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                                  PEDRI GONZÁLEZ

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                                  PEDRI GONZÁLEZ




Um inferno!

Tudo na minha vida tinha virado um tremendo inferno. Karoline havia sumido há dois dias. A merda de DOIS DIAS sem sequer saber onde a minha mulher está. Não consegui ir aos treinos, não tinha cabeça pra absolutamente nada, a não ser que fosse saber o paradeiro da única pessoa que me importava nesse momento.

Xavi vinha me fazendo ligações dia após dia. Meu treinador exigia que eu voltasse aos treinos, mas eu não faria o que ele pediu. A cada instante eu tentava contratar mais policiais, detetives, ou seja lá o que fosse, os colocava em minha casa para caso tivesse alguma notícia de Anny, eu iria poder recebê-las em primeira mão.

Eu tentava não chorar, até conseguia disfarçar na frente da minha família, mas já estava se tornando algo insuportável de conviver. Minha mãe, pai e Fer, estavam tão preocupados quanto eu e já não sabia mais o que falar para Hugo. O pequeno parecia triste, mal conversava e comer já não era a sua tarefa preferida. Nem os doces que ele tanto gostava não o fazia ficar feliz mais.

— Tio Pepi. — nesse momento eu me encontrava em meu quarto, tentando dormir depois de dois dias mal vividos, ao escutar a voz baixinha eu já sabia de imediato de quem era. — Cadê você?

— Tô indo, pequeno. — Caminhei secando as lágrimas do meu rosto no meio do caminho e abri a porta, olhei o garoto que parecia sem chão assim como eu e o abracei pegando em meus braços.

— A mamãe não vai voltar da viagem nunca?


Deitei com Hugo ao meu lado e senti a saliva amarga descer na minha garganta. Foram dois dias falando e reforçando para ele que sua mãe estava viajando a trabalho, era a explicação mais plausível a se falar, até porque não tinha como eu explicar pra uma criança que a sua figura materna havia sido sequestrada.

Se eu me sentia mal imagina aquele garotinho de apenas cinco anos. Seus pais foram pessoas que só o colocaram no mundo e Karoline foi a única pessoa que realmente demonstrou se importar de verdade.

— Ela vai sumi' igual a outla', não é? — Hugo começou a chorar baixinho e deitou sua cabeça sobre meu peito.

— Não, meu amor. — Me sentei sobre a cama e o coloquei em meu colo, encarando seus olhos vermelhos pelo choro. A imagem me fazia ter vontade de desabar também, mas eu não poderia, eu teria que ser forte por ele. — ela tá quase vindo, aconteceu alguns probleminhas na viagem, por isso ela ainda não chegou.

— Mas já são dois dias de você falando isso, Tio Pepi. — Ele aparentemente estava contando os dias igual eu... —  eu tô com medo da mamãe não volta' mais.

— Ela vai voltar, meu amor. — Beijei sua testa e ele soluçou por conta do choro. — A mamãe te ama, eu te amo, nós te amamos. Em breve ela vai estar de volta e você vai ficar muito feliz, assim como eu.

Um Lance Falso - Pedri González Onde histórias criam vida. Descubra agora