𝐂𝐇𝐀𝐏𝐓𝐄𝐑 𝐓𝐇𝐈𝐑𝐓𝐘-𝐒𝐈𝐗

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𝐀 𝐆𝐀𝐑𝐎𝐓𝐀 passou o dia todo na companhia do pai. Eles se divertiram muito.

— E então, ele disse: "Cadê as minhas calças?" — Albert e Bella riem alto, ao saírem do parque de diversões.

— Por Deus, pai! — A morena murmura, rindo sem parar.

— Boa, né? Sabia que ia gostar. — O mais velho bebericou um pouco da cerveja que havia comprado.

Os dois adentram o carro preto de Albert, ele no motorista e ela no passageiro. A garota suspira, antes de se virar para o pai.

— Obrigada, pai. — Ela sorri, sentindo-se confortável na presença dele, pela primeira vez em anos.

— Não precisa agradecer, filha. Eu amo você e me arrependo muito de tudo o que já te causei. — Ele fala, logo abraçando a menina.

Já tem alguns dias que o homem a leva para sair, prometendo um dia de diversão entre pai e filha. É um dia mais incrível do que o outro. O pai está conseguindo sua confiança aos poucos.
Eles chegam em casa, rindo alto.

— Hm, vejo que tiveram um dia ótimo hoje. — Disse a mulher, sorrindo. Ela está sentada no sofá, assistindo um filme de comédia romântica.

— Foi muito legal. Você tem que acompanhar a gente no nosso próximo rolê, mãe. — Disse Bella, deixando um chocolate no colo da mulher, que sorri agradecida.

— Rolê? É isso o que os jovens falam agora? — A mulher ri, abrindo o doce. A morena sorri e assente com a cabeça.

— Que filme está assistindo aí, dona? — Albert pergunta para Lauren, sentando-se no sofá, ao lado dela. Eles não voltaram como Bella esperava, mas concordaram em ser grandes amigos.

— Dez coisas que odeio em você. — Ela responde, vidrada na TV.

— Oh, eu posso listar dez coisas que odeio em você. — Disse o homem, divertido. A mulher o fita, indignada. — 1: Você nunca envelhece, continua gostosa. 2: Me traiu com seus namoradinhos no ano de noventa. 3: Me deu um tapa no dia em que a gente se conheceu. 4: Você é mandona. 5: Nossa filha é a sua cópia, não a minha. 6: Não tem senso de humor. 7: Não ri das minhas piadas. 8: Quebrou minha caneca do homem-aranha. 9: Me deu uma do Deadpool pra recompensar, mas eu odeio Deadpool. E 10: Você tem chulé.

A mulher começa a estapear o peitoral do homem, rindo junto à ele.

— Você é um grandíssimo filho da puta, Albert! — Ela fala, rindo.

— Sem palavrão, temos crianças na sala. — Ele aponta para a filha em pé, de braços cruzados, com um sorriso bobo no rosto.

— Podem continuar, eu estou amando presenciar essa reaproximação. — Disse Bella, sentindo seu coração quentinho. Pelo menos, uma coisa boa.

— Vem aqui, garota. — A mãe sorri, a puxando para um abraço, no qual o pai não demorou para se juntar.

[...]

No dia seguinte, Lauren saiu cedo para trabalhar. Bella desce para tomar café junto com o pai.

— Hoje o dia é só nosso, filhota. — Disse Albert, servindo duas xícaras de café.

Bella força um sorriso amarelo, sentando na cadeira. Essa noite, teve um sonho com Eli e não acordou muito legal.

— Iiih, eu conheço essa carinha. O que houve? — Perguntou, sentando na cadeira de frente para ela, a entregando uma das xícaras.

— Tem certeza que quer falar comigo sobre isso? Seria estranho. — Bella murmura, fazendo uma careta. O homem ri fraco.

— Deixa eu adivinhar. Meninos?

— Nossa, sua filha é tão previsível assim? — Bella ri, circulando ao redor da xícara com seu dedo.

— Chutei. — Eles riem fraco. — Mas, me fala, o que aconteceu?

A garota suspira, preparando-se mentalmente para a conversa que teria agora.

— Bom.. Você lembra do Eli? — A morena pergunta e o mais velho assente.

— Claro que lembro daquele pirralho, como é que ele está agora?

— Bem... Eu acho. Enfim, não é segredo para ninguém que eu sempre gostei muito dele. — Albert assentiu, também atento à isso.

— Desde quando o conheceu.

— Nós começamos a namorar faz pouco tempo, coisa de meses...

— Sério? Que legal, filha.

— Pai, para de me interromper. — Ela ri fraco, querendo contar a história de uma vez para quem sabe assim doer menos.

— Oh, okay, desculpa.

— Continuando. Eu e Eli começamos a namorar e estava tudo ótimo, até o torneio. Eu fiz uma inimiga no Cobra Kai, a Melanie, enfim, é uma longa história. E, bom, na luta, ela começou a me encher de paranóia e eu acreditei. E quando eu perdi, só piorou tudo. Agi por impulso e terminei com ele. Mas não sei se consigo voltar por medo dele acabar se cansando de mim, ou dele achar alguém mais interessante. E se ele não quiser mais falar comigo? — Ross desabafa, sentindo um peso sair do peito ao finalmente falar sobre como se sente.

— Eu acho que boa parte disso é culpa minha. — O homem bufa, o que faz a menina levantar a cabeça para encara-lo. — Filha, eu nunca fui um bom pai e só agora que estou tentando melhorar como pai e pessoa. Eu implantei esses pensamentos na sua cabeça sem querer com a minha ausência, a minha toxicidade, a minha saída da sua vida e as minhas ligações uma vez por mês. Eu juro que não queria te prejudicar de jeito nenhum, mas não tem como modificar o passado agora. O que eu te peço é perdão por tudo isso e que você converse com esse garoto. Olha, você não pode se relacionar com as pessoas, esperando sempre o pior, esperando que elas vão te deixar. Precisa se arriscar por aquilo que pra você vale a pena. Eu o conheço bem pouco, mas conheço e sei que ele jamais vai deixar uma menina como você escapar, como eu já deixei uma vez.

O homem falou seriamente cada frase, olhando no fundo das orbes verdes de sua filha. As palavras sinceras do pai tocando o coração da menina de uma forma tão sutil e delicada, a deixando surpresa e boquiaberta.

— Você é incrível, Bella. E tem que se permitir ser amada, porque você é. Chega de fugir por medo, por receio. Se não sangrar, nunca vai crescer. — O conselho sábio de Albert (Taylor) a fez sorrir e assentir.

A conversa não foi do jeito que ela esperava, entrando por um ouvido e saindo pelo outro. O pai realmente a ajudou. E isso definitivamente conquistou a confiança dela novamente.
Ela corre para os braços do mais velho, o abraçando com vontade, enquanto lágrimas insistentes brotam em seus olhos.

— Eu te amo, pai.

Ao ouvir a seguinte frase, o velho não se aguentou e começou a chorar baixinho também.

— Eu também te amo muito, minha filha.

O abraço e o choro durou por alguns minutos. Ambos precisavam disso desde o momento em que Albert voltou.

— Agora vai atrás dele, vai.

— Agora!?

— Sim. Anda, Bella, o tempo está passando.

— Tá certo, tá certo, estou indo. — A menina ri fraco, beijando o topo da cabeça do pai e correndo para sair de casa.

𝐓𝐇𝐄 𝐎𝐍𝐄 𝐓𝐇𝐀𝐓 𝐆𝐎𝐓 𝐀𝐖𝐀𝐘 | 𝐅𝐚𝐥𝐜𝐚𝐨 + 𝐘𝐨𝐮Onde histórias criam vida. Descubra agora