[𝗢𝗯𝗿𝗮 𝗙𝗶𝗻𝗮𝗹𝗶𝘇𝗮𝗱𝗮] Depois de deixar Shibuya para trás, Sassy chega a Tokyo determinada a começar sua vida do zero. Em busca de um novo começo, ela se matricula em uma nova escola e rapidamente se envolve nos preparativos para o grande f...
A noite chuvosa se estendeu por toda madrugada até o amanhecer do dia seguinte. Sayo nem me acordou para ir para o colégio, me acordou apenas para me avisar que estava indo a caminho do trabalho.
— Sassy?
— Que horas são? — pergunto sonolenta.
— São 07:48. Eu te acordei para avisar que eu estou indo para o trabalho, tá bom? Nem te acordei para ir a escola, afinal está chovendo muito. Fica em casa, tá?
— Tudo bem. — falo e coço os olhos. — Mas você vai trabalhar com essa chuva?
— No trabalho temos que ir com ou sem chuva. — ela fala com um sorriso fraco no rosto. — Te vejo mais tarde, Sassy.
Ela deposita um beijo na minha testa e deixa o meu quarto e o aparamento. A chuva lá fora ainda é forte, e eu fico com muita pena da minha irmã de acordar cedo em um dia chuvoso e ir de metrô até o trabalho com essa chuva fria lá fora.
Me sento na cama e abro um pouco a janela do meu quarto e sou recebida por uma brisa fresca e úmida. A chuva cai incessantemente sobre Tokyo, pintando a cidade com um véu cinzento e escuro. As gotas de água deslizam suavemente pelo vidro da janela, criando pequenos rios que se encontram e se separam.
Lá embaixo, na rua, vejo minha irmã Saori atravessando cuidadosamente, segurando seu guarda-chuva preto. O contraste do guarda-chuva contra o fundo cinza da chuva e do asfalto é quase poético. Saori é uma figura determinada, mesmo nos dias mais chuvosos. Ela caminha com passos firmes, evitando as poças d'água, a caminho da estação de metrô.
Saori sempre foi assim, disciplinada e focada, nunca deixando que as adversidades a atrapalhem. Enquanto a observo, sinto uma mistura de admiração e uma ponta de preocupação. O movimento incessante da cidade ao seu redor parece engoli-la, mas ela mantém sua postura ereta, sua determinação inabalável.
O som da chuva é um constante sussurro, uma melodia que embala meus pensamentos. A cada passo que Saori dá, parece que a cidade responde, com os carros passando e as pessoas correndo para se protegerem da chuva. Tokyo, mesmo sob a tempestade, não para. E nem Saori.
Ela alcança a calçada oposta e dá uma última olhada para trás antes de seguir seu caminho. Eu sei que ela não me vê, mas mesmo assim, levanto a mão em um gesto de despedida. O guarda-chuva preto desaparece lentamente entre os pedestres, e eu fico ali, observando até que sua figura se torna indistinguível na multidão.
Fecho a janela com cuidado, ainda sentindo a umidade no ar. A cidade continua seu ritmo frenético, e eu me pergunto o que o dia de hoje reserva para Saori. No fundo, sei que, independentemente do que acontecer, ela enfrentará tudo com a mesma coragem que demonstrou ao atravessar aquela rua sob a chuva.
Me deito novamente na cama e sou surpreendida por Anakin, que se deita no meio das minhas pernas procurando um lugar quentinho para se deitar e acomodar do frio.
Me enrolo na coberta e decido dormir mais um pouco. Preciso aproveitar o fato de eu não ter ido ao colégio hoje.
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