Laços Proibidos (+16)

05| A Noite Em Tokyo

•Música de sugestão:
Crustal Castles - Kerosene

O cheiro de gasolina e borracha queimada preenche o ar. A pista à minha frente está cheia de motos esportivas alinhadas, prontas para a corrida. Meu coração bate acelerado no peito. Subo na minha moto, uma Yamaha YZF-R6. com Led roxo. Sinto o peso da moto assim que eu a seguro. Ao meu lado, meu irmão Rindou faz o mesmo, sua moto é igual a minha, porém possui LED azul. Seus olhos brilham com a mesma excitação que sinto.

Lanço um olhar ao redor, observando os outros pilotos. Todos estão concentrados, mas não consigo evitar um sorriso. Adoro essa sensação de antecipação, o momento antes da largada quando tudo ainda é possível. A bandeira cai e, em um instante, estamos em movimento.

Acelero ao máximo, sentindo o rugido do motor vibrando através do meu corpo. A velocidade aumenta rapidamente, e logo estamos a 210 km/h. O vento bate forte contra o meu capacete, a adrenalina corre pelas minhas veias como um jato de energia pura. Cada curva, cada reta, exige total concentração. Sinto cada movimento da moto, como se fosse uma extensão do meu próprio corpo.

Rindou está logo ao meu lado, e posso ver a determinação em seus olhos quando ele me ultrapassa por um instante. Mas não deixo barato. Forço a moto ainda mais, o motor rugindo enquanto retomamos a liderança.

O mundo ao nosso redor é um borrão de cores e sons. O asfalto abaixo de nós, os outros pilotos competindo ferozmente, tudo se mistura em uma única experiência eletrizante. Esta é a vida. Este é o momento pelo qual vivemos. E enquanto continuamos a acelerar, cada segundo conta, cada movimento é crucial.

Sinto a excitação, a adrenalina, a velocidade. Este é o nosso mundo, e não há outro lugar onde eu preferiria estar.

— Isso é tão maravilhoso. — falo por baixo do capacete.

Em questão de alguns minutos eu estou na frente, em primeiro lugar. Olho para trás e vejo somente os outros pilotos que tentam me alcançar de alguma forma, sendo o único que me alcança por pouco tempo o meu irmão.

Rindou deve estar acima de 210 km/h. Pois ele passa ao meu lado em uma velocidade quase que surreal.

Todos estão focados na corrida clandestina no meio de carros, caminhões e outras motos. Cada um de nós quer ser o primeiro a cruzar a linha de chegada. Olho para o meu irmão, que está logo à minha frente, e sinto a adrenalina aumentar.

Eu aperto o acelerador, determinado a recuperar o primeiro lugar. Sinto a moto vibrar sob mim, o motor rugindo em resposta ao meu comando. Estamos correndo a uma velocidade alucinante, e tudo ao redor se torna um borrão.

De repente, algo inesperado acontece. Um carro à frente freia bruscamente, e sou forçado a desacelerar por um momento para evitar uma colisão. Sinto a frustração crescer dentro de mim enquanto vejo Rindou se distanciar, ainda mais rápido.

Rindou está a toda velocidade quando um caminhão na faixa ao lado decide, sem aviso, mudar de pista. Vejo tudo em câmera lenta. O caminhão gigante se move perigosamente na direção do meu irmão, que não tem tempo para reagir. Meu coração dispara. Por centímetros, Rindou consegue evitar a colisão. Ele manobra habilmente, mas a proximidade do desastre é assustadora.

Eu desacelero, atordoado pelo que acabei de presenciar. A visão do caminhão quase atingindo Rindou me deixa com um nó no estômago. Tento me recompor, mas a preocupação com meu irmão é esmagadora. Ele continua acelerando, alheio ao meu estado de choque, determinado a vencer a corrida.

Acelero novamente, tentando me concentrar, mas a imagem do caminhão ainda está fresca na minha mente. Cada fibra do meu ser quer alcançar Rindou, garantir que ele está bem. A corrida ainda está em andamento, mas meu foco mudou. Não é mais sobre vencer. Agora, é sobre a segurança do meu irmão.