Rafael
Meu alarme toca fazendo eu acordar, desligo bloqueando a tela. Sento na cama sentindo a respiração pesada do riquiz do meu lado, levanto da cama dando um beijo em seu rosto e vou para o banheiro.
Não é que ele me recusou mesmo? Pensar que eu fiquei chateado pq ele me recusou, é engraçado.
Termino o meu banho saindo de toalha, ligo a luz do quarto encontrando o Henrique enrolado dos pés a cabeça, estava parecendo um defunto.
Abro o guarda-roupa pegando minha roupas, visto elas deixando o sapato por último. Me aproximei da cama sentando na beira, tiro o lençol do seu rosto dando um beijo devagar em sua boca.
Ele abre os olhos de cara feia e me olha por uns trinta segundos, dou um sorriso para ele que senta.
Riquiz: que hora é? -Coçou o peito com os olhos pequenos.-
‐ sete e alguma coisa. -Dei de ombros levantando, pego meus sapatos.- pode ficar dormindo.
Riquiz: tu já me acordou, vou mais não. -Se espreguiçou -
Concordei amarrando o sapato, seu celular tocou fazendo ele pegar rápido colocando na orelha. Ele faz uma careta levantando rápido, o encarando sem entender.
Riquiz: Tô descendo. -Desligou o celular.- tenho que ir, chegou polícia aí.
- como? -Ele foi pra sala pegando sua camisa fazendo a pistola cair no chão, ele bota a camisa colocando a pistola atrás.-
Riquiz: tô indo, se isso for emboscada, não quero tu no meio. Vou preso sozinho. -Assinto quando ele vai até a porta mas para.- a maconha, tá onde?
- só vai Henrique! Desce pela escada, lá no fundo tem as escadas que vai te levar pro estacionamento também. -Ele nega, dou um sorriso mínimo.- É só maconha, dou o meu jeito.
Ele vem dando um beijo rápido e saí fechando a porta, volto pro quarto procurando a maconha que ele trouxe ontem. Deixo no móvel do lado da cama, para não ficar suspeito.
Cinco minutos depois escutei a companhia , se fosse emboscada eles não iriam bater assim.
Levanto da cama indo pra sala, abro a porta dando de cara com os policiais.
Xx: É o Rafael Douglas? Tudo bom? Somos policiais civis da delegacia de repressão a entorpecentes.
Balanço a cabeça.
Xx: estamos fazendo uma busca e apreensão relacionada a você nesse endereço. Iremos te conduzir a delegacia. Podemos entrar?
- Claro. -Dou espaço para eles entrar, já foram verificado tudo.- Estou sendo denunciado por uso de droga?
Xx: exato! Recebemos uma denúncia do seu prédio, que o senhor estava envolvido com entorpecentes.
- entendo, para ficar mais fácil para ambos, você Achará maconha na gaveta do móvel no meu quarto. Não devo, para ficar escondendo.
Ele balança a cabeça para um policial que vai pro meu quarto.
Xx: uso próprio ou...
- uso próprio! Não sou envolvido com nada criminoso, só uso mesmo.
Ele balança a cabeça e aquele policial lá vem com a maconha em mãos.
Xx: o senhor poderia nos guiar até a delegacia? -Balanço a cabeça e ele vem colocando as algemas.-
Ando devagar soltando um suspiro, é melhor eu do que ele.
Quando saímos do prédio ele me colocou dentro do carro atrás , negócio muito desconfortável para ficar. Eu nunca fui preso, e muito menos entrei dentro de um carro de polícia.
Quando chegamos eles me tiraram e me levaram pra dentro da delegacia, estavam até sendo legal. Talvez por eu ser uma pessoa rica e morar em um apartamento luxuoso? Não vejo isso quando se é uma pessoa que mora em comunidade.
Xx: pode esperar aqui? O delegado já vai vir. -Balancei a cabeça ficando na sala sozinho, minutos depois um homem com barba média entrou.-
Ergo uma sobrancelha pra ele, tem que ser ele.
Del. Alfonso: Bom dia, Rafael. -Sorriu sentando na minha frente.- A quanto tempo, não ia imaginar ver você sendo preso por droga.
- sim, a quanto tempo. Bem, posso chamar meu advogado? Estou bem ocupado nesse momento.
Del. Alfonso: claro, até pq conheço você e sei que não está envolvido em tráfico. -Balanço a cabeça.-
Ele me entrega um celular e eu disquei o número do meu advogado, falo minha situação e ele avisa que está vindo.
Del. Alfonso: Como está seu pai?
- está bem. -Entreguei o celular.-
Del. Alfonso: nunca mais falou com Luísa, fiquei sabendo que terminou seu noivado. -Dou um sorriso mínimo.- Catarina queria lhe ver, chegou da Itália faz um mês.
- Que bom, ela deve está uma mulher linda. -Lembro dela.- mas infelizmente perdemos contato.
Del. Alfonso: posso entregar o número dela para você, Catarina iria adorar. -Neguei dando um sorriso.-
- Estou em um compromisso agora, não quero decepcioná-lo.
Del. Alfonso: entendo, mas aparece lá em casa. -Fala levantando, dou um pequeno aceno fazendo ele sair da sala.-
Suspiro ficando tenso.
Como conheço o delegado Alfonso? Quando eu tinha dezoito anos, conheci Catarina em uma festa e acabei me envolvendo com ela. Mas não era nada no sentido romântico, era só para transar.
E nisso, acabei conhecendo seu pai, mãe, irmã, tia, tio, vó, vô. Todos ficaram alegre, e quem não ficaria feliz em saber que sua filha estava se envolvendo com um filho de um magnata.
Mas acabei conhecendo Jéssica um ano depois, então me afastei e nunca mais vi Catarina...e nem quero ver.
Uma hora depois meu advogado apareceu, resolvemos tudo e eu paguei minha fiança. Falei com o meu advogado que iria mandar o dinheiro quando pegasse meu celular. Susto passando a mão na cabeça sem saber como eu vou pra casa, um carro para na minha frente e já reconheço.
Abro a porta do carro encontrando riquiz já tomado banho e com o rosto preocupado , entro sentando no banco da frente.
Riquiz: Está machucado? Eles te machucaram? -Colocou uma mão no meu rosto enquanto acelerou o carro, nego encarando seu rosto.-
- estou bem, acho que algum vizinho denunciou, já que você fumou na sacada. Mas está tudo bem, não sei pq ficam incomodando, foi no meu apartamento, e não no deles.
Riquiz: fiquei mó preocupado com tu, fui pra casa voando e voltei.
- e nem devia, maluco é você. Dono de um grande porte ilegal de drogas, em frente a uma delegacia.
Riquiz: acha mermo que eu ia embora e deixe você aqui? Nem fudendo. Tava quase metendo uma granada naquela porra!
- Aí ficaria um problema maior.
Riquiz: tô nem aí, você primeiro, nunca vou te deixar. -Fico parado o encarando que percebe e dá um sorriso sem jeito sem me olhar.- vai ir pra casa?
- Sim, nem trabalhar eu vou. -Solto um suspiro fazendo ele desviar do caminho pro meu Prédio.- onde?
Riquiz: morro, vou dar bobeira hoje não. E quero ficar contigo. -Olhou de relance. -