• Capítulo 24

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Tomada por um sentimento estranho, ela se mantém sentada em uma das cadeiras da chique praça de alimentação enquanto Logan está em uma chamada que veio do nada. Seus sentidos mais cruéis lhe dizem que algo está bom demais para ser verdade, que por algum momento ela se esqueceu de quem ela é e com quem estava. Desde o instante em que colocou seus pés nesse maldito shopping, sentiu a realidade ficar do lado de fora esperando que ela voltasse de uma vez.

Dragão — Você é um pouco estranha. A maioria das mulheres estaria gastando até o último centavo que ele tivesse no cartão sem ligar muito, mas você pediu arrego no meio das compras porque disse que estava satisfeita com o que tinha escolhido.

Katharina — Eu não sou uma mulher materialista. Esse tipo de vida não combina com quem eu sou, por mais que minha família seja desse tipo, ou boa parte dela. Eu prezo pela minha própria conquista e isso me faz ser menos como grande parte das pessoas. — Com seus olhos sempre afiados ela observa Logan desligar seu celular e fazer um sinal para Franco, que pega boa parte das sacolas e caminhar para fora do shopping com certo alarde em seus passos. — Acho que é hora de ir embora.

Logan — Dragão, fique ao lado dela até o instante em que entrarmos no carro! — Para Logan, as palavras de Débora não passaram de ameaças vazias. No entanto, saber em primeira mão, que todas aquelas palavras eram de fato reais, calafrios percorrem seu corpo tal qual a água gelada de um rio. — Me desculpe desde já, eu não pensei que as coisas tomariam essa proporção. Mas você compreende que essa é a minha vida. não compreende

Katharina — Com quem pensa que está falando?

Logan — Com você.

Katharina — Exatamente, comigo. Não é como se eu fosse entrar em desespero por um motivo desses. Sabemos que eu escolhi estar aqui, não foi por causa das suas ameaças ou de uma dívida que tenho que pagar. Não somos mais crianças, Logan, sei dos riscos que estou correndo continuando do seu lado, não sou nenhuma menininha fútil que conheceu em um evento de família. — Suas palavras soam um pouco duras, mas são toda realidade na qual estão passando, como se no instante em que Franco passou pela porta, a mesma tivesse atravessado sem pensar e batido contra os três que ficaram para trás.

Assim que seus pés alcançam o lado de fora do shopping, algo que provavelmente não deveria acontecer, os cerca friamente de alguns lados. Para se livrar do peso da morte que parece tornar o ar rarefeito, é entrar no carro parado em frente a porta e sumir para fora da cidade até que tudo esteja calmo e possam voltar em segurança.

Katharina — Então vamos fazer isso, tranquilamente sem levantar tantas suspeitas. — Sentindo-se agitada, ela olha para Logan com um olhar sorridente, esperando que ele dispense toda a tensão que está sentindo. — Achei que abriria a porta do carro pra mim tal qual aqueles filmes extremamente clichês e desconfortáveis!

Logan — Você não gosta de filmes de comédia romântica?

Katharina — Por favor, onde que toda aquela besteira vai ser realidade algum dia?

Logan — Querida, se for parar para pensar um pouco, nós dois somos a própria comédia romântica! — Logan sorri da maneira que ela esperava e abre a porta do carro para que ela entre. Dragão, sentindo um leve enjoo no estômago pela cena, entra no instante em que seu chefe entra para dentro e fecha a porta. — No instante em que o carro arranca e demonstra estar em uma velocidade fora do padrão, Katharina passa a sentir o verdadeiro prazer de um filme de ação, segurando-se para não sair pela janela enquanto Franco pesa todo o peso de seu corpo no acelerador em direção a saída da cidade. — Por que diabos você está sorrindo dessa maneira?

The Mobster The MurdererOnde histórias criam vida. Descubra agora