• Capítulo 52

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Dizem que vingança é um prato que se com frio, no entanto, a qual custo?

Mesmo que não sejam seus primeiros assassinatos, há um peso a ser carregado, um fardo maior do que outros e sabendo disso, não há motivos para que tenha receio. Com sua arma carregada ainda em mãos, ela se encontra no topo de um dos maiores prédios do centro da cidade, encarando o horizonte enquanto o sol passa a se pôr. A essa altura, todas as coisas já aconteceram, as baixas foram quase nulas, restando apenas um para acabar com tudo. A sua última missão antes dessa, foi matar o homem que tentou matar seu pai, que sequer era chefe de alguma coisa. Restando-lhe agora, uma última pessoa com quem queria estar frente a frente por todo esse tempo.

Simon — Aí está a mulher que vem me causando tantos problemas! — Aparecendo na lateral do prédio na escada de incêndio, o homem deixa sua voz soar despreocupada e irônica, como se guardasse uma carta na manga. Katharina sente vontade de colocar tudo para fora e ao mesmo tempo. — Me disseram que era uma mulher falante. Mas quando se está diante do verdadeiro perigo, não há muitas palavras para serem ditas. Não estou certo?

Katharina — Quantos?

Simon — Quantos? Que tipo de pergunta é essa?

Katharina — Não se engane. Não estamos aqui para nos tornar melhores amigos ou qualquer outra coisa parecida.

Simon — Está crente na certeza de que conseguirá me matar? — Virando-se para o homem que está parado no mesmo lugar em que colocou seus pés ao sair da escada, ela luta contra a vontade de buscar mais respostas para acabar com tudo o quanto antes.

Katharina — Olhando para você agora, eu com certeza esperava mais. Talvez eu tenha aumentado demais as minhas expectativas!

Simon — Como assim?

Katharina — Me disseram que a aparência era o que mais daria medo quando eu olhasse para você. Mas isso? Não chega nem perto. — Indo nas descrições que recebeu dos mais covardes, Katharina compreende que o homem em sua frente, não passa de mais um subordinado.

Simon — Espere um instante, eu conheço seu rosto. Como eu pude me esquecer?

Katharina — Muitos já me viram na tv, não é nada novo.

Simon — Acha que tudo se resume ao seu ato de benevolência? Ter matado um homem como aquele não é nada. Senhorita, eu a conheço graças ao seu pai, Dante. Um homem de bom coração, íntegro e certo do que quer. Hoje em dia quase não se faz mais homens como ele. — Ao ouvir o nome de seu pai, o gosto amargo inunda sua boca, seus ossos quase rangem e por um segundo, suas mãos tremem. — Ele foi um dos primeiros que quis eliminar. No entanto, ele sempre foi esperto, mas infelizmente, estava se metendo onde não devia.

Katharina — Está querendo dizer que pouparia a vida dele se ele não tivesse ido no caminho de vocês?

Simon — É claro que sim. — Ela solta uma breve risada ao se sentar na ponta do prédio, incrédula com tamanha falsidade. — Muito corajoso da sua parte, rir diante da própria morte!

Katharina — Você o pouparia por serem bons amigos, ou estava apaixonado por ele — Lembrando-se do rosto do infeliz em sua frente, Katharina sabe que ele é um dos homens que recusou o mesmo que seu pai. Mas que é nítido, que voltou atrás na sua decisão anos depois para não morrer da mesma forma que os outros.

Simon — Como é que é? — Lembrando-se das fotos que seu pai lhe mostrava, dos homens que ainda tinham contato depois de servir. O homem em sua frente era sempre o primeiro a ser mencionado, mostrado em fotos com os dois sempre juntos.

The Mobster The MurdererOnde histórias criam vida. Descubra agora