𝐂𝐇𝐀𝐏𝐓𝐄𝐑 𝐅𝐎𝐑𝐓𝐘

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𝐂𝐇𝐄𝐆𝐎 𝐍𝐎 𝐃𝐎𝐉𝐎 e me deparo com ele todo diferente. Silver realmente mudou tudo. Tem até uma máquina de snacks.

— É sua primeira vez aqui? — Desperto de meus devaneios ao ouvir a voz de Theo, ao meu lado.

— O quê? Minha cara de surpresa está entregando? — Pergunto, rindo fraco. Ele assente. — Eu te falei que começaríamos hoje.

— Pensei que eu começaria hoje. Você já não faz karatê? — O garoto pergunta, confuso.

— Eu fazia em outro lugar que fechou. — Explico rápido para mudarmos de assunto.

O que me salvou foi a chegada de Tory, Kyler, Mel, Kenny e mais outros alunos. De repente, o dojo está lotado de pessoas com seus quimonos pretos.

— Bella, que bom que veio. — Dou um pulinho de susto ao ouvir a voz de Silver atrás de mim. — E trouxe mais um, que ótimo! Quanto mais, melhor. — O grisalho sorri, enquanto nos entrega os quimonos.

— Oi, Sensei. Tomei a decisão mais vantajosa. — Eu digo, com um sorriso confiante nos lábios.

— É assim que se fala. Vista o seu quimono e volte para cá, temos muito o que fazer. — Ele sorri, animado.

[...]

Cheguei em casa. Demetri quis vir comigo para passarmos a tarde jogando, antes dele começar a trabalhar e não ter mais tempo.

Sentamos no sofá, e eu bufo frustrado, ainda com a cabeça nos acontecimentos de hoje.

— Eu ainda não consigo acreditar que ela foi para o Cobra Kai. — Saio de meus devaneios ao ouvir a voz do meu amigo, e tive que concordar.

— Mesmo depois de toda a conversa que tivemos, do beijo, aquilo não valeu de nada para ela? Não significou merda nenhuma? — Murmuro, mais para mim mesmo do que para Demetri.

— Hey, eu ainda acho que ela esteja sendo forçada ou manipulada. A nossa Bella jamais faria uma coisa dessas, eu sei disso. — Disse o garoto, com um sorriso no rosto.

— Eu não sei não. Ela parecia estar se divertindo com eles hoje. — Eu digo cabisbaixo, enquanto lembro de um certo momento no intervalo, onde a vimos saindo do terraço aos risos com a turma do Cobra Kai.

Demetri, percebendo o meu desconforto e minha mente longe, coçou a garganta, me trazendo de volta para a realidade. Ele alcançou seu celular no bolso e navegou pelo Facebook até achar o que ele queria. Colocou o celular na minha frente, dando play em um vídeo que não faço idéia do que seja.

— O que estamos assistindo? — Pergunto, curioso.

— Só cala a boca e assiste. — Demetri murmurou de volta.

De repente, vários burburinhos começaram no vídeo. A visão que eu tinha era de um corredor familiar. O da minha casa, anos atrás. Então, já reconheci e um sorriso nostálgico foi nascendo em meus lábios lentamente. Natal de 2009. O primeiro de muitos Natais que passei com Bella.

No vídeo, as duas criancinhas caminham de mãos dadas, enquanto suas primas mais velhas filmavam tudo logo atrás. Eu e Bella paramos na cozinha, e eu solto um "Olha, mamãe." todo feliz e orgulhoso de estar segurando a mão de uma garota tão linda. Minha mãe se virou e disse "Oh, meu Deus! Dá um abraço nela.", bem no momento em que uma das minhas primas também disse "Dá um beijo nele.", o que causou um breve selinho entre nós. Me separei com um sorriso de orelha a orelha, ao ouvir os gritos animados e histéricos das minhas primas e da minha mãe. Já Bella ficou quieta e envergonhada, mas ainda assim com um sorriso nos lábios, enquanto segura fortemente a minha mão.

𝐓𝐇𝐄 𝐎𝐍𝐄 𝐓𝐇𝐀𝐓 𝐆𝐎𝐓 𝐀𝐖𝐀𝐘 | 𝐅𝐚𝐥𝐜𝐚𝐨 + 𝐘𝐨𝐮Onde histórias criam vida. Descubra agora