Laços Proibidos (+16)

15| Sentimentos Inexplicáveis

•Música de sugestão:
Chase Atlantic - Into It

Sassy e eu ensaiamos durante a tarde toda. E os nossos corpos e músculos se contraem devido ao treino intenso. Mas todos o esforço valeu a pena, afinal a nossa dança para a apresentação está ganhando cada vez mais forma, e tudo se encaixa perfeitamente.

Olho para Sassy e ela está sentada na beirada do palco do auditório. Ofegante e bebendo água na sua garrafinha. Me aproximo dela, me sentando ao seu lado.

— Meus músculos estão bem treinados. — ela diz e ri.

— Os meus também. Acho que nunca na minha vida eu fiz tantos movimentos rápidos assim. — o que não é verdade, afinal eu luto para uma gangue. E eu já fiz movimentos muito mais rápidos e cansativos, mas não vou revelar isso para ela.

— Sabe eu... Ran o seu ombro está sangrando! — ela fala assustada.

— O que? — falo e olho para o meu ombro. E sim, ele está sagrando. O que eu vou falar para ela? Vou simplesmente dizer "Ah eu estava em uma luta de gangue ontem e levei uma facada para proteger o Rindou". Não posso falar isso para ela. — Ah isso foi de ontem. Eu estava limpando a cozinha e o faqueiro caiu encima de mim e uma faca por azar pegou o meu ombro. — sei que é uma mentira tosca, mas é melhor do que falar a verdade.

— Você precisa estancar o sangramento. — ela fala e em seguida mexe na sua bolsa e pega um paninho. — Vem cá.

— Não precisa, eu tô bem.

— Você está sangrando!

— Não se preocupe.

Sassy me olha fixamente e em seguida se levanta e se aproxima de mim, o que me faz levantar e começar a correr dela.

O sangue escorre pelo meu ombro e abdômen, manchando o tecido do uniforme. Cada passo é uma dor lancinante, mas não posso parar. Sassy está atrás de mim, determinada a me alcançar para estancar o sangramento, mas eu simplesmente não consigo lidar com a ideia de ficar parado agora.

O som dos nossos passos ecoa pelo auditório, e a dor latejante no meu ombro me faz ranger os dentes. Viro um uma curva do palco rápido demais, quase perdendo o equilíbrio, mas sigo em frente. Sassy está gritando meu nome, implorando para que eu pare, mas minha mente está focada apenas em continuar.

De repente, Sassy e eu tropeçamos em um fio, e caímos no chão... num instante caótico, Sassy cai sentada em cima de mim, o rosto dela se torna rapidamente de um vermelho intenso de vergonha.

— Desculpa, desculpa! — ela balbucia, tentando se levantar rapidamente, mas seus movimentos são atrapalhados pelo embaraço e pela pressa.

Eu, por outro lado, fico mais preocupado comigo e com ela do que com a situação constrangedora. Ela estende a mão na minha direção, os olhos cheios de preocupação.

— Você precisa de ajuda, pare de correr!

Sinto uma onda de tontura e a realidade da minha situação me atinge. Respiro pesadamente, enquanto a dor no ombro se intensifica. Sassy se levanta e se senta ao meu lado.

— Por favor, deixe-me cuidar disso. — ela implora, a preocupação genuína em seus olhos.

Relutantemente, aceno com a cabeça, permitindo que ela se aproxime. Me sento ao seu lado, e retiro a minha camiseta, e vejo que todo o meu abdômen está com sangue.

— Fica quieto e não se mexa.

Sinto uma mistura de vergonha e alívio enquanto ela começa a tratar o ferimento, os dedos dela ágeis e cuidadosos.