Capítulo 9

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Alice era a unica visita autorizada a conviver directamente com Juliette.   Todas as que surgissem necessitavam de  aprovação de Rodolffo ainda mais agora que estava na posse do relatório do investigador particular.

Segundo o mesmo, Júlio esteve fora do País por alguns meses, mas tinha regressado há poucos dias e vivia na casa de Juliette.

Sobre a casa de repouso, o relatório dizia ser ilegal.  Nela trabalhavam Rosa a responsável, Maria e Artur respectivamente filha e genro e uma outra funcionária, a mesma que levou Juliette à clínica de Rodolffo.  Mãe, filha e genro viviam numa casa contígua à clínica, juntamente com uma criança de alguns meses.

Em tempos houve algumas queixas de abusos por parte de alguns pacientes, mas dada a situação clínica deles, tudo foi desvalorizado e esquecido.

Com a justificativa de ter um familiar a precisar de cuidados, o detective teve acesso ao interior da clínica e pode constactar que aquilo não eram instalações para animais quanto mais para gente.  Na visita não viu nenhum dos utentes  mas disseram-lhe estarem ali pelo menos uns seis.

Rodolffo reunia com Alexandre o seu advogado.

- O que pode podemos fazer, Alexandre? - perguntou depois de o deixar ler o conteúdo do caderno de Juliette.

- Colocar todos na prisão.  Temos matéria mais que suficiente, mas seria bom que a tua paciente aceitasse fazer a queixa.

- Eu vou tentar convencê-la.  Talvez com o apoio da amiga dela.

No processo que veio da casa de repouso tinha exactamente a data em que supostamente Juliette deu à luz uma criança morta.  Rodolffo contactou o hospital e pediu uma reunião com o director.

Juntos analisaram a ficha de Juliette.   Realmente ela tinha entrado no hospital com vários ferimentos resultantes ao que se julga, de uma queda muito feia, mas em nenhum lugar estava mencionada a gravidez ou possível nascimento da criança.

- Quem a atendeu? - perguntou Rodolffo.

- Aqui diz que foi a obstetra Rossana,  o doutor Jairo e a enfermeira Maria.
Estranhamente já nenhum trabalha connosco, mas espere lá, doutor!  Este doutor Jairo é psiquiatra.  O que ele fazia numa sala de partos?  E outra, se não foi mencionada a gravidez, porque ela foi assistida por uma obstetra?

- Eu conheci esse doutor Jairo.  Estava na minha clínica antes de mim.
A criança.   Roubaram a criança.

- Tem a certeza?  Isso é uma acusação muito grave e se for verdade deixa o hospital em maus lençóis.

- Precisamos encontrá-la.  Saberemos se foi assim depois de um teste de ADN à criança e à sua suposta mãe.

- Vou recomendar o início de uma investigação.   Deve haver quem se lembre ou tenha participado do acto.

Rodolffo conversou com Alice.  Contou-lhe tudo e aconselhou-a a dar conselhos a Juliette.

- Explica-lhe tudo direitinho.  Diz que o filho pode estar vivo, mas sem lhe dar esperança.   Eu posso ajudar, mas ela comigo não se abre.

- Eu vou fazer o meu melhor.  Quero muito ajudá-la, mas ela está muito sofrida.  Falar do filho é dar-lhe muitas esperanças.  Eu vou conversar e tentar que ela colabore sem mencionar essa parte.





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