Capítulo 16

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Depois daquele almoço tudo ficou igual.  Durante a semana, os dois não se falavam, mas chegava o dia da psicóloga e Juliette passava sempre no gabinete de Rodolffo e ele fazia questão de não ter nada marcado para poder almoçar e estar um pouco com ela.

- Um dia queres ir jantar na minha casa? - perguntou ele.

- Com a Alice?

- Os dois sózinhos Juliette.  Já está na hora de fazeres coisas normais.

- Tem que perceber o meu lado.

- Percebo.  Primeiro, aqui sou o Rodolffo,  não o doutor.  Trata-me por tu por favor.

- Está bem.  Vou tentar.  O jantar pode ser na minha casa?

- Pode sim.  Não tem problema, aliás eu nem conheço ainda a tua casa.  Pode ser hoje?

- Já hoje?  Eu vou cozinhar o quê?  Não sei o que gosta...gostas.

- Muito melhor assim.  Surpreende-me.

Rodolffo precisava verificar alguns comportamentos de Juliette.   Os resultados do teste de ADN tinham chegado.  Tomás, assim se chamava a criança era realmente filho de Juliette.

Alice ainda não sabia.  Rodolffo precisava da opinião dela sobre a capacidade de Juliette lidar com esta nova situação.  Ele não iria buscar a criança enquanto não tivesse certeza de deixá-la segura.

Chegou a casa dela com um buquê de flores e chocolates.

- Ai que lindas!  Obrigada, Rodolffo.   Adoro chocolates.

- E café com bolo.  Isso eu sei.

Juliette sorriu para ele enquanto colocava as flores numa jarra.

- Anda, vou colocá-las lá no meu quarto e mostro-te a casa toda.  Deitei fora tudo o que estava cá, aliás, doei e fiz algumas alterações.

- Fizeste bem.  Está muito bonita, a tua casa e o que fizeste para jantar?
Cheira muito bem.

- Frango no forno com arroz de cogumelos e batata assada.  Salada, mousse de chocolate e pudim.

- Duas sobremesas?

- Não sabia o que gostavas.  Quando almoçamos juntos nunca comes sobremesa.

- Só como ao fim de semana e festas.

- Hoje vais comer?

- Vou.  Hoje é como se fosse festa.

Voltaram para a cozinha.  Juliette desligou o forno e juntos foram por a mesa.

- Não tenho vinho, Rodolffo.

- Eu também não trouxe porque tu não podes beber, mas não faz mal, posso fazer uma limonada. Já vi alguns limões na geladeira.

- Sim.  Pode ser limonada ou de laranja.   O que quiseres.

- Prefiro limonada.

Rodolffo fazia a limonada e Juliette terminava de temperar a salada.  Retirou um pão de alho do forno e colocou sobre a mesa juntamente com um patê de atum e outro de marisco, com algumas tostas.

- Eita!  Isto é um banquete.  Vou querer sempre.

- Eu fazia sempre com a minha mãe.   Isto e muito mais coisas.  Adorava quando tínhamos gente em casa.  As duas fazíamos tantas coisas deliciosas.

- Vês!  São essas as lembranças que deves guardar.  As ruins deixa lá no fundo onde não lhe possas chegar.  - Rodolffo falou isto segurando na mão dela que depois beijou.
Vamos sentar e comer.

Juliette parecia estar feliz.  Conversaram durante toda a refeição e no final, depois do tradicional café e bolinho, decidiram caminhar um pouco no condomínio.


Livre para sentir Saudade.Onde histórias criam vida. Descubra agora