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Rafael

O carro estava em um silêncio perturbador, estou cansado de ter calma e fingir não ligar pra nada, as vezes a pessoa chega no seu limite onde não tem caminho.

Cansa fingir ser bonzinho e tentar manter um relacionamento estável e saudável, se a outra pessoa não tenta fazer o mínimo. Se ele sabe que eu gosto de diálogo, iria falar que pelo menos ia sair.

Estaciono o carro e sai fechando com força, aperto o botão para o meu andar e sinto sua presença atrás de mim.

Riquiz: Errei, tô ligado que errei. Pensei que você ia ficar de boa já que não liga quando eu saio, nem pergunta pra onde eu vou. -Entramos no elevador.- Tá batendo neurose agora pq?

- Riquiz, acho que você também não iria gostar se eu saísse sem falar, então não vem falar coisas pra ser a vítima.

Riquiz: Riquiz o caralho, tá tilt? -As portas abriram, saí rapidamente do elevador indo em direção à minha porta.- vai ficar com raiva mesmo?

Abri a porta retirando a camisa, joguei ela no sofá passando a mão no rosto.

Riquiz: porra, para de ser assim também! Essa é a primeira vez que eu saio sem te falar, e você tá certinho também , cheio de mulher naquela porra onde você tava! -Travo o maxilar para não perder o resto de paciência que me resta.-

- Vai se fuder, cala essa boca que você não tem nem o direito de falar algo! -Aponto o dedo na cara dele.- Te dou a maior confiança, pra você sair assim sem me falar nada, você tem noção em qual posição está agora? Só por esses motivos que eu vi hoje, poderia muito bem terminar com você.

Riquiz: Porra, aí você vai ser infantil pra caralho! EU não botei gaia em você, não fiquei com mulher alguma, aí só pq eu sai sem avisar uma única vez, tá vindo desse jeito?

Levanto a mão apertando elas várias vezes, porra, o que houve comigo, não estou me reconhecendo.

Riquiz: Tá querendo me bater agora? -Olhei pro seu rosto.- você não é assim, tá tão estressado que ia me bater?

- Pode ter certeza, que se eu quisesse bater em você, já tinha feito isso dentro do carro onde minha raiva estava grande. -Passei por ele entrando no meu quarto, Suspirei várias vezes me agachando perto da cama.- Se a calma Rafael, você não ficou louco o suficiente para machucá-lo, você não gosta disso. Você não é assim, fica tranquilo.

Conto até dez com os olhos fechados, me sinto péssimo por ficar desse jeito.

Meu celular apita no meu bolso, vejo a mensagem do meu pai falando a data que iríamos para França, só mando um "ok".

Levanto da cama indo em direção ao meu guarda-roupa, pego a mala jogando ela na cama.

Riquiz: Não, você não vai fazer isso comigo de novo!- Falou da porta do quarto, ele veio rapidamente jogando minha mala no chão.- Ta de caô? Tá querendo ir agora que estamos bem? Porra, faz isso comigo não amor.

Sua mão foi pro meu ombro apertando forte.

- Vou viajar com meu pai, são negócios. -Tirei suas mãos do meu ombro.- Acho que é bom você ir, não quero discutir com você.

Riquiz: Não, você não gosta essa porra com diálogo?

- Já conversamos, e resolvemos. Só estou bravo, mas vai passar.

Riquiz: Papo reto, não me deixa não. Tu tá bravo comigo, vai que esteja mentindo só pra eu não te prender e não deixar você sair. -Agarrou meu corpo por trás. -

- Senta aqui. -O Empurrei sentando ele na cama, sento no chão ficando frente a ele.- Não irei te deixar, eu realmente vou viajar a trabalho com meu pai. Eu ia te falar, mas as coisas que aconteceram hoje realmente me deixaram chateado.

Ele não falou nada apertando as mãos.

- Suas atitudes foram ridículas, lembre-se que agora é uma pessoa comprometida, mesmo você indo na esquina tem que avisar. Só chegar e falar " amor, vou ali, se falar e eu não responder já sabe". Só isso, mas acho que isso iria arrancar sua mão para não falar nada, pq se fosse ao contrário você já tinha metido a mão em mim só pelo fato que tinha mulheres vulgares ao redor, ainda mais se uma estivesse conversando comigo.

- Antes de querer fazer algo assim, pense duas vezes para isso não custar seu relacionamento. -Ele só balançou a cabeça abaixando, suspiro olhando seus olhos miúdos e pesado.- Me desculpa, desculpa pelo empurrão. Na hora eu esqueci seu machucado, não pensei na hora.

Riquiz: Mereci, eu que peço desculpa por não falar nada contigo, vacilei.

Peguei sua mão levando em direção a minha boca, beijo seus dedos olhando para as dedeiras de ouro em seu dedo.

- Isso é feio. -Faço careta tirando uma do seu dedo anelar, coloco no meu onde ficou certinho.- e grande.

Riquiz: Hum, gosto dessas coisas. -Olhei pro seu pescoço onde estava um cordão de ouro com o vulgo dele.-

- Isso é um exagero.- Apontei para seu cordão.-

Ele só deu um pequeno sorriso olhando pro chão. Claro, o clima está ruim, foi uma noite cansativa.

Riquiz: Tô me sentindo culpado. -O encarei.- Lembro das coisas que eu fiz antes, não quero que você comece a ficar desconfiado, tenho medo que vá embora. Tô ligado que uma vez mulher de bandido, sempre vai ser, então isso se aplica a você também. Mas tu é independente, papo reto, se tu quiser ir embora amanhã mesmo sem falar porra nenhuma, tu vai, e eu vou ficar com recentemente por te me deixando assim sem falar nada.

Riquiz: Cabeça tá a mil com o pensamento que você vai me deixar, não vou mentir. -Colocou a mão nos olhos e outra por cima do peito.- Tá doendo, papo reto, eu te amo pra caralho e sinto que vou te perder.

Escutei um fugado seu, isso tá ficando estranho, e não tem nada haver com a briga que tivemos.

- o que houve, Henrique? -Fiquei sério levantando seu rosto.-

Riquiz: Nada, só a cabeça pegando, agora que encontrei alguém que eu quero amar e criar um futuro, a vida do crime tá pesando nas minhas costas.

- Então saia, eu te banco pelo resto da sua vida, mesmo se algum dia não der mais certo, eu vou continuar. Vamos embora do Brasil, ficar bem longe.

Riquiz: Não é só assim, tem muito bagulho. -Ele Suspirou.- Na verdade, fui no baile hoje pra mandar o papo pro jony que ia ficar afastado do crime.

Olhei pra ele supresso.

Riquiz: De cara ele não gostou do papo, mas falei que ia deixar outra pessoa de confiança no meu lugar e que daqui uns sete meses eu voltava. -Não pude evitar de sorrir, isso era notícia maravilhosa.- Ele falou que daqui um mês eu vou poder ficar afastado do crime. -Deu um sorriso mínimo.-

- pq não pode agora?

Riquiz: Se eu for embora assim, vou sair como traidor, então é morte. -Não aguentei a empolgação abraçando ele com tudo.-

- Eu ficando todo neurótico e você lá tentando ficar afastado do crime. Poxa, eu tô tão feliz por essa notícia. -Beijei seu rosto com força.- Desculpa por hoje, mi amor. Eu te amo, muito mesmo.

Riquiz: Eu sei, eu também amo você.

Nada de sexo após discussão onde tudo iria ficar pior, uma conversa resolve tudo.

(Acho que vocês estavam merecendo um capítulo)

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