Alice era a unica visita autorizada a conviver directamente com Juliette. Todas as que surgissem necessitavam de aprovação de Rodolffo ainda mais agora que estava na posse do relatório do investigador particular.
Segundo o mesmo, Júlio esteve fora do País por alguns meses, mas tinha regressado há poucos dias e vivia na casa de Juliette.
Sobre a casa de repouso, o relatório dizia ser ilegal. Nela trabalhavam Rosa a responsável, Maria e Artur respectivamente filha e genro e uma outra funcionária, a mesma que levou Juliette à clínica de Rodolffo. Mãe, filha e genro viviam numa casa contígua à clínica, juntamente com uma criança de alguns meses.
Em tempos houve algumas queixas de abusos por parte de alguns pacientes, mas dada a situação clínica deles, tudo foi desvalorizado e esquecido.
Com a justificativa de ter um familiar a precisar de cuidados, o detective teve acesso ao interior da clínica e pode constactar que aquilo não eram instalações para animais quanto mais para gente. Na visita não viu nenhum dos utentes mas disseram-lhe estarem ali pelo menos uns seis.
Rodolffo reunia com Alexandre o seu advogado.
- O que pode podemos fazer, Alexandre? - perguntou depois de o deixar ler o conteúdo do caderno de Juliette.
- Colocar todos na prisão. Temos matéria mais que suficiente, mas seria bom que a tua paciente aceitasse fazer a queixa.
- Eu vou tentar convencê-la. Talvez com o apoio da amiga dela.
No processo que veio da casa de repouso tinha exactamente a data em que supostamente Juliette deu à luz uma criança morta. Rodolffo contactou o hospital e pediu uma reunião com o director.
Juntos analisaram a ficha de Juliette. Realmente ela tinha entrado no hospital com vários ferimentos resultantes ao que se julga, de uma queda muito feia, mas em nenhum lugar estava mencionada a gravidez ou possível nascimento da criança.
- Quem a atendeu? - perguntou Rodolffo.
- Aqui diz que foi a obstetra Rossana, o doutor Jairo e a enfermeira Maria.
Estranhamente já nenhum trabalha connosco, mas espere lá, doutor! Este doutor Jairo é psiquiatra. O que ele fazia numa sala de partos? E outra, se não foi mencionada a gravidez, porque ela foi assistida por uma obstetra?- Eu conheci esse doutor Jairo. Estava na minha clínica antes de mim.
A criança. Roubaram a criança.- Tem a certeza? Isso é uma acusação muito grave e se for verdade deixa o hospital em maus lençóis.
- Precisamos encontrá-la. Saberemos se foi assim depois de um teste de ADN à criança e à sua suposta mãe.
- Vou recomendar o início de uma investigação. Deve haver quem se lembre ou tenha participado do acto.
Rodolffo conversou com Alice. Contou-lhe tudo e aconselhou-a a dar conselhos a Juliette.
- Explica-lhe tudo direitinho. Diz que o filho pode estar vivo, mas sem lhe dar esperança. Eu posso ajudar, mas ela comigo não se abre.
- Eu vou fazer o meu melhor. Quero muito ajudá-la, mas ela está muito sofrida. Falar do filho é dar-lhe muitas esperanças. Eu vou conversar e tentar que ela colabore sem mencionar essa parte.
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Livre para sentir Saudade.
FanficSaudade Palavra com um sentido enorme. Sentimento que cabe no peito. Sensação de partida e também chegada. Temos de quem está longe, mas por vezes de quem está perto também. Olhei para trás e conclui que só queria ser livre para sentir Saudade.