Riquiz
Encaro seu rosto que respira profundamente, passo meu dedo indicador pelo seu queixo subindo para sua boca.
Meu celular toca chamando minha atenção, franzo o cenho quando o nome do neto aparece na chamada. Atendo escutando a maior gritaria no fundo e alguns sussurros.
[Ligação]
– Fala. -Sentei na cama já apreensivo.-
Neto: Volta pro morro rz, porra!
– Que porra aconteceu? -Levantei em um pulo da cama.-
Neto: Mataram a loira, descobriram que ela tava de x9 lá. Mandaram só a cabeça dela sem a língua, o corpo não veio.
– Quanto tempo essa porra aconteceu? -Peguei minha camisa na rapidez .-
neto: 10 minutos. -Xingo várias vezes fazendo o Rafael acordar e me olhar sem entender.-
– Manda todos ficarem na posição, bota o toque de recolher e não deixa ninguém subir. Tô indo agora, deixa meu colete e fuzil na boca!
Neto: mec!
Desligo o celular colocando minhas camisa, Rafael levanta da cama sem entender e vem na minha direção.
Rafael: O que aconteceu? -Abracei seu corpo dando um beijo demorado em seu lábios.-
– Eu te amo, tá? -Ele só balançou a cabeça devagar tentando raciocinar.- Vou pegar meu rumo, aconteceu um b.o, tenho que ir.
Rafael: Como? -Falou meio desnorteado .- não me diga…
– não sei, só tenho que ir agora. -Alisei seu rosto dando um sorriso pequeno.- Você é lindo. -Ele deu um pequeno sorriso, mas desmanchou quando me afastei dele.-
Sai do quarto apressado, não podem ter percebido, eles só mandaram a cabeça como aviso que já sabe que ela era x9, o corpo eles mesmo vão trazer, e isso pode ser a qualquer momento.
Na entrada do morro só deram espaço pra eu passar onde eu pisei fundo no acelerador, tinha vários caras em suas posições com fuzil e colete.
Parei meu carro perto da boca e já vi de longe chumbo e neto com a maior cara de preocupados, me aproximo já entrando na boca colocando meu colete e fuzil nas costas, recarrego minha pistola colocando ela na cintura.
Chumbinho: Vão tentar hoje? -Falou calmamente mexendo os dedos várias vezes.-
Neto: Para de repetir essa porra! -Falou estressado soltando o fuzil, ele veio na minha direção começando a fazer gestos.- Botei os caras no lugar onde você tinha mandando se tivesse invasão.
– Os moradores tão dentro de casa? -Ele balançou a cabeça várias vezes.- vamo-! - meu radinho começou a apitar e o céu foi clareado pelo foguete que soltaram avisando.- meu instinto nunca me engana.
Chumbinho: Qual é o proceder? -Me olhou nervoso.-
– Pode meter bala, matar geral! -Ele balançou a cabeça e saiu da sala gritando com alguém.- Manda três ir na minha cola, vou descer pra vielas.
Neto: jaé, fica na proteção.- Me olhou sério, balancei a cabeça saindo da sala correndo, atrás de mim veio três na minha contenção.-
Os tiros começaram a ficar maior indicando que eu estava próximo, virei uma viela começando a descer as escadas onde já vi de longe um pau no cu, só foi uma nele que caiu no chão com tudo.
Me aproximei dando um tiro no meio da sua cabeça que voou sangue, olhei pra trás indicando a minha contenção que era pra ir na frente, eles balançaram a cabeça e correram.