35| Acorde

52 15 22
                                    

•Música de sugestão:
Chord Overstreet - Hold On

Estou preso em um vazio sem forma, uma escuridão que parece infinita. Mas, mesmo nesse estado, posso ouvir claramente o que se passa ao meu redor. As vozes dos médicos ecoam como se estivessem falando diretamente dentro da minha mente.

— Os sinais vitais estão estáveis, mas ainda precisamos monitorá-lo de perto. — diz uma voz masculina, firme e profissional.

— Sim, ele está respondendo bem ao tratamento. — responde outra voz, uma mulher, suave mas carregada de cansaço.

Eu tento me mexer, tentar fazer algum sinal para eles perceberem que estou aqui, que posso ouvi-los, mas meu corpo não responde. É como se estivesse preso em um bloco de concreto, incapaz de me mover ou falar.

— Precisamos ajustar a medicação. — continua a voz masculina. — Quero garantir que ele tenha o melhor suporte possível enquanto está em coma.

— Concordo. — responde a mulher. — Vamos também checar novamente os reflexos. Qualquer sinal de melhora pode ser crucial.

Sinto uma onda de frustração. Estou aqui, consciente de alguma forma, mas incapaz de me comunicar. Tento concentrar todas as minhas forças em mover um dedo, uma pálpebra, qualquer coisa. Nada acontece.

— Você acha que ele pode ouvir a gente? — pergunta uma terceira voz, jovem e incerta.

— É possível. Na verdade já é possível. Ele já deu sinais de que está consciente. — responde a mulher. — Pacientes em coma às vezes relatam ouvir conversas ao seu redor. Precisamos ter esperança.

Essa ideia me enche de uma esperança renovada. Se eu posso ouvir, talvez eu possa encontrar uma maneira de responder, de mostrar que estou aqui. Tento focar em um som, em uma sensação. A voz de Sassy e Rindou vem à minha mente, suas palavras de encorajamento e amor.

— Vamos continuar falando com ele. — diz a voz masculina. — Pode fazer toda a diferença.

Eles começam a falar comigo diretamente, como se eu estivesse acordado.

— Ran, estamos aqui com você. — diz a mulher. — Você está no hospital, recebendo os melhores cuidados. Queremos que você lute e volte para nós.

Suas palavras são um consolo e um desafio ao mesmo tempo. Eu quero lutar, quero voltar. Tento me agarrar a essa determinação, usar suas palavras como uma corda para me puxar de volta à superfície.

Sinto uma pressão leve na minha mão, como se alguém a estivesse segurando. Talvez seja Sassy ou Rindou. Essa conexão me dá força, um lembrete de que não estou sozinho.

— Vamos ajustar os parâmetros do respirador. — diz a voz masculina. — E monitorar qualquer alteração nos sinais vitais.

A escuridão ainda me envolve, mas há uma pequena luz agora. Uma esperança. Continuo a ouvir, a me concentrar nas vozes ao meu redor. Não vou desistir. Vou encontrar uma maneira de voltar.

E então, de repente, meus olhos se abrem. A luz é intensa, quase cegante, mas consigo ver rostos ao meu redor. Tento dizer algo, mas sou imediatamente confrontado com a sensação desconfortável de um tubo na minha garganta. Estou entubado, e o tubo me sufoca, me impedindo de falar.

Os médicos ao meu redor ficam surpresos.

— Ele abriu os olhos! — uma mulher diz, a voz repleta de excitação. — Ran, se acalme, você está entubado, não tente falar e não faça movimentos brutos. Vamos cuidar de você.

Eles se movem rapidamente, verificando meus olhos com uma pequena lanterna, checando meus sinais vitais com uma precisão quase frenética.

— Ele está acordado do coma. — diz um deles, quase sem acreditar.

Laços Proibidos (+16)Onde histórias criam vida. Descubra agora