𝐓𝐇𝐄 𝐎𝐍𝐄 𝐓𝐇𝐀𝐓 𝐆𝐎𝐓 𝐀𝐖𝐀𝐘 | 𝐅𝐚𝐥𝐜𝐚𝐨 + 𝐘𝐨𝐮

𝐂𝐇𝐀𝐏𝐓𝐄𝐑 𝐓𝐇𝐈𝐑𝐓𝐘-𝐍𝐈𝐍𝐄

Gostaram da Bella narrando no último capítulo? Quer que ela e Falcão narrem à partir de agora? ☺️

𝐃𝐄𝐒𝐂𝐎𝐁𝐑𝐈 que o nome do garoto esquisito é Theo Gomez. Ele tem dezoito anos, e saiu de seu lar adotivo para vir morar no Vale. Ele ainda não quer me falar da onde me conhece, mas algo me diz para eu ficar tranquila sobre ele.

— Por quê estava chorando? — O garoto faz a pergunta do nada.

— O quê?

— Por quê você estava chorando? — Theo repetiu e eu suspirei, desviando o olhar para a rua deserta à nossa frente.

— Eu acabei de presenciar uma traição. — Eu murmuro, enquanto tento criar coragem para encara-lo de volta.

— O quê? Sério? Que babaquice.

— Sim. Meu namorado.. Quero dizer, ex.. Ele não queria que eu entrasse para um dojo de karatê, disse que se eu estivesse fazendo isso, trairia à ele e à mim ao mesmo tempo. — Explico, enquanto as lágrimas lutam para sair. Desde que eu o vi com Elizabeth, meu corpo ficou tenso e minhas mãos tremem de raiva. Só não vou desabar porque o menino acabou de me conhecer, não quero assusta-lo. — Mas agora já não importa mais. Assim como ele me traiu, eu vou trai-lo. — Eu forço um sorriso para o mais alto, ao meu lado. — Você já se imaginou lutando karatê, Theo?

E foi assim que o convenci a começar comigo no Cobra Kai amanhã. Ele me deixou na porta de casa, nos despedimos e ele foi embora. Theo é um bom garoto.

Chego em casa e vejo meus pais no sofá. Minha mãe dormindo com a cabeça encostada no peitoral do papai. Sorrio com a cena.

— Pai, desculpa por não ter voltado tão cedo, como eu imaginava. Hoje não foi um dia tão legal pra mim. — Eu comento, sentando no braço do sofá.

— Tudo bem, filha. Acho que parte disso é culpa minha, não? — O homem fala, soltando um riso nasalado.

— Não. Você não pode controlar os hormônios dos garotos dessa cidade. — Eu falo, rindo fraco.

— Ah, então foi um garoto. — Ele fala, e eu sinto sua leve irritação daqui.

— Foi. Mas, relaxa, eu já terminei com ele. Mudando de assunto, estou ansiosa para começar no Cobra Kai amanhã. — Digo, sorrindo amarelo. Segurando ao máximo as lágrimas para o travesseiro.

O homem me fita e comprime os lábios, pensativo. E então, se ajeita no sofá, colocando mamãe mais perto.

— Filha, você quer mesmo fazer isso? Sabe que tudo bem se não quiser ir.

— Pai, está tudo bem, eu quero. — Sorrio para conforta-lo. — Eu quero.

Ele também sorri e me dá um beijo na bochecha.

— Certo, vá se arrumar para dormir. Vou terminar esse filme aqui e já vou também. — Ele fala e eu assinto com a cabeça.

— Boa noite, pai.

— Boa noite, filha.

Subo as escadas lentamente. As lágrimas já embaçando minha visão, a respiração ficando descompassada, as mãos tremendo levemente, a dor agonizante no peito. Estou quebrada.
Chego em meu quarto, fecho a porta atrás de mim e me jogo na cama. Afundo meu rosto no travesseiro e começo a chorar tudo o que segurei durante esse tempo.

Eli foi meu primeiro amor, minha primeira paixão, meu primeiro namorado. E eu não consigo acreditar que ele me perdeu outra vez. Acho que não era tão amada como eu pensava.

Aquela cena doeu ser assistida, mas foi preciso para me fazer acordar pra realidade e ver que eu não posso confiar cegamente em ninguém. Tenho que ser forte o tempo todo, ser independente e casca grossa. E só tem uma única maneira disso acontecer.