Livre para sentir Saudade.

Capítulo 10

- Mas é necessário, Juliette!

- Eu não quero.  Não quero ver aquela gente de novo, ficar perto deles.  Eu odeio-os do fundo do meu coração.

Alice tentava convencer Juliette a apresentar queixa de todos,  mas ela recusava-se.

- Eles vão ganhar e vêem atrás de mim.  Eu tenho muito medo.

- Agora não estás mais sózinha.   Tens-me a mim e tens o doutor Rodolffo que não tem parado para fazer justiça.  Ele foi o único que te ajudou.  É o mínimo que deves fazer.

Alice viu Juliette ficar nervosa.  Quando isso acontecia ela mexia os dedos entrelaçando-os.  As lágrimas já corriam pela face.

- Pronto!  Não fiques assim.  Ha-de haver outro jeito.  O que é certo é que eles vão ter o seu castigo.

Sem a participação de Juliette a queixa foi apresentada.

Entretanto na clínica...

- Doutor!  Está um senhor na recepção.   Diz  que quer ver Juliette e se possível levá-la para casa.

- Mande-o entrar aqui para o meu gabinete.

- Licença.   O meu nome é Júlio Tavares e vim ver a minha esposa e se possível levá-la para casa.

- Esposa?  E onde esteve estes meses todos em que ela precisou de alguém.

- A viajar.  Precisava resolver problemas de investimento que tenho no exterior.  Inclusive ela precisa assinar uns documentos sobre os investimentos.

Rodolffo levantou-se da cadeira e contornou a mesa.

- Também sou homem de investimentos e neste momento estou decidido a investir nesse focinho de porco. - disse atingindo-o com um soco que apanhou Júlio distraído.

- Que é isso?  Está maluco?

- Ainda não,  mas vou ficar.  E desferiu novo soco, fazendo-o sangrar dos lábios.

- Vou apresentar queixa de si. Onde está Juliette?

- Onde você nunca chegará.

Juliette estava no quarto refletindo sobre as palavras de Alice.  Decidiu descer e ir falar com o doutor Rodolffo.
Chegou à porta do gabinete dele e vendo-a entreaberta entrou para logo a seguir ficar estática.

Júlio viu-a e ia levantar-se, mas Rodolffo segurou-lhe no ombro e empurrou-o de volta à cadeia.

- Não tenhas medo Juliette.   Este merda não te pode fazer mal

Ela escudou-se atrás de Rodolffo e ele fê-la sentar na sua cadeira.

- Amor volta para casa comigo!
Vamos recomeçar.

- O que foi Júlio.   Já acabaste o dinheiro da minha conta?  Foi por isso que voltaste?  Eu dou-te o meu dinheiro se me disseres o que aconteceu ao bébé.

- Não negoceies com ele Ju!  Deixa a justiça fazer o trabalho dela.  Rodolffo chamou o segurança que pôs Júlio pra fora.

- Eu quero ajudar.  Diga o que eu preciso fazer.

- O primeiro passo já deste.  Agora vamos pôr aquele inergume fora da tua casa.

Rodolffo ligou ao advogado e contou sobre a visita.  Ele falou que ia resolver.

- Vamos colocá-los a todos na prisão, juliette.

- Eu só não quero vê-los no tribunal, nem ter que falar para eles.

Nem precisas.  Vamos gravar tudo o que tiveres a dizer e apresentamos o filme.

- E pode?

- Pode.  Agora regressa ao teu quarto e descansa.

- Obrigada, doutor.