• Capítulo 2

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Quando Katharina saiu da prisão, o mês de março estava prestes a acabar e conseguir encaixar-se novamente na sociedade era sua função principal. Mas como não é o tipo de pessoa que sabe lidar muito bem com pessoas, deixou tudo nas mãos de seus parentes enquanto terminava de dar um fim a vida de seu passado. Quando conseguiu seu emprego recentemente no começo do mês de abril, teve a grande sorte de ter uma empregadora gentil, que decidiu por livre e espontânea vontade, lhe dar o pagamento do mês anterior, mesmo que não estivesse na equipe e nem sequer pensando em ter uma nova vida.

Desde então, sua vida passou a ser acertada de uma maneira limpa, principalmente quando assinou o contrato com Logan naquele dia recebendo seu dinheiro horas depois. Quando finalmente pagou quem devia, infelizmente teve que passar pelo estorvo de ser questionada sobre a quantia, quando e onde foi adquirido. Mas graças ao seu contrato, mesmo que morresse, ela não poderia sequer abrir a boca para falar sobre a não ser com sua família.

Agora tendo que pagar ao mafioso da cidade uma quantia de 6k em dinheiro por mês, um desconto generoso de sua parte segundo ele, Katharina terá mais liberdade para viver sua vida e aceitou viver com uma certa ajuda de seus familiares, que porventura, lhe darão algum dinheiro para se manter, desde que não se meta em mais nenhuma bagunça do tipo "tirar a vida de alguém".

É uma quinta-feira à tarde e Katharina está analisando mais alguns papéis para serem levados à sala de Cellina, que está em uma reunião a exatas 3 horas sem ao menos uma pausa sequer esticar o corpo, beber um copo de água, ou tomar um ar. A mulher de bom gosto para roupa, é boca sempre em tom vermelho, pediu para que a recém-contratada focasse toda sua atenção nos últimos preparos para o lançamento da nova linha de cosméticos da empresa, e assim, Katharina o fez. No entanto, seu celular não para de vibrar com a chegada de mensagens de um certo alguém, questionando sobre os antigos cobradores e o que ela havia feito com eles.

- Olá, novata. Poderia colocar seu celular no modo silencioso? Esse vibra, vibra tá começando a me deixar irritada. - Uma mulher de óculos, muita maquiagem, meio metro, um vestido menos que sua altura, saltos bregas em cor verde, cabelos pretos e curtos, óculos redondos e uma cara antipática, se aproxima com todo o desdém que possui em sua falta de altura.

Katharina - Você deve ser a Dolabella, né? - Falando em tirar a atenção dos papéis, Katharina deixa totalmente a rivalidade passar longe do seu local de trabalho, quase ignorando a presença da moça, que aparenta querer arrumar algum tipo de confusão.

Dolabella - Por acaso você está me ouvindo, novata? Seu celular não parou de vibrar desde o momento em que chegou aqui, de um jeito.

Katharina - Você também não calou a boca e eu nem fui na sua mesa reclamar. A hipocrisia é engraçada, né? - Levantando sua cabeça para olhar a moça, um sorriso esboça em seu rosto e Dolabella esboça um semblante de fúria ainda parada em seus frente. - O que foi? Eu não vou arrumar confusão com você.

Dolabella - Você é bem espertinha para uma ex-presidiária!

Katharina - Nossa, como você é original... Já pensou em escrever um livro?

Dolabella - Como assim? O que você quer dizer com isso?

Katharina - Dolabella, meu anjo, ainda bem que você é bonita. - Levantando-se da cadeira ao terminar de ler, assinar e checar a última papelada, Katharina se afasta da mulher encrenqueira levando seu celular para longe.

The Mobster The MurdererOnde histórias criam vida. Descubra agora