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Duas semanas depois
Quando dizem que tudo pode acontecer, não costumam levar a frase ao pé da letra tanto quanto Katharina acabou levando desde a noite do fiasco que foi sua festa de aniversário. Tudo começou com a sua chegada de surpresa em seu local de trabalho e sua tão respeitosa patroa a mandando de volta para casa a pedido de dona Eleonor, que adiantou seus passos e disse que sua filha estava com um leve resfriado. Tudo piorou de vez quando em dois dias, um resfriado realmente chegou em seu corpo como se quisesse arrancar sua vida e a impediu de voltar a trabalhar como desejava, e teve que passar seus dias em casa trancafiada em seu quarto para não ter que lidar com sua mãe. Durante quase seis dias, Katharina se manteve em um caminho de seu quarto para a cozinha e da cozinha para seu quarto, sentindo todo seu corpo reclamar de dor, da febre, da coriza e todos os fatores de um resfriado que se torna uma gripe sem querer.
Sua mãe por outro lado, se viu obrigada a encarar uma realidade em que teria que olhar para o luto com outros olhos, enxergar Katharina como quem ela realmente é. Dante, seu marido, claramente não deixou que ela passasse por isso sozinha, explicou de todas as formas possíveis a diferença entre as duas moças, de como a mais nova é o tipo de pessoa impaciente com a vida, mais determinada e sangue quente, que agora ela precisaria mais da mãe do que qualquer outra pessoa no mundo. Eleonor entendeu em partes e ainda não é uma tarefa fácil aceitar tantas diferenças em um lugar só, mas o seu primeiro passo foi dado, sua busca pelo perdão de sua filha foi firmado no momento em que ela anunciou que estava realmente doente.
Com o passar dos dias, as coisas foram acontecendo com um pouco mais de equilíbrio e um evento na vida de Petra, deu a dona Eleonor mais um motivo para comemorar e gastar mais dinheiro. No entanto, dessa vez, apenas para as pessoas da família, com direito a muita bebida, carne, comida, churrasco e tudo que há de bom para se comemorar mais uma conquista de uma jovem estudante de moda. Mas claramente, tudo aconteceria no instante em que Katharina se mostrasse recuperada, não anulando a pressa da mãe em sair para comprar todas as coisas.
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Dois dias depois de Katharina melhorar
Com a sua irmã do meio e um bocado de sacolas acompanhada do motorista, Eleonor entra em sua quinta loja do dia com um grande sorriso em seu rosto ao ver o mundo de panelas em sua frente. Segundo seus comentários com Dante, está na hora de mudar sua coleção de panelas e guardar as mais velhas para dar aos sobrinhos e filhos quando partir dessa para melhor. Enquanto continua com seus olhos focados em panelas vermelhas em um tom vibrante ao ponto de doer os olhos, elas não tiram o nome de Katharina de suas bocas, afirmando quanto ela está diferente do que era antes, mesmo que ela ainda se mantenha rebelde como sempre.
Dora — E por que ela não foi ao médico? Você sabe muito bem que essas gripes aleatórias são sinais de algo muito pior. Não que ela esteja doente, mas a Katharina sempre foi assim, impossível de se lidar.
Eleonor — Eu tentei falar com ela, já foi difícil falar com ela sobre o aniversário, quem dirá convencera-la a ir ao hospital e tomar remédio de gente. Temos as melhores condições e ela insiste em dizer que sabe muito bem cuidar de si mesma sem precisar atrapalhar as pessoas a sua volta.
Dora — Ela tem que entender que nós só queremos o bem dela, que amamos ela e todas as decisões que ela tomar, estaremos lá para apoiar. Não todas, porque ela passou dos limites da última vez, ela não deveria ter agido daquela forma. — Entregando uma panela que Eleonor havia mencionado, Dora se vira para um dos lados do corredor e se depara com um homem parado perto de algumas taças de vidro branco, vestido em um terno vinho, de gravata e blusa pretos, cabelos loiros penteados para trás, óculos escuros e dois brutamontes atrás de si. — Aquele ali não é o homem com quem ela anda saindo?
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The Mobster The Murderer
RomanceTudo tem que ter um começo, mesmo que esse começo custe a vida de alguém. É importante dizer que devemos continuar nossas vidas após perder alguém e, claro, pagar as nossas dívidas e nossos pecados. Todos nós somos humanos e cometemos erros, mas...