• Capítulo 16

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Depois da festa

O fim da festa acabou tornando-se estranho, os convidados já não pareciam tão felizes e Logan se manteve cercado por diversas pessoas por um longo tempo e Katharina se viu em uma situação desconfortável, coisa que estava desejando evitar desde o instante em que o homem mencionou o evento. Para não dizer que tudo ficou pior, os olhares de Boscov para si, tornaram-se diferentes, ameaçadores, como se a velha senhora soubesse de todos os seus segredos.

Em uma das oportunidades dentre muitas, Boscov ousou se aproximar com afronta, sorridente, porém pronta para dar o primeiro bote. Suas palavras já não tinham tanta cordialidade e tudo o que quis dizer depois de um "eu sei o tipo de mulher que você é", fez Katharina sentir certo embrulho em seu estomago, uma falta de ar momentânea. Ter um dedo apontado para seu rosto enquanto escuta que não é boa o suficiente para alguém, mesmo que de mentira e não poder fazer nada a respeito, é o mesmo que tentar falar com a sua mãe em um de seus dias.

No momento em que a festa se encerrou, Katharina já não estava mais ali para contar histórias, fazer a boa esposa que espera por seu marido. Ao sair para fora da casa, desceu de seu salto e caminhou durante bons minutos até alcançar a saída da propriedade de Boscov, para então, conseguir pegar um taxi e voltar para casa. Quando não a viu em canto algum, Logan pensou que a mesma estaria no jardim dando um tempo de toda a barulheira, no entanto, ela também não estava lá.

Por todos esses três dias, Katharina sequer colocou seus pés na empresa de Logan, sabendo de toda a sua agenda, não havia necessidade de estar lá o tempo todo para poder olhar para a sua cara, ou trabalhar sozinha naquela sala por várias horas no dia. Em um único tempo, todas as coisas que tinha para fazer, foram feitas e enviadas para Franco com uma linda mensagem de não perturbe, mensagem essa que chegou até os ouvidos de seu chefe, mas não houve muito o que fazer.

Com sua guitarra nas mãos e com toda a casa para si, Katharina toca melodias calmas que inundam o ambiente, que é bem iluminado pelo sol, que atravessa as cortinas brancas da sala. Por um tempo, sua mente se encontra limpa, sem resquícios de pensamentos impuros, ou de um homem de olhos quase amarelos a perturbando de cinco em cinco minutos. Não percebendo a porta se abrir, ela foca em uma nota melancólica, carregada de saudades e que com certeza deveria fazê-la chorar, mas traz certo conforto.

Dante — Faz tantos anos que não escuto essa música, que acabei me esquecendo de como ela é bonita! — Sentando-se ao lado de Katharina, ele se lembra dos momentos em que suas filhas se juntavam na casinha ao lado da casa para tocar e cantar juntas, mesmo que Carla não fosse um bom exemplo de afinação. Aqueles momentos eram bons, cheios de felicidade e no presente, todas as vezes que ouve sua filha mais nova tocar, é como faltar uma banda inteira para um show.

Katharina — Desculpa, eu nem devia tocar essa música em casa.

Dante — Nada disso, era a música preferida de vocês duas e com certeza é uma forma de lembrar de como sua irmã era feliz. Me lembro de quando eram pequenas e iam brincar na casinha de bagunças lá fora, onde fez seu pequeno estúdio de refúgio da sua mãe.

Katharina — Carla sempre me levava os bolos escondidos porque a mamãe brigava comigo e dizia que não iria me dar o bolo até eu voltar para dentro e ouvir o que ela tinha a dizer!

Dante — O que deu em você para estar aqui hoje? Achei que aquele homem não saísse do seu pé por nada.

Katharina — Eu não nasci grudada naquele idiota.

Dante — Ele fez algo que não gostou? — Ela coloca sua guitarra de lado e deita sua cabeça no ombro de seu pai.

Katharina — Lembra da festa que comentei e que não teria como recusar? Eu nunca vi tanta gente nojenta em um lugar só. Acabou que conheci um dos parentes daquele maluco e se nas bastasse, ele me apresentou como esposa dele.

The Mobster The MurdererOnde histórias criam vida. Descubra agora