Embate

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Na volta da sua viagem o Diego apareceu de surpresa no escritório. Por incrível que pareça eu nunca fui muita adepta a flores e ele já tinha percebido isso. Então apareceu por lá com uma caixinha do meu doce favorito e isso fez com que meu sorriso se abrisse de canto a canto. Tipo uma certeza de que eu estava fazendo o certo. 

Não ficamos muito no escritório, primeiro porque já era fim de expediente, segundo porque ele queria me levar pra jantar. E se ele queria eu faria, pelo menos naquele dia.
O janto foi como sempre era com o Diego: leve. Não tinha o que melhorar, era sempre bom, sem medos e sem cobranças. 

Ele quase nunca ia para o meu apartamento, mas dessa vez decidimos ir. Assim que o carro parou estacionado na rua mesmo em frente ao prédio, ele pulou do mesmo dando a volta para me ajudar a descer e me ergueu pela cintura me beijando enquanto andávamos em direção a portaria. 

Estava tudo indo bem, até eu sentir uma mão encostar em minhas costas. Só pelo toque e o cheiro eu já conseguia saber de quem se tratava. O Diego confuso parou de andar, me colocou no chão e disse estendendo a mão.

— Beleza, irmão? Está precisando de alguma coisa? — olhou para mão dele e eu olhei pro Diego — Só não precisa ficar encostando na minha mulher. — ele levou a mão para tirar, mas antes disso eu mesmo tirei. 

— Vamos subir, não deve ser com a gente. Só deve ter parado pra te cumprimentar mesmo. — falei tão baixo que quase nem eu consegui me escutar. 

— Sua mulher cara? — o Richard perguntou rindo. 

— Não to entendendo a risada. Minha mulher sim. Algum problema? 

— Cuidado então com o que sua mulher faz quando você viaja. — ele não tirava o sorrisinho do rosto. 

— Meu Deus, como é babaca hein? Fazendo teatrinho só porque foi rejeitado. Se toca ou. — falei tão alto que as pessoas que estavam ali viraram pra me ver — Vamo subir, Diego! 

Eu podia sentir o Diego estava tenso e eu não passaria o resto da noite cavalgando em cima dele, mesmo sem cobranças, sem rótulos, para as coisas voltarem a ficar leve eu teria que gastar um tempo explicando pelo menos o mínimo para ele. 

Tive que puxa-lo até o apartamento e quando entramos disse. 

— Eu posso explicar? 

— Não tem muita necessidade, porque você é solteira. Mas acho que vai ser bom pra gente. — pela primeira vez depois do encontro com o Ríos vi ele se abrir, ele sentou no sofá, sorriu e me puxou pra sentar em seu colo. 

Expliquei bem raso pra ele que já tínhamos ficado algumas vezes antes de conhecer ele naquela festa e que esses dias ele quis de novo e eu neguei. Não dei detalhes sobre sofrer, sobre gostar e nem nada. Só o básico. 

Diego era fácil de conviver, aquilo bastou pra ele. Foi o suficiente para que ele tirasse minha roupa e cheio de saudade me comesse ali mesmo no sofá. Tudo que eu precisava. Era tão bom que eu nem conseguia pensar no Ríos (ou eu acabei de pensar?), no barulho dos meus gemidos serem ouvidos pelos vizinhos, de alguém do prédio vizinho conseguir me enxergar de quatro no sofá da sala. Eu não pensava em nada, só me deliciava com o que eu não tinha desde a semana anterior. 

Foram horas e horas, várias posições e terminou comigo controlando cada segundo de prazer enquanto sentava nele e o via se contorcer e tentar alcançar meu seio com os dentes até tombar a cabeça e relaxa após o gozo. 

Não sei como acordei em minha cama, não lembrava se a gente tinha ido pra lá depois do cochilo no sofá ou se ele tinha me levado. 

Ele já não estava mais na cama, então me levantei para procurá-lo e me deparei com uma mesa de café com coisas que eu gostava e costumava comer quando dormia em sua casa. 

Procurei o celular e tinha mensagem dele. 

" n pude de te esperar acordar, gatinha

mas te deixei um café 

come bem depois de ontem ta precisando de energia kkkk

e bom trabalho 

te ligo mais tarde"

O celular tocou não era um número conhecido, mas como o DDD era o mesmo resolvi atender.

"— Oi? Quem fala! 

— A gente precisa conversar, isso tá me atormentando. Eu só quero uma chance. — respirei fundo sabendo de quem se tratava. 

— Para de ser doente. Já te dei várias chances, não tem mais. Para de aparecer aqui, para de me ligar, para de me mandar mensagem. Até com outro número agora, você não acha que tá passando dos limites? Tá meio psicopata. 

— Anna, sério, eu nem consegui dormir. Eu acho que gosto de você. Por favor, uma chance. 

— Ai que fofo. Você acha que gosta? Você não sabe o que quer da vida, não se decide nunca. Não to afim de ser descoberta na vida de ninguém. Só para de me ligar!"

Desliguei na cara dele, mesmo conseguindo escutar que ele iria me responder. Ele estava apelativo, dois embates em menos de 24h, me chamar de puta pra tentar fazer com que o Diego não ficasse comigo não adiantou, então ele resolveu ligar e dizer que gosta de mim. Plano bosta o dele e mesmo que fosse real aquilo, eu não queria aceitar incerteza na minha vida. Eu não estava disposta. Ele quase precisaria nascer de novo pra ter o que tanto me pedia: uma chance.

Reserva- Richard RiosOnde histórias criam vida. Descubra agora