Afundada

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P.O.V. Saskia


Segunda-feira, dia de trabalhar. Que porra. Fui cedo pra empresa da mana e passei pra falar com ela. 

-Mana, bom dia, a Hope me deixou entrar.

-Bom dia, Saskia! Você nem precisa pedir, pode entrar sempre.

-Eu prefiro pedir, vai que eu pego você e a Kara brincando...

-Isso quase nunca acontece.

-Ai credo. Tá, assuntos pertinentes. Hoje no horário do almoço tem uma coletiva pra falar sobre sua candidatura. Aqui na entrada da empresa mesmo, o pessoal já está preparando o perímetro. Mídias digitais e impressas estarão presentes, então é bom dar um tapa no visual pra ficar gata pra câmera. - ela sorriu pra mim. - Eu to com acesso nos seus perfis nas redes sociais, já pedi pro nerd do Winn fazer uns vídeos lindos de você e da Supergirl fazendo o bem. Um slogan, uma voz grossa falando coisas bonitas, é isso. No final de semana teremos um debate já com alguns candidatos, você e o filha-da-puta-lockwood vai estar presente. Eu to procurando os podres dos outros pra podermos expor também. Essa semana ficamos em National City, depois vamos partir pro próximo lugar conquistar mais e mais eleitores.

-Nada de podres, mana.

-E você pretende vencer uma eleição sem expor as merdas dos outros?

-Sim, ficar falando dos outros não é meu forte. Eu quero falar de mim, das minhas propostas, do bem que pretendo fazer a esse país. Não das besteiras que os outros fizeram ao decorrer da vida. E é assim que eu vou ganhar.

-Vamo ver se você vai continuar assim até o fim dessa eleição. - ela sorriu e balançou a cabeça negativamente. - Vamos fazer gravações de uns comerciais e colocar eles em todos os lugares, em cada propaganda, na TV, no youtube, no twitter, no instagram, EM TUDO!

-As pessoas vão me odiar.

-Não, elas vão enjoar da sua cara e isso vai fazer elas quererem votar em você só de raiva.

-Bom mana, você é minha gerente, eu super confio em você. - sorrimos uma pra outra. - Nossa mãe ficaria orgulhosa.

-Ah... É. - não era um assunto legal de comentar. Não ainda. Ainda doía muito. Mas um dia, tudo iria melhorar e eu poderia lidar melhor. 

-Kara me contou da sua decepção de ontem. Eu to bem orgulhosa de você. E ao mesmo tempo sinto muito. Eu e ela fazemos sua vida ser meio... Fora do comum. E isso acaba te afetando, como afetou ontem. 

-Ah para, Lena. Eu também tenho princípios, né. Não tem essa de culpa não, aquilo foi um livramento, isso sim. - ouvimos uma batida na porta. Era Hope, que parecia um pouco confusa. Já começou a dar merda?

-Com licença senhoras. Lena... Tem uma pessoa querendo te ver. É uma jornalista, o nome que deixou foi... Sadie McCarthy. - tá de sacanagem...

-Ela disse o que queria?

-Só falou que precisava falar com você, Lena. Ela citou a Supergirl, mas avisei que ela não estava. Não parece estar tranquila, tava bem ansiosa, agitada.

-Não recebe ela, Lena. - avisei. - Ela me disse com todas as letras que iria seguir o Ben Lockwood, ela só pode estar aqui de espiã. Ou querendo ganhar algum em cima de você, ou sei lá! Essa menina é doida! Não deixa ela entrar.

-Calma, Saskia. De repente, ela mudou de ideia?

-O caralho! Lena, não atende ela. To falando como gerente de campanha e como irmã. Por favor...

-Tá bom, tá bom. Calma, mana. Hope, fala que eu to muito ocupada e que não tem como atender ela hoje.

-Sim senhora. - Hope se retirou.

The lawyer and the journalistOnde histórias criam vida. Descubra agora