18| Revendo as amizades, talvez?

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•Música de sugestão:
GAYLE - abcdefu

Estou sentada na sala de aula, tentando prestar atenção na explicação do professor sobre a Revolução Industrial. Mas meus olhos não conseguem evitar se desviarem para Ran, que está, mais uma vez, dormindo profundamente na sua cadeira. É sempre a mesma história: ele começa a aula com os olhos semicerrados, e em questão de minutos, está mergulhado em um sono que parece ser mais profundo que o oceano.

Não consigo segurar a risada. É incrível como que ele consegue dormir em praticamente todas as aulas. O professor está falando sobre como as fábricas mudaram o mundo, e lá está o Ran, provavelmente sonhando com qualquer coisa menos chaminés e máquinas a vapor. E o mais engraçado é que ele nunca é pego! É como se tivesse um talento secreto para cochilar sem ser notado.

Me lembro da última vez que tentaram acordá-lo. A professora de geografia até jogou um giz na direção dele, e ele só murmurou algo incompreensível e virou a cabeça para o outro lado, continuando seu cochilo. A sala inteira riu, e até a professora não conseguiu esconder um sorriso.

Hoje, decido me divertir um pouco. Pego meu caderno e escrevo uma mensagem rápida: "Sonhando com a Revolução Industrial?" e coloco bem na frente dele. Alguns colegas que perceberam o que estou fazendo começam a rir baixinho também.

A aula continua e, eventualmente, o sinal toca. Ran acorda com um leve sobressalto, piscando os olhos confusos. Ele olha para o bilhete, lê e balança a cabeça, rindo de si mesmo.

— Vocês realmente não perdem uma, hein? — ele diz, com aquele sorriso de quem sabe que não tem jeito.

Me levanto da cadeira, ainda rindo, e dou um tapinha amigável nas costas dele.

— Alguém tem que manter as coisas interessantes por aqui! — digo, enquanto saímos da sala. Mesmo com todas as suas sonecas inesperadas, Ran sempre consegue fazer meus dias mais divertidos.

Caminhamos juntos até o refeitório e ali nós servimos com algo para comer. Logo noto algo estranho: Rindou não está com o Ran.

— O seu irmão não veio hoje? — pergunto.

— Rin? Ele veio sim. É que ele está na sala de artes terminando um projeto de artes que o povo da sala dele vai ter que fazer e expor na sala. — ele responde e coça os olhos, ele visivelmente ainda está com sono.

— Algo me diz que você ainda está com muito sono. Você dorme tarde todos os dias pelo jeito. — falo rindo junto com ele.

— A minha rotina é puxada, e eu não tenho uma rotina de sono adequada. Cada dia eu durmo em um horário diferente. — ele responde e abre uma caixinha de suco.

— Você precisa começar a cuidar disso. Faz mal não ter uma rotina ideal de sono.

— Eu estou nessa a um tempão. E eu já cheguei a dormir um dia todo.

— O que? Você já dormiu por 24 horas?! — pergunto abismada.

— Eu me lembro que eu tinha feito alguma coisa com o Rin, chegamos em casa seis da tarde. Eu tomei banho e me deitei para dormir às sete da noite, e eu só acordei na sete da noite do dia seguinte.

— Como você conseguiu fazer isso?

— Digamos que eu tenho super poderes. — ele diz rindo.

Começo a rir junto com ele. Ran é aquele típico aluno que tira nota 6 e 7. Que passa de ano raspando. Dorme na sala e toda vez que ele fica acordado reclama de ter que fazer as atividades  e usa ChatGPT.

Quando terminamos o nosso almoço continuamos sentados conversando sobre vários outros assuntos diversos, antes do sinal tocar e interromper a nossa conversa, nós fazendo voltar para a sala de aula.

Lá vamos lá de novo.

Quando as aulas terminam, deixo a escola junto com os meus mais novos amigos, rindo e conversando sobre o dia, quando de repente, ouvimos um berro vindo da rua

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Quando as aulas terminam, deixo a escola junto com os meus mais novos amigos, rindo e conversando sobre o dia, quando de repente, ouvimos um berro vindo da rua.

— Ô, Maconhaaa! — Sanzu, o namorado do Muto, está lá, gritando a plenos pulmões. A palavra ecoa pelo rua, e todo mundo para o que está fazendo para ver o que está acontecendo. — Olha a Maconhaaaa! Olha a Maconhaaaaa!

Como se isso não fosse suficiente, Muto começa a apertar uma buzina de bicicleta de forma incessante, o som agudo cortando o ar e completando o espetáculo.

Eu olho para meus amigos, e todos nós estamos com os olhos arregalados e as bocas abertas em choque, que logo se transformam em gargalhadas incontroláveis. Eu não consigo segurar, e começo a rir tanto que sinto as lágrimas começarem a se formar nos meus olhos. A combinação do berro do Sanzu e a buzina do Muto é simplesmente hilária.

— Que diabos está acontecendo? — pergunta Mochizuki, mas ninguém consegue responder porque estamos todos ocupados rindo demais. Sanzu, percebendo o sucesso do seu show improvisado, começa a dançar ridiculamente, enquanto Muto continua com a buzina. A cena é surreal.

— Eu não acredito nisso! Eu preciso rever as minhas amizades! — digo entre risadas, segurando minha barriga que já começa a doer de tanto rir. Meus amigos estão no mesmo estado, alguns vermelhos de tanto rir.

Finalmente, Muto para com a buzina e Sanzu para de gritar, mas o estrago já está feito. Aquele momento está gravado nas nossas memórias como um dos mais engraçados da história da escola.

— Vocês são malucos! — grito para eles, ainda rindo. Muto apenas dá de ombros e sorri, enquanto Sanzu faz uma reverência exagerada como se tivesse acabado de encerrar um show.

Nós nos recompomos o suficiente para continuar nosso caminho para casa, mas as risadas ainda ecoam, e sei que vamos lembrar disso por muito tempo. É esse tipo de loucura que torna os dias na escola inesquecíveis.

— Ran, o Sanzu sempre foi assim?

— Drogado, louco ou psicopata? — ele questiona rindo.

— Não precisa ofender o coitado. — falo rindo. — Mas espera aí, ele usa... drogas?!

— Ele só fuma Maconha. — responde Rindou enquanto limpa a lente do seu óculos.

— Meu Deus.

— Bem-Vinda ao G.S.F.M. — diz Ran.

— O que quer dizer isso?

— Garotos só fazem merda. — completa Rindou.

— Estou começando a me arrepender de andar com vocês. — falo rindo.

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