todo eu estive perto de você e sua turminha de amigos, sem nenhum saber que sou filho de Sebástian.

— Você, não... — Sussurreu incrédula enquanto lágrimas de dor e desespero se apossavam de mim. Sebástian estaria ali?

— Sim, ele é o desgraçado do meu pai. Aquele filho da puta nunca se deu ao trabalho de ser um bom pai pra mim. Quando ele fugiu por suas ameaças ele me procurou, mas só me procurou pra ficar de olho em você, para lhe dar sinais se você estava namorando ou não.

Um Lance Falso - Pedri González Onde histórias criam vida. Descubra agora