Ajeito o celular no ouvido digitando no notebook.
Ignacio: Eres insolente! Te envié a venir hace dos días, filho de uma puta! -Escuto minha mãe gritando com ele que só reclama pedindo desculpas.-
– pai, deveria saber que estou bem ocupado resolvendo os negócios que o senhor mandou, sabe que Pablo não sabe muito né.
Ignacio: não sei pq colocou seu irmão no seu lugar durante dois meses, está fazendo o trabalho do mesmo jeito.
– tanto faz, isso me deixa distraído… a inauguração do banco lá na Bolívia foi boa? Quando irá resolver sobre o banco daqui?
Ignacio: Não sei, quando o dono tomar vergonha na cara e vir.
– sei não em.
Ignacio: Quando vai vir me ver? Você e seu irmão são dois ingratos, não vem quando eu mando.
– quando o senhor parar de colocar mulher no caminho de Pablo, ai ele vai começar a ver.
Ignacio: já disse que quero uma nora, vocês são meus herdeiros e vocês devem ter seus herdeiros.
– pois tá difícil em, seu filho não irá dar. -Escuto a campainha tocando.- um minuto pai, pode continuar falando.
Ignacio: já não bastava aquela mulher te trair… -caminho até a porta principal escutando meu pai falando de Jéssica, abro a porta tomando um susto fazendo eu quase derrubar o celular.- Rafael?
– pai, depois eu ligo, irei desligar.
Desligo a ligação olhando pra assombração na minha frente de moletom e boné na cabeça, ele me encarava com um olhar sem expressão.
‐ o que você?...como entrou? -Ele tomba a cabeça para o lado mostrando a tatuagem no pescoço.-
Riquiz: esperto tu foi, só foi eu tirar o olho em tu que tu foi embora pra fuder andriele. Papo reto mermo, vacilo em, tive que te caçar e fazer uns bagulhos pra subir.
Abro a boca várias vezes pra falar mas nada sai, coço a cabeça sem reação nenhuma.
em que porra eu fui me envolver?
Riquiz: vai deixar eu entrar não? Teus vizinhos tão me encarando ali pow. -Olhou pro lado de cara feia, coloco minha cabeça pra fora um pouco vendo a dona graziele com seu neto, dou um sorriso pra ela que devolve.- veia falsa mermo.
Dou espaço pra ele que entra com as mãos no bolso, suspiro olhando pro céu pedindo a Deus que eu não me fodo.
Tranco a porta observando ele que olhava meu apartamento, me aproximo sentando no sofá o encarando.
Riquiz: apartamento bonito, daora. -Ficou na minha frente.- só você pra fazer eu descer assim em, olha que eu não posso dar bobeira assim.
– você realmente tá com aquilo na cabeça? -Ele me olha com tédio.-
Riquiz: com aquilo e muito mais, vou deixar passar o fato que tu transou com andriele também.- Se aproximou Olhando para meu corpo, só assim eu lembro que só tou de bermuda fina sem nada.- foi embora e nem deixou teu número, tive que dar meus pulos pra saber onde tu mora.
– precisava vir até aqui? Olha a hora. -Encaro a hora no meu notebook.- não acho preciso.
Riquiz: ihhh devia tá achando bom, não é todo dia que eu vou atrás de alguém.
Como se eu achasse isso bom. Penso puto da vida.
Riquiz: como é teu nome mermo?
– Rafael. -coloco meu notebook nas pernas, não posso fazer nada se ele chegou bem na hora que eu estou trabalhando, e não vai fazer diferença eu ficar nervoso já que ele é um traficante e pode tá armando, meu peito não é de aço para aguentar bala.-
fico concentrado digitando e logo sinto ele sentando do meu lado, olho de relance um pouco nervoso, porém continuo.
Riquiz: tá fazendo o que? -Colocou a cabeça bem na frente tapando minha visão.-
– trabalhando, estou bem ocupado agora. -Falei calmamente tirando a Cabeça dele.-
Riquiz: trabalha onde? -contínuo fixo meu olhar na tela.-
– você deve saber, já que investigou minha vida…trabalho em uma empresa de serviço financeiro, sou o gerente. -Tiro minha atenção do notebook o encarando.-
Riquiz: bem calmo tu né, fosse outro ia tá no maior fuzuê falando um monte.
– Sou inteligente o suficiente para saber que fazer escândalo só ia fazer eu ganhar um machucado novo,e não vai adiantar de nada já que vamos ter que sair cinco vezes. -Me ajeito no sofá, ele balança a cabeça.- Na verdade eu não tô muito afim não, não sou muito chegado a homem.
Riquiz: humm, sobre sair, bora amanhã de noite. -Balanço a cabeça tirando minha atenção dele.-
– ok, podemos ir separadamente?
Riquiz: por de boa,passa teu numero ai pra eu te falar onde vai ser. -Semicerro os olhos com um pé atrás.- cara, tá todo coisadão, se eu quisesse fazer mal a tu, já tinha feito, só tô querendo tirar uma casquinha tua.
Falou com seu sotaque carioca fazendo gestos com as mãos. Eu não queria ter tanta aproximação, mas o que eu posso fazer já que tudo tá fudido mesmo? E só relevar até acabar.
Falo meu número na maior calma possível fazendo ele anotar, ele salva dando um sorrisinho e guarda o celular no bolso.
– acho que já está na hora de você ir, né?- Levanto fechados o notebook o deixando em cima da mesa de centro.- Preciso dormir agora, amanhã vou acordar cedo.
Riquiz: pra? -Cruzou os braços me encarando.- onde vai logo cedo?
– Tá querendo saber pra que?
Riquiz: só perguntei, posso não?
– não, não pode.- O encaro sério fazendo ele dá uma risada se levantando. -
Ele ajeita o boné e caminha até a porta, o sigo abrindo ela fazendo ele ficar do lado de feira com um sorriso de canto.
Riquiz: até amanhã, Rafael. -Percorreu seus olhos sobre meu corpo parando em um certo lugar dando uma mordida no lábio.-
Só balançou a cabeça e ele vira indo na direção do elevador, dou um suspiro pesado mas prendo quando ele vira o rosto.
Riquiz: tá bem gostosinho em, amanhã tu não escapa. -Deu uma piscadela e continuou a andar.-