Pronta pro jogo

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Ele me acordou bem cedo para tomarmos café e assim que terminamos escovei meus dentes novamente e vesti minha roupa indo com minhas coisas para sala esperá-lo. 

Fiquei um bom tempo jogada no sofá, ficava passando os stories do Instagram totalmente desinteressada, quando vi o stories de uma menina da época do colégio beijando o Lucas, ela parecia ter me coloca nos melhores amigos só pra que eu pudesse ver. Com certeza seria pauta para discussão no meu grupo com as meninas, então printei e joguei lá aguardando os comentários. 

Parei imediatamente de mexer no celular quando escutei a porta do quarto dele abrir e ele descer as escadas correndo. Eu me levantei rapidamente do sofá quando ouvi seu assobio de "vamos". Ele realmente era todo abrasileirado.
No caminho ele conversou algumas coisas comigo, mas nada que tivesse muita importância.

— O que vai fazer hoje? — despertei um pouco para olha-lo. 

— Nada, devo aproveitar o domingo pra descansar. Talvez eu vá só na casa da Bárbara ou da Clara, ou talvez a gente vá em um barzinho conversar atoa. — cruzei as pernas e seus olhos foram diretamente para lá — A estrada Ríos. — empurrei seu rosto para que ele olhasse para rua e ele riu negando com a cabeça. 

— Tá bom, me manda foto quando sair, quero ver o quão linda vai estar. — corei completamente e agora não tinha mais maquiagem, ele pode ver e sorriu um pouco mordendo o lábio inferior. 

— Vou pensar no seu caso, tá bom? — ele concordou. 

Já na porta do meu prédio ele parou o carro e antes que eu colocasse a mão na porta a travou. Olhei-o desentendida e ele disse calmo fechado os olhos. 

— Meu beijo para eu treinar muito bem. 

— Se ontem a noite não foi estímulo pra você treinar um beijinho também não vai. — ri um pouco, mas me aproximei dele lhe dando um selinho demora e depois um mais rápido — Bom treino! Quem sabe eu não te mande uma foto pra estimular o treino. — comentei brincalhona. 

— Melhor o jogo. — ele falou rindo e destravou a porta — Bom dia pra você! 

Assenti, mandei um beijo pra ele e desci do carro subindo rapidamente até meu andar do apartamento. Enquanto procurava a chave dentro da bolsa escutei vozes conhecidas surgirem do elevador. Parei por um segundo pra olhar e nesse um segundo meus dedos finalmente tocaram a chave. 

— Oi, Clara! Você não me avisou que vinha! — me agachei para pegar sua filha no colo — Oi, Mali! Como você tá linda, meu amor! Se a mamãe tivesse avisado a dindinha tinha comprado um monte de coisa para você. — entreguei a chave para que a Clara abrisse a porta e entrei dando milhões de beijinhos na Maria Alice sua filha. 

Maria Alice tinha apenas um aninho e meio, era a coisinha mais fofa que meus olhos já puderam ver, fruto de um relacionamento que não deu certo, mas os dois eram ótimos pais e se esforçavam bastante por ela. 

— Eu avisei, você que não vê o celular mais, só presta atenção no jogador. — revirei os olhos. 

— Até parece. Você não me avisou, mas na geladeira tem fruta, o bolo preferido dela, vou tomar um banho e já volto. — entreguei a Mali para ela — A didi já volta tá bom? 

Corri pro banho para que pudesse passar mais tempo com ela, tinha um tempinho já que não conseguia, sempre estava trabalhando e quando tinha tempo era a semana dela ficar com pai. Quando saí do banho coloquei um short confortável, um top, peguei o baú de brinquedos dela e espalhei na sala dela da que pudéssemos brincar. Enquanto brincávamos olhei o celular confirmando que ela havia mesmo me avisado. 

— Clarinha, o que vamos fazer hoje? — perguntei a olhando sentada no sofá enquanto eu montava blocos com a Mali e aninhava uma boneca ao mesmo tempo. 

— Temos que achar um lugar pra ir, que tenha área kids, porque hoje temos que levar a Mali. — ela respondeu ainda olhando o celular — E a Bárbara cadê?

— Deve ter enfartado de emoção depois do churrasco. — segurei a risada, mas ela não — Que mochila é essa? — apontei para a mochila em seu colo.

— São minhas coisas e da Mali para arrumarmos. 

— Coloca isso no quarto, vocês já são mais do que casa. 

— Tudo bem. Já sei, vamos no bananeira, tem um tempo que não vamos, não é longe daqui e você ama. 

— Ótimo, liga pra Bárbara pra ela dar as caras e aí a gente se arruma. 

Fiquei no chão brincando com a Mali por um bom tempo e a Bárbara só apareceu meio dia, já arrumada e de cara fechada por termos a acordado. Prezávamos tentar passar os domingos juntas, então eu sabia que já já aquilo passaria. 

Eu já havia tomado banho, então ajudei a Clara a arrumar a Mali antes de entregarmos ela para Bárbara e irmos até o quarto nos arrumar. 

Vasculhei todo o guarda-roupa e mesmo tendo bastante coisa nada estava me atraindo, até que lembrei de um look que eu tinha ganhado de um dos meus clientes e que ainda estava na sacola. Um corset estampado e uma mini saia da mesma estampa, parecia o sofá da vovó? Parecia, mas ficava tão lindo no corpo que a gente esquecia. Vesti e peguei uma sandália marrom traspassada no tornozelo e troquei a bolsa marrom de ontem off com detalhes em marrom, mas ainda no mesmo modelo baguete. Sequei o cabelo escovando apenas a franja, fiz uma maquiagem básica, passei o primeiro perfume que minhas mãos alcançaram e fui pros acessórios. Estava feliz então me arrumar estava sendo um prazer. Coloquei dois cordões torcidos, um mais longuinho e outro colocado ao pescoço e um brinco igual, mas colado na orelha, porque o look em si já estava demais. 

Quando finalmente terminamos já passava das 13h e eu estava morta de fome. Decidimos ir no carro da Clara pra não ter que trocar a cadeirinha de lugar, então fui atrás pra ir brincando com a Mali. O caminho era curto até o Bananeira, então ficamos só uns 10 min no carro. 

Eu estava morta de fome, então quando chegamos logo fiz meu pedido e levantei indo levar a Mali pra área kids. 

Na volta enquanto passava entre as mesas escutei uma voz muito parecida com a do Richard, mas presumi que estava doida, porém me lembrei que ele havia pedido uma foto. Voltei vagarosamente pelo caminho e ouvi de novo. 

— Eu estou meio sem tempo, gata. Desculpa, mas eu vou te recompensar. — isso me fez olhar diretamente para a direção de onde estava vindo a voz. 

Era um celular, uma ligação de vídeo, quem faz isso no meio de tanta gente? Mas aquilo me fez ferver o sangue e não era de um jeito bom, era a mesma menina do Allianz. Ela fazia carinha de pidona e ele tentava consola-la. Se era esse o joguinho que ele queria jogar eu estava perfeitamente pronta para ele e não deixaria baixinho. Ele queria foto? Ele teria. 

Fui até o banheiro tirar, porque com toda certeza eu tiraria uma foto de corpo inteiro e fiz questão de enviá-la com um presentinho para que ele soubesse que por maior que seja essa cidade nada fica escondido por muito tempo. 

"FOTO: Eu estou meio sem tempo, gata. Desculpa, mas eu vou te recompensar."

Reserva- Richard RiosOnde histórias criam vida. Descubra agora