Capítulo 41

47 10 14
                                    

Alice seguia atrás de Juliette.

Depois de colocar Caetana no berço deitou-se um pouco.  Alice sentou-se ao seu lado.

- Conta-me tudo.

- O quê,  amiga?

- Eu percebi o clima entre ti e o Rodolffo e o facto dele não estar aqui mostra que aconteceu alguma coisa.

- Eu surtei, Alice .  E disse-lhe coisas muito desagradáveis.

- Por  exemplo?

- Eu não queria cesariana porque eles iam levar a minha filha e que ele estava armando juntamente com és médicos e enfermeiros.  Fui muito grossa com ele.  Disse isso e outras coisas.

- Olha, Juliette!  Não tem como eu te ajudar.  Rodolffo tem tido uma paciência que só um homem muito mas muito apaixonado tem.  Outro no lugar dele já tinha mandado tudo às urtigas e ir viver em paz.

Creio que não o vá fazer por causa das crianças, mas que merecias, isso não tenho dúvidas.

- Pensei que eras minha amiga.

- Sou e por isso não passo pano.  Pareces uma adolescente mimada a quem não fizeram a vontade.  Agora todo o mundo vai ser comparado com o animal que te machucou e tu porque não queres superar estás a fazer igual.

- Eu não sou como ele.

- Não.   Não agrides fisicamente, mas por vezes uma lambada dói menos que uma palavra.  O Rodolffo não merece um décimo do que está a passar.

- Depois eu vou falar com ele.

- Atitudes são precisas.  Palavras leva-as o vento.

Alice saiu e deixou Juliette sózinha. Chegou à cozinha e encontrou Rodolffo a tomar àgua.

- É preciso paciência doutor e este período de resguardo não ajuda.

- Paciência que já me começa a faltar.  Nada do que eu faça é valorizado.  Estes anos todos de dedicação e o que recebo?  Nada.  Ser comparado ao animal do Júlio foi a gota de àgua.  A Juliette não tem um pingo de consideração quanto mais amor por mim.  Se a ouvisses falar na hora do parto!

Não vou ficar nesta relação nem mesmo pelas crianças.  Vou respeitar o resguardo dela e depois sair desta casa.  Ela e as crianças terão sempre o meu apoio, mas cada um no seu canto.

- Pense bem e conversem.  Diga-lhe isso tudo.

Não seria preciso.  Juliette tinha descido atrás de Alice e ouviu toda a conversa entre os dois.
Entrou de rompante, apanhando os dois desprevenidos.

- Alice, faz-me um favor.  Leva o Tomás lá para cima e fica com as duas crianças.  Eu preciso conversar com Rodolffo.

- Está bem.  Juízo e tento na língua, meninos.  Lembrem-se quem são e o que já passaram juntos.

Livre para sentir Saudade.Onde histórias criam vida. Descubra agora