01| Inferno Educacional

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Música de sugestão:
The Living Trombstone - My Ordinary Life

Lá vamos nós de novo, mais um dia, mais uma aventura na incrível jornada do sofrimento chamada "escola". Ah, a escola, essa instituição maravilhosa onde os ponteiros do relógio parecem se arrastar mais lentamente do que uma lesma com dor nas costas. Não, não estou exagerando. É um fato científico comprovado.

Cada manhã é como se eu estivesse embarcando em uma expedição para o desconhecido, só que sem a emoção. A mochila pesa toneladas, como se estivesse repleta de tijolos em vez de livros. E não me faça começar sobre os horários. Quem inventou a ideia de acordar antes do sol nascer para aprender sobre equações matemáticas?

Na escola, é como se eu estivesse preso em um filme ruim de comédia, onde os personagens secundários são os professores que se acham os protagonistas e as aulas são os momentos em que eu gostaria de ser um extra invisível. Sério, só de pensar em mais uma aula de história sobre a Revolução Industrial, sinto um arrepio na espinha.

E não vamos nem mencionar o fato de que os corredores da escola parecem ter sido projetados para um labirinto de ratos. Você pensaria que com tantas voltas e reviravoltas, eu acabaria tropeçando em algo emocionante, como um tesouro escondido ou pelo menos uma cafeteria secreta que serve café expresso grátis. Mas não, tudo o que encontro são armários e mais armários.

Ah, e não posso esquecer das aulas de educação física, onde minha habilidade atlética se assemelha a de um pinguim com uma perna quebrada tentando fazer ballet. A única coisa que me mantém sã é a contagem regressiva para o fim do dia, quando finalmente posso escapar desta prisão disfarçada de instituição educacional.

Então, sim, você poderia dizer que eu odeio um pouco (muito) a escola. Mas quem sabe, talvez um dia eu olhe para trás e ria de todas essas memórias. Ou talvez não. Eu prefiro rir das piadas do meu gato. Pelo menos ele tem um senso de humor decente.

— Ran? Você não vai para a escola hoje? — pergunta o meu irmão mais novo enquanto entra no meu quarto.

— Eu decidi que não vou mais para a escola.

— O quê? Por quê? Você sabe que é importante, certo? — questiona com as sobrancelhas franzidas.

— Ah, eu sei, mas é que toda vez que entro naquela escola, sinto como se estivesse caminhando para o meu próprio funeral. — resmungo e cubro a minha cabeça com o edredom.

— Uau, isso é dramático. Mas você não pode simplesmente desistir da escola. Você tem que pensar no seu futuro.

— Eu sei, eu sei. Mas, sério, Rindou, você já viu a quantidade de lição de casa que eles nos dão? Parece uma conspiração para manter os estudantes cativos em suas casas por horas intermináveis.

— Bem, acho que todo mundo tem essa reclamação. Mas ainda assim, você não pode abandonar a escola. E se seus amigos sentirem sua falta?

— Eles vão sobreviver. Além do mais, nós temos a internet agora. Posso ficar em contato com eles sem ter que lidar com a tortura diária da sala de aula.

— Ok, ok, eu entendo sua frustração, mas acho que você está sendo um pouco radical.

— Vou passar a considerar as ideias do Sanzu, vou virar dono de biqueira.

— Vai virar a "princesa" do tráfico? — ele ri.

— Tá tirando comigo? — respondo sério e olho para ele. — Qual é o seu problema hein?

— É a única maneira de fazer você se levantar. — responde e joga uma almofada em mim. — Vamos, o sofrimento da escola não é apenas para você, é para mim também. Quanto mais a gente enrolar, pior vai ser, afinal podemos chegar atrasados e escutar o diretor gralhar na nossa cabeça.

Reviro os olhos e me levanto da cama, quase que me arrastando pelo quarto.

— Bom dia.

— Só se for para você. — respondo e deixo o quarto.

— Ei, pessoal, vocês viram o Muto e o Sanzu saindo do banheiro juntos? — questiona Rindou enquanto fecha a porta do armário

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— Ei, pessoal, vocês viram o Muto e o Sanzu saindo do banheiro juntos? — questiona Rindou enquanto fecha a porta do armário.

— Sério? Isso é meio estranho, não é? — indaga Izana. — Hmm, talvez eles estivessem apenas conversando, sabe, sobre coisas de caras.

— Ou talvez estivessem compartilhando momentos mais... íntimos. — brinca Mochizuki rindo.

— O quê? Você acha que eles estão... fazendo sexo no banheiro? — Rindou diz e ri.

— Quem sabe? Talvez estivessem trocando segredos profundos.

— Oh, por favor, parem com essas teorias malucas. Eles provavelmente só precisavam usar o banheiro ao mesmo tempo e decidiram ir juntos.

— Claro, claro, a teoria do "vamos juntos ao banheiro" é a mais provável. Mas não podemos descartar as outras possibilidades. — respondo.

— Só você mesmo, Ran, para transformar uma ida ao banheiro em um mistério digno de um filme de suspense. — brinca Izana.

— Ah, mas vocês sabem como é, a vida na escola pode ser tão monótona que até as idas ao banheiro se tornam eventos dignos de investigação.

— Bem, eu prefiro manter minha mente livre de teorias conspiratórias sobre as atividades dos meus colegas no banheiro. Afinal, cada um tem seu próprio tempo de privacidade.

— Ah, Izana, sempre trazendo um pouco de sanidade para as nossas conversas malucas. Mas você não pode negar que é divertido imaginar o que realmente acontece nos corredores da escola.

— Definitivamente é uma distração bem-vinda da rotina escolar. Mas vamos deixar os pobres Muto e Sanzu em paz e voltar aos nossos próprios assuntos antes que a gente comece a especular sobre quem mais está formando alianças secretas nos lugares mais inesperados.

— Concordo. Afinal, quem precisa de teorias de conspiração quando se tem lição de casa para fazer, não é mesmo? — indaga Rindou.

— Lição de casa?

— É ué. Aquela tarefa sobre trigonometria que é para entregar hoje. — diz Mochizuki.

— Ai porra... eu já comecei meu dia tomando no cu. — digo rindo. — Eu esqueci dessa merda. — olho para Rindou.

— Ih nem vem, eu estou no primeiro do colegial, Ran. Eu provavelmente nem comecei a ver essa matéria que vocês tem.

— Você ainda não viu trigonometria?

— Não. Essa semana a gente começou a aprender sobre álgebra básica. Nem sei que merda é esse de trigonometria.

— Droga. — falo e reviro os olhos.

— Eu te deixo copiar a minha lição, mas muda algumas coisas, para não ficar igual e a professora desconfiar. — diz Izana.

— Valeu, filipino.

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