Eu preciso de certeza

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Parece que eu parei no tempo, porque ele me olhou assustado e encostou em mim, chamando pelo meu nome. Balancei a cabeça algumas vezes afastando todos os pensamentos e me recompus.  Afinal, será que eu confiava nele 100% para aquilo?

— Não sei se estamos prontos para isso. — respirei fundo encostando a cabeça na cabeceira da cama.

— Como assim? Não era isso que você queria?

— Talvez, mas você nunca fez nada para me passar a confiança de que será mesmo assim. Pelo contrário, eram sempre muitas mulheres. E eu? Eu também preciso aprender a não descontar tudo, porque se for assim não vai dar certo. — olhei para ele.

— Mas eu estou te dado minha palavra.

— E quanto ela vale? Porque você me disse que tinha a agenda cheia de trabalho e eu te encontrei em um restaurante com outra. Me chamou para um jogo dizendo que me queria muito lá e quando eu fui também estava com outra, inclusive me tratou como se não me conhecesse. Me disse mundos e fundos e horas depois te pego em uma ligação com outra garota prometendo ainda mais. Me diz o quanto sua palavra vale, porque para mim não tem valor algum. — fechei os olhos tentando respirar, porque nesse momento parecia que o meu coração tava apertando meus pulmões e eu não conseguia respirar.

— Eu vou melhorar, mas você precisa ficar só comigo. — ele pareceu não escutar o que eu falava.

— Melhore primeiro, depois conversamos sobre isso. — levantei da cama ainda muito confusa, porque era tudo que eu queria, as palavras eram, não as atitudes e eu não estava pronta para mais uma descoberta de novo.

— Anna. — o olhei — Como a gente fica então até lá? — parei na porta para o responder.

— Como sempre ficou, Richard. Estamos na mesma. — sorri tão pouco que nem minha boca abriu para mostrar os dentes.

Sabe aquela vontade louca de repetir o sexo? Nesse momento não existia mais, eu estava decepcionada, porque no fundo eu sabia que eram palavras vazias, era só o que eu queria escutar, só o que ele achou que resolveria o fato de eu me "revoltar" contra ele. 

Saí do quarto e enquanto andava até a sala escutei seus passos atrás de mim. Quando finalmente parei e me sentei no sofá da sala me virei para olha-lo.

— Não vai comer? — ele assentiu — Pode ficar a vontade, eu comi depois que saí da academia. 

— Você não quer? 

— Não agora, obrigada! — sorri para ele e vi seu corpo relaxar sentindo-se aliviado de que eu não estava mais o atacando — Vou colocar algum filme, a gente vê até a hora que você quiser ir embora.

— Como sabe que tenho que ir embora?

— Só deduzi. — deitei no sofá procurando um filme.

— Eu posso dormir por aqui hoje? Porque amanhã eu não vou poder te ver. — só levantei a mão fazendo um sinal afirmativo e voltei a busca por filmes.

Enquanto ele comia eu me revesava entre assistir o filme, o olhar e responder os milhares de cara babaca que meus posts de domingo tinham me rendido. Vez ou outra ele me olhava curioso tentando ler meu celular e eu apenas virava-o um pouco mais para mim enquanto respondia. Quando terminou de comer, parei o filme para que ele fosse até a cozinha e continuei mexendo no celular. Ele voltou um tempo depois com travesseiro, a coberta e sem camisa, me entregando tudo. Ajeitei o sofá, mas ele rearrumou, virando até a mim para que meu corpo ficasse na horizontal no sofá. Ele se deitou atrás de mim e pelo seu hálito soube que tinha ido escovar os dentes. 

Quando nos cobriu foi logo passando as mãos pela minha coxa e acredito eu que seu objetivo era parar na cintura, mas parou antes quando percebeu que eu estava sem calcinha, o que o fez me olhar e rir.

— Que é? Faz bem sabia não? — tentei me justificar.

— Você não me engana não, acho que já te conheço o suficiente para saber que era outra coisa.

— Podia ser, mas não é mais, filme? — indiquei para televisão.

— Eu sei. — ele falou murcho — Mas não dá cara, só de sentir eu já to afinzaço. Você não pode fazer essas coisas se não quiser.

— Mas eu queria ué. — falei me virando para o olhar — Não deu tempo de vestir de novo depois que eu parei de querer. — acabei rindo, mas logo parei ao sentir roça-lo em minha coxa.

Eu sou uma falsa, eu falei que eu não queria não era? Por que agora eu to querendo? Eu falei que não ia ter eu e ele exclusivo enquanto ele não mudasse, não que a gente não ia fuder, correto? Eu to ficando maluca? Por que eu tava pensando isso tudo nesse curto espaço de tempo?

Era difícil demais resistir, eu espero que as pessoas entendam isso, porque quando dei por mim eu já estava arrancando sua roupa e me deliciando com cada cm que eu podia do seu corpo, meus lábios estavam tão entretidos que quase se entristeceram quando ele o tirou dali e me deitou de bruços me preenchendo sem nenhuma dó, seria triste se não fosse imensamente gostoso tê-lo por cima de mim, me controlando e sabendo exatamente o que fazer para me dar prazer. 

Num delírio de prazer o supliquei para me deixasse dar prazer a ele e ele não negou me dando total controle da situação, não pensei duas vezes antes de coloca-lo por baixo e cavalgar de costas para ele dando-o a visão de tudo que ele amava. Mas continuar contando tudo que aconteceu seria forte demais, eram detalhes muito sujos para serem escritos. 

Eu já disse, ele me dava tanto tesão, depois me preenchia tanto de prazer que era fácil ter orgasmos com ele, ele era tão controlado que conseguia me esperar para despejar seu ápice em mim, foi só nesse momento que eu parei para pensar o perigo que eu estava correndo.

Ele dormia com várias, a gente não usava nada, será que ele usava com elas? Sabe o pedido de hoje mais cedo? Aquilo também voltou a minha cabeça, como eu ia ter certeza daquilo se nem desse mínimo eu tinha. Se eu não estivesse tão cansada com certeza ele perceberia a confusão no meu rosto. Eu o queria, o queria muito, mas o quanto valia correr o risco de tudo aquilo para tê-lo? Eu precisava ter certeza de que não teriam outras pessoas. 

Reserva- Richard RiosOnde histórias criam vida. Descubra agora