Amar e ser amada

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P.O.V. Saskia


É. Ela me disse que não ia me deixar dormir e quase não deixou mesmo. 9 vezes no total e a safada capotou igual uma pedra em cima de mim. Ela trabalhou bem, eu também trabalhei bastante... Era um descanso merecido. Mas quem não descansava era minha cabeça. Tava a mil... Porque eu não tava me reconhecendo. Não conseguia pensar em mais nada, em mais ninguém além da Sadie. Isso que era o tal do amor, é? Essa sensação que quase me deixava sem ar mesmo estando debaixo de um ar-condicionado estourado? Só de ela estar ali abraçadinha comigo eu sentia meu coração irradiando calor, era muito maluco. E cada palavrinha que ela falava me deixava mais e mais apaixonada, eu tava me sentindo uma adolescente bobona, como era possível? Sei lá, só sei que até curti essa sensação. De algum jeito eu sentia que tava segura com ela e que nunca iria ser abandonada. Que nunca estaria sozinha. Sempre a teria e sempre estaria lá pra ela. Acariciei seus cabelos enquanto a admirava. Então foi minha vez de dormir depois de abraçar seu corpo bem apertado. Dormimos, dormimos igual duas rochas, mas... Sempre tinha uma manhã pra estragar... Era 11 horas e meu celular tocou. Acordei meio perdida e peguei meu celular pra atender.

-Alô?

-Oi Saskia. Quem tá falando é o Michael. - ele era um dos meus sócios da advocacia. Ele era um dos principais administradores dos meus negócios e nunca me ligava, muito menos de manhã cedo. Ou quase. Então tínhamos um possível problema.

-Oi Michael. - respondi com uma voz desanimada.

-Eu... Te acordei?

-Na verdade acordou sim.

-11 horas da manhã?

-Las Vegas, Michael. LAS VEGAS! Agora fala, o que temos?

-Faz sentido. Uma das nossas empresas tá sendo investigada pelo FBI. - pera que? Agora acordei de verdade. - É o jornal, The Sentinel. Os advogados já estão lidando com os agentes, não vai dar problema nenhum porque a gente conferiu tudo antes de comprar, tudo certo e sem fraudes. Mas achei que seria bom te avisar pra você estar atenta em caso de contato.

-Porra, tem certeza que não vai dar nenhum problema?

-Tenho, não se preocupa.

-E os funcionários?

-Eles são os que estão mais salvos, peixes pequenos, os federais não vão nem querer saber deles. Não precisam se preocupar. Você sabe que eu não minto pra você, nunca menti. - é, ele nunca mentiu e se ele tava dizendo que tava tudo bem, então tava tudo bem. Suspirei e Sadie continuava capotada.

-Tá bom. Obrigada por me avisar e fica de olho nisso, bem de perto. É uma das empresas mais importantes, que mais geram lucro.

-Pode deixar, Saskia. Vamos ficar atentos e te manteremos informada. Até mais.

-Tchau. - desliguei. Eu sei que ele disse pra não me preocupar, mas eu preocupei, aquilo era bem estranho pra falar a verdade... Nunca nenhuma empresa minha passou por isso. Mas sei lá, deveria ser algum tipo de rotina em casos de jornais. Eu não queria pensar em problemas, no dia seguinte estaríamos de volta em National City e enfim as primárias. Sendo assim, era hora da Lena ganhar a eleição e esse trabalho maluco de campanha acabar. Esse trabalho foi bem diferente, nunca tinha pensado em ser gerente de uma campanha política, mas não vou dizer que detestei. Na minha primeira vez já ganhei um presentão durante o trabalho. E esse presente tinha que acordar, porque eu queria sexo. Abracei seu corpo, comecei a acariciá-la e beijá-la levemente, até que foi acordando devagarzinho. Se esticou, se espreguiçou, suspirou e ao deitar mais pra cima, encostando a cabeça no meu travesseiro, repousou a mão direita no meu seio esquerdo e segurou firme. Essa Sadie.

The lawyer and the journalistOnde histórias criam vida. Descubra agora