• Capítulo 33

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Katharina não sentiu sequer um pingo de arrependimento por ter enganado Logan, por ligeiramente ter quebrado sua confiança para com ela. No entanto, ela se sentiu em meio a uma escolha muito forte com uma mistura de emoções deliciosamente perigosas, afinal, estava prestes a matar alguém e não seria a sua primeira vez. Dizem que, apenas aqueles com sangue frio são capazes de levar como nada a morte de alguém e ela é definitivamente esse tipo de pessoa, esse tipo de monstro sem sentimentos.


Katharina se encontra na casa de campo de sua família sentada em uma cadeira de balanço na varanda cercada por um grupo de pessoas que fez questão de escolher a dedo para fazer uma encenação digna de prêmio. Enquanto se diverte pensando nas coisas que poderá fazer, ela bebe um bom vinho que trouxe para saborear o gosto da sua vitória e também permite que seus novos companheiros se divirtam como se fossem a sua família em um dia comum de férias.

Mesmo que a música esteja um pouco alta, é mais que notável o som dos carros se aproximando na entrada, cercando todo o perímetro, com suas armas nada discretas e um único objetivo em mente. Algo exagerado demais para alguém que quer matar apenas um homem em meio a uma "família" inteira.

Katharina — Abaixem a música, acho que temos visita! — Ela se levanta da cadeira de balanço já retirando os óculos escuros de seu rosto para enxergar melhor o carro que se aproxima no meio de outros carros, parando em frente a varanda.

Henri — Então estamos de volta ao mesmo lugar? — Katharina tinha suas dúvidas quando viu o nome do pai de Logan em meio aos envolvidos e mesmo agora, o vendo parado em sua frente, é capaz de confessar que está vendo coisas. — Você é realmente mais esperta do que eu imaginava. Menina, eu tenho desgosto por ter falhado em manter meu filho longe das suas garras.

Katharina — "Só pode ser uma piada". Foi isso que pensei quando vi que você estava envolvido até o pescoço em toda essa merda. — Com um sinal discreto na garrafa, todos ficam em alerta com suas mãos nas armas escondidas, prontos para sacar se for necessário. — Sabe, velhote, eu não estou tão surpresa. Para alguém que abdicou da própria esposa por pura inveja, era questão de tempo até desejar matar o próprio filho.

Henri — Como não pode estar surpresa? — O velho sorri e a encara de cima embaixo.

Katharina — Não pode se esperar muito de um assassino, um agressor e um velho, todos na mesma pessoa. Veja bem as coisas que foi capaz de fazer.

Henri — Onde está meu filho? — Henri tenta mudar de conversa, focando na possibilidade de Logan estar ali.

Katharina — Espere, irei olhar no fundo dessa garrafa! — Ela termina de beber todo o conteúdo e levanta seu dedo indicador como quem pede para fazer silêncio. — Poxa, eu realmente achei que ele estaria aqui dentro. — Com um comando de Henri, três dos homens que estão consigo, sacam suas armas, dando brecha para que os aliados de Katharina façam o mesmo. — Pode me matar se quiser, mas eu vou te levar junto, esse é o lema da casa. Morra atirando.

Henri — Garota impertinente, eu tive tantas chances de arrancar esse sorriso da sua cara e mais uma vez estou perdendo meu tempo com você!

Katharina — Atualmente chamam infortúnios como esse, de karma.

Henri — Onde está o meu filho?

Katharina — Ele não está aqui e duvido que saiba onde ele está! — A essa altura Logan já está mais do que preocupado com o sumiço de Katharina e a forma com que ela o deixou falando sozinho via mensagem. — Mas convenhamos, não é o seu filho que você veio matar. Além disso, não temos sinal nesse lindo dia de sol. — Ela retirar o celular de seu bolso, liga a tela e mostra para o homem as redes de internet e telefone totalmente desconectadas. — Acredite, ninguém vai conseguir chegar aqui a não ser que eu queria!

Henri — Quem você pensa que é? — Ele demonstra aflição, dando um pequeno passo para trás.

Katharina — Velho, sou eu quem faço as perguntas aqui!

Henri — Você não sairá viva.

Katharina — Você sabe, fiquei presa por longos seis anos e acabei aprendendo uma coisa ou outra. Quando minha avó ainda era viva e eu apenas um risco de gente, ela me dizia que eu seria capaz de ver coisas que as outras pessoas não são capazes de ver. Que decepção, fingir para o filho que estava mudado.

Henri — Assuntos de família não me interessam aqui, em breve eu vou te matar e meu filho será o próximo. Você chegou e atrapalhou todos os meus planos, me fez recuar por um tempo, fez aquele maldito garoto ficar mais esperto a tudo, como se já não bastasse ter herdado tudo que era de direito meu.

Katharina — Achei que não quisesse assunto de família. Mas no final, é tudo sobre herança e poder, não é?

Henri — Vamos acabar logo com isso, odeio enrolação.

Katharina — Eu achei que poderíamos ter um assunto adequado antes de você ir conhecer o criador mais cedo, mas me enganei!

John — Senhorita Katharina, o que vamos fazer agora? — Um dos colegas de Katharina se aproxima segurando um tablet com controles de irrigação e câmeras indicando que todos estão cercados.

Katharina — Dizem que o mundo acabará em fogo, vamos testar? — Mesmo que seu plano prejudique todo o solo e a água, essa é uma das formas mais eficazes de se eliminar pragas e diminuir os danos causados. Com um comando em seu celular, liberando por um instante o sinal, ela ordena que os seus recuem e deixem apenas os capangas de Henri. No comando em seu celular, um único botão faz com que o sistema de irrigação seja lotado de gasolina que passa a molhar todos os homens há quase dois metros da casa.

Henri — Que cheiro é esse? — O velho tenta se virar para entender o que está acontecendo, mas antes que possa se mover completamente, boa parte de seus homens já estão em chamas profundas correndo de um lado para o outro para tentar se salvar do fogo inevitável. — Sua louca... — Ela se aproveita da grandiosa distração sacando sua arma rapidamente disparando um tiro certeiro no meio da testa de Henri, que cai no chão feito merda. Seus homens se esquecem de que ela está ali e tenta socorrê-lo, mas é tarde demais para ele.

Katharina — Surpresa.

John — Senhorita, ele vai acabar com você!

Katharina — Se eu desaparecer, vocês todos já sabem o motivo. Foi uma grande honra estar ao lado de todos e acabar com esse verme de uma vez por todas. Recolham todas as informações que gravamos e guardem, esse velho não está sozinho. — Ela entrega sua arma nas mãos de John e desce as escadas passando por cima do corpo do velho morto. Tirando a chave do carro de seu pai do bolso de sua calça, ela entra para dentro admirada com a cena de todo mundo em chamas, gritando por suas vidas. — Talvez eu tenha exagerado só um pouquinho!

Dan — Está satisfeita com isso? Achei engraçado me procurar para bola um plano desses contra o pai do seu chefe. — Katharina havia procurado Daniel para pedir ajuda em relação a como destruir alguém rapidamente e sem deixar vestígios demais. Claramente ela desejava mostrar que não era um risco para Logan, mas sim, uma arma para que ele pudesse usar.

Katharina — Ainda não acabou. Sabemos que o pai foi apenas o bode expiatório e que as mortes não vão acabar com ele. É por isso que ainda devemos trabalhar juntos para manter tudo em ordem.

Dan — Me responda uma coisa. Quem é você?

Katharina — A assassina. — Ela sorri e dá a partida no carro saindo dali elegantemente indo em direção a cidade para deixar Daniel onde foi combinado.


— Eita bebês, sem misericórdia.

— Amanhã não haverá atualização.

The Mobster The MurdererOnde histórias criam vida. Descubra agora